Barcelona

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O ninja adormeceu e durante o sono teve pesadelos com os assassinatos que aconteceram durante as invasões e guerras entre clãs. Ele reviveu tudo muito nitidamente, cada detalhe, cada sensação. Pessoas sendo mortas, mutiladas, tendo membros e cabeça arrancados brutalmente, uma verdadeira cena de horror. Para piorar, viu o fantasma corrompido de seu irmão, Bi-Han.

- Não adianta mudar de nome, nem de lugar, pois isso não mudará e nem apagará quem você realmente é, Kuai Liang. Não apagará suas memórias das guerras, nem do torneio do Mortal Kombat. Tampouco apagará o sangue de inocentes derramados por suas mãos. Você fez isso, a culpa é sua! Assuma! - O fantasma do irmão gritava, maléfico.

- Pare agora, você não é real. Você morreu. A culpa é sua e não minha, desgraçado. Você acabou com tudo, até com a minha vida. Mudar de nome pode não apagar meu passado, porém não quero e não vou vivê-lo. Desapareça! - Sub Zero respondeu, desesperado.

- Não adianta fugir, pois ELA o encontrará de uma forma ou de outra. Eu não tenho e nem quero ter um irmão covarde como você. Não é digno de ser ''Sub Zero'', não é digno de nada. Merece a morte assim como eu. Ela irá matá-lo, não tem como impedir, ou você volta, ou a sentença da sua morte estará assinada. Não há outra escolha! - O ninja corrompido se esvaiu nas sombras.

Entretanto, Kuen começou a se remexer, inquieto na poltrona, tamanho era o seu terror noturno. Com seus poderes aflorados, ele conseguiu mudar atmosfera do avião. Tornando-a extremamente gelada, fazendo com que as turbinas começassem a parar.

Os pilotos notaram a mudança de temperatura e os problemas nas turbinas. Alertaram então a tripulação, que começou a entrar em pânico. Rapidamente, eles tentaram controlar a situação, mas o avião começou a perder altitude muito rápido. Kuen acordou assustado, percebendo que tudo não passava de um pesadelo, mas agora tinha um problema real para enfrentar.

Observando o pânico dos demais passageiros, ele tentou se concentrar em seus poderes tentando estabilizar a temperatura no avião, enquanto os pilotos mandavam mensagens com pedido de ajuda para pouso forçado. Com muito custo Kuen conseguiu controlar os seus poderes, fazendo com que a atmosfera do avião voltasse a temperatura normal e as turbinas descongelassem.

Os passageiros, que estavam assustados, aos poucos foram se acalmando. As comissárias de bordo foram passando de assento em assento conferindo como os passageiros estavam, enquanto os pilotos manobraram o avião, fazendo-o ganhar altitude

Luna encolhida de medo e ainda com frio, olhou para Kuen assustada. Ele percebeu que ela estava tremendo e decidiu acalmá-la. Ele continuou conversando para acalmá-la, enquanto a aeronave ainda sacudia com a turbulência. Ele tentava distraí-la com o assunto sobre como seria conhecer a Espanha e toda a sua cultura.

Mesmo assim, ela ainda olhava para a janela com um pouco de medo, mas não tremia mais. Kuen observou a expressão de Luna e sorriu, orgulhoso por ter ajudado a acalmá-la. Quando a turbulência finalmente passou, Luna agradeceu a ajuda de Sub Zero e se desculpou por ter ficado tão assustada. Ele respondeu com um sorriso e um aceno de cabeça, indicando que estava tudo bem.

O restante da viagem foi tranquila e sem maiores incidentes. Quando o avião pousou em Barcelona, Kuen desceu do avião, inspirou e expirou calmamente o ar frio que pairava na atmosfera. Luna desceu logo atrás e se despediu amigavelmente do colega de viagem. Saindo em sentido oposto à ele.

Enquanto caminhavam em sentidos opostos, Luna notou um homem estranho a seguindo. Ela viu que o homem parecia mal intencionado, e saiu correndo. Entretanto, o homem também foi atrás. Luna começou a gritar por ajuda. Sub Zero ouviu os gritos e foi correndo em direção ao som. Kuen interveio rapidamente para protegê-la do ataque, congelando o homem da cintura para baixo.

