Nada surge do nada. Isso, embora quase que óbvio, se aplica a histórias também. Em algum momento, algum evento, independente de ser grande ou pequeno, acaba gerando uma corrente de consequências boas e ruins, destinados a em algum momento se encerrar de alguma forma. Isso é uma história. Mas toda lenda, independente da grandeza e da epicidade, tem um fim. E mesmo sendo marcante, se esvai com o tempo, indo de uma história, para um conto, em seguida um boato, e então, apenas um mito no qual não se pode ter certeza se conta a realidade do acontecido.
Mas essa história, antiga, não se encaixa em nenhuma dessas classificações; não porque se perdeu no tempo, mas sim porquê não pode ser contada com exatidão, afinal não se sabe exatamente onde está o começo e o fim dela. Então, embora estranho, o mais indicado é começar pela metade.
Para o dia em que aquela pessoa aceitou aquela missão.
Tudo começa numa sala bastante escura e fria, com uma porta de ferro enorme ligando a saída. Ouvem-se vozes vindo de fora do lugar... era a voz de um homem adulto.-Vou abrir, se afaste um pouco.
Por fora ele abre a porta fazendo ela ranger um som estridente, e, junto com uma garota um pouco mais baixa, entram no lugar. Ambos estavam sérios e caminhavam pisando firme no chão. Roupas sujas e rasgadas, e sapatos manchados pelo pó daquela construção velha. Era uma sala bastante empoeirada, cheia de computadores até o teto, haviam infiltrações e vinhas com musgo nas paredes, e o teto estava destruído, revelando o céu nublado.
O homem tenta ligar os aparelhos, mas sem sucesso. Os botões estavam frouxos.
-Desiste. Essas tralhas tão quebradas a mais de doze anos- exclamou a garota.
O homem vasculha um pouco mais a sala e encontra documentos amassados, já úmidos por causa das infiltrações. Ele os pega e tenta ler as folhas sujas.
-Como será que "ele" está?- pergunta.
-Provavelmente morto, ou em alguma "base" no distrito de contenção -responde a garota revirando alguns pedaços de computadores quebrados no chão.
-Essas coisas devem estar abandonadas aqui desde a colisão.
O homem então coloca os documentos em uma mesa e afirma:
-Chega de enrolação. Vamos começar isso logo.
Em seguida, a garota vai para trás de uma parede semi destruída, tira seu uniforme e coloca um macacão preto que cobria todo o seu corpo. Após ajustá-lo, ela veste uma "armadura" cheia de placas de ferro unidas por tiras de couro. Antes de colocar a máscara, ela remove seu tapa olho e coloca numa bolsa presa em sua perna esquerda, e por fim, coloca uma capa branca que chegava até seus pés.
-Está pronta? -perguntou ele após limpar um pouco o centro da sala.
-Eu nasci pronta- responde a garota confiante- ...e se morrer, morrerei pronta.
Ele olha para baixo, meio reflexivo.
-Certo, chegou a hora- afirma ela pegando uma maleta escura.
O homem põe a mão nas costas dela com calma e diz:
-Vai doer um pouco na hora da batida, mas você vai sobreviver... tome cuidado, por favor.
A garota olha para baixo meio triste e dá um passo a frente, sem nem mesmo olhar para trás.
Seria esse passo; a prova que aceitou aquela missão; ele que traria as principais consequências nesse "recomeço" do ponto de vista dela.
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The Snowman Paradox
Mystery / ThrillerApós ter uma semana bastante agitada acompanhando notícias bizarras sobre assassinatos que vem acontecendo pela cidade, Chloe, uma jovem de 15 anos, encontra seu colega de classe Trevor Pines morto em um beco escuro. Após fugir dali, ela é colocada...