CAPÍTULO IV - UM CONVITE INESPERADO

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Todavia, apesar de fazer parte de um grupo de dança e doutro de ginástica, fazia muitas outras atividades.
Sempre amei cantar, sou completamente apaixonada por música, portanto, juntei isso ao meu desejo de servir a Deus e à comunidade e comecei a cantar salmos nas Eucaristias.

Quando podia ia à missa, mesmo quando não era nomeada para cantar ou fazer leituras. Era quase uma necessidade, sentia-me bem na presença de Deus, embora saiba que Ele está infindavelmente comigo!

Num Domingo maravilhoso, levantei-me às 9h:20min da manhã, tomei um duche, vesti-me apressadamente, tomei o pequeno almoço e fui para a Missa. Cheguei mesmo na hora em que o monitor terminava as suas falas e o Padre enunciava o sinal da cruz, "ufa, não cheguei atrasada"- disse em pensamentos enquanto procurava nos primeiros bancos um lugar para me sentar.

A missa foi muito bonita, os cânticos alegres, as reflexões feitas na homilia, a simpatia do padre e a forma como se dirigia à assembleia, tornava o momento prazeroso. No fim, houve uma grande confusão para sair, havia tanta gente junta com pressa de chegar à porta, e naquela desordem, tive a sensação de ouvir alguém chamar-me! Olhei em todas as direcções, mas não consegui avistar quem supostamente chamava por mim.

De repente, puxaram-me pelo braço e quando reparei quem era, fiquei deslumbrada, *OMG era o Ruan! Naquele instante, meu coração deu um pulo de alegria e rapidamente reagi, sorrindo para ele.

- Oi, estás bem? Foi meio difícil encontrar-te! - disse ele segurando ainda o meu braço.

- Estou bem, obrigada. E tu? Posso dizer o mesmo de ti...

- Estou bem fixe. Olha, não parei de pensar no que me disseste no último dia de aulas, e...

- Esquece isso, foi só uma brincadeira!- interrompi-o porque achei embaraçoso falar daquilo...

- Ai sim?! Às vezes dizem-se verdades em meio às brincadeiras.

Fiquei envergonhada e optei por não dizer mais nada que me comprometesse... olhei-o apenas fixamente e soltei um pequeno sorriso.

Abandonámos a Igreja e ele ofereceu-se para acompanhar-me à casa. Pelo caminho conversámos sobre vários assuntos e trocámos os números de telemóvel. Passada meia hora, estávamos em minha casa. Ele não quis entrar, levou-me até a porta e perguntou-me se já podia considerar-me uma amiga. Apesar de só ter estado com ele duas vezes, não consegui vencer a tentação de dizer SIM! Ele sorriu e despediu-se de mim com um beijo no rosto. Eu fiquei meio paralisada com a sensação da suavidade dos seus lábios na minha face e não consegui pronunciar uma única palavra!

Esperei que ele se afastasse e entrei com aquele sorriso bobo. Cumprimentei a minha mãe, que deve ter-me achado feliz demais, mas não questionou o motivo. Atirei-me à cama, e deixei-me levar pelo desejo de fantasiar coisas...alguns minutos depois recebi uma mensagem.

Ruan: <Oi, amanhã estarás ocupada?>

Eu: <Não...tenho o dia livre, porquê?>

Ruan: <Estava a pensar em convidar-te para um passeio. Era uma forma de passarmos algum tempo juntos e assim conhecia-te melhor...o que dizes?>

Eu: <Por mim, pode ser.>

Ruan: <Que bom! Então vem ter comigo as 6h da tarde em minha casa. Envio-te o endereço a seguir.>

Eu: <Combinado, beijos.>

Era bom demais para ser verdade! Parece que os deuses estavam a meu favor naquele dia.

Levantei-me da cama e fui almoçar com a família. No final da refeição, arrumei a cozinha e depois passei a tarde no quarto com a aparelhagem ligada e a música muito alta!! Ouvia a música olha o que o amor faz da dupla brasileira Sandy & Júnior, a letra descrevia uma boba apaixonada e desesperada por uma correspondência, tal como eu.

Sem demora, a noite chegou. Pouco fiz nas poucas horas que restavam antes de deitar-me... Sentei-me na sala a jogar play station com o meu irmão mais novo, David. Estávamos a jogar Need4speed (um jogo de corrida de carros), eu adorava sentir a adrenalina do jogo, não sei bem porquê mas a velocidade, o desejo de ultrapassar os adversários e a pressão de vencer a corrida fazia com que eu não me cansasse daquilo!! Era viciante, depois de começar a jogar não me apetecia parar e até era bastante boa, tanto que ganhei ao meu irmão algumas vezes. Contudo, tivemos de interromper o jogo para jantar. Desconsolados, desligámos tudo e fomos para a mesa. Como de costume, depois do jantar, a família juntava-se a ver as notícias na sala, antes de todos se deitarem.

Eu resolvi ir mais cedo para o quarto. Apaguei as luzes, estendi-me na cama com as mãos entrelaçadas atrás da nuca, pus-me a olhar para o teto e lentamente adormeci.

Sem Conhecer o FimOnde histórias criam vida. Descubra agora