Luna viu que os olhos dele estavam mais azuis e que seus braços estavam quase esbranquiçado. Ela perguntou o motivo dele estar daquela forma, Sub Zero não soube como responder a pegou pelo braço dizendo que precisavam sair de lá rápido. Entretanto, a bailarina continuou insistindo e Sub Zero precisou respirar fundo e mudar de assunto.

— Enfim, você está bem, Luna?

— Sim, obrigada por me salvar. — respondeu Luna, ainda um pouco assustada.

— Não precisa agradecer, foi apenas coincidência. — Sub Zero, sorriu gentilmente para ela.

Luna sentiu seu coração acelerar com a proximidade dele.

— Você é um verdadeiro cavalheiro, Kuen.

Sub Zero sentiu um leve rubor subir em seu rosto. Luna olhou para ele por um momento, tentando decifrar o que estava passando pela sua mente.

— Você é parece ser misterioso, Kuen. Eu sinto que você não deve ser de muitos amigos por isso. — Luna franziu o cenho.

— Bem, talvez eu tenha um pouco de mistério. Mas isso não é importante agora. O que importa é que agora está segura. — Sub Zero continuou sorrindo, sem jeito.

Luna assentiu, mas não conseguia parar de pensar em como Kuen era estranho. Ela tinha a sensação de que havia algo que ele estava escondendo dela. Contudo, ela decidiu deixar isso para lá por enquanto e agradeceu novamente a ele por tê-la salvado.

— Bem, eu tenho que voltar para casa. Amanhã terei um ensaio na academia para a apresentação de inverno. Ainda há muita coisa a ser feita. — Luna falou

— Ah, claro, eu não quero atrapalhar. Foi ótimo conhecê-la, Luna. — Sub Zero

— Deixa disso... eu digo o mesmo, foi um prazer. Se quiser, te passo meu  número para mantermos contato. — Luna falou, amigável.

— Ah sim, eu aceito! Aqui está o meu número. — Kuen respondeu, animado.

— E aqui está o meu. — Luna deu um sorriso largo.

— Obrigado, vou te mandar mensagem assim que eu chegar no hotel. Se quiser, posso te acompanhar até em casa. Não é seguro andar sozinha por aqui.

— Fico muito grata, mas você já fez muito por hoje, não quero incomodá-lo

— Está certo... bom, então eu já vou. Tenha uma boa tarde e cuidado ao voltar para casa.

— Fique tranquilo, até breve! — Luna acenou com a mão.

Sub Zero foi caminhando para o hotel, enquanto admirava a paisagem da cidade. Quando chegou, ele fez o check-in, subiu para o quarto, desfez a mala e deitou na cama para relaxar.

Alguém, no entanto, o viu por ali e discou o número de Frost e esperou que ela atendesse.

— Sim, quem é? — Frost perguntou em um tom de voz frio e autoritário.

— Sou eu, a pessoa que você contratou para vigiar o Sub Zero. — A informante disse com a voz trêmula.

— O que há de errado? Por que você está tremendo assim? — Frost perguntou, suspeitando de que algo estivesse errado.

— Eu... eu vi ele com uma mulher, e eles trocaram telefones. Eles pareciam estar se dando bem. Eu achei que você deveria saber. — A informante disse, ainda nervosa.

— O quê?! Onde ele está agora? — Frost perguntou, irritada.

— Ele acabou de sair do aeroporto, está indo para um hotel, mas não sei exatamente qual. — A informante respondeu.

— Muito bem, obrigada pela informação. Continue a vigiá-lo e me avise de qualquer movimento suspeito. — Frost desligou o telefone, furiosa.

Frost sabia que Sub Zero era leal ao clã Lin Kuei, mas ela também sabia que ele era humano e tinha fraquezas. Ela estava disposta a usar qualquer coisa contra ele para conseguir o que queria. E agora, com essa informação, ela tinha uma carta na manga.

Sub Zero: a história não contada. (REESCRITA)Onde histórias criam vida. Descubra agora