CAPÍTULO V - O PRIMEIRO ENCONTRO

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Na manhã seguinte, acordei muito bem disposta! Fiz um pequeno-almoço caprichado, comi, arrumei o quarto e tomei um banho demorado. Enquanto saia da casa de banho, ouvi a Elmara perguntar à empregada doméstica se eu já tinha acordado. Satisfeita com a resposta, direcionou-se ao meu quarto, pois a minha casa era como se fosse dela e vice-versa.

- Estás boa, amor? - disse ela enquanto abraçava-me.

- Sim, dama. E tu?

- Também. Hoje acordaste cedo!! - disse admirada, porque em época de férias costumo dormir até tarde e normalmente ela encontrava-me sempre na cama.

- Hoje resolvi aproveitar o dia, até porque mais tarde vou ter um encontro.

- Hum... Encontro com quem? - perguntou toda enciumada.

- Com o Ruan! Agora deixa-te de questões e ajuda-me a escolher algo pra vestir, sua besta!

- Wow! Estás com uma sorte, amiga! Chata como és não sei como alguém consegue aturar-te, para além de mim, claro... - Rimos as duas.

Depois de tanta conversa, optei por vestir uma blusa vermelha com brincos a condizer, sandálias pretas e uma calça jeans bem justa.

Fomos para a casa dela e passámos a tarde toda numa sessão de cinema no quarto. Eu não parava de olhar para o relógio a contar as horas, não queria atrasar-me de forma nenhuma. Quando eram 17h:20, despedi-me da minha best e pus-me a caminho da casa do Ruan, porque entretanto, ele mandou a morada por SMS .

Chegando ao local, aproximadamente às 17h:45, fui recebida por uma rapariga (mais tarde soube que era irmã do Ruan), a Carmem, que me pediu para eu aguardar no quarto dele. Enquanto esperava por ele, reparei que apesar de ser rapaz, tinha o quarto bem organizado!! No entanto, começava a sentir-me desconfortável por estar no quarto do rapaz que mexia com os meus sentidos...

Eu não sabia por que tinha de esperar, supostamente ele já devia lá estar... passados minutos, ele entrou no quarto e para o meu espanto, ele estava de toalha!! Eu fiquei desorientada e não entendia a tranquilidade dele ao ver-me parada à sua frente, depois de sair do banho. A medida que ele aproximava-se eu sentia-me intimidada... quando chegou à minha beira, deu-me um beijo em cada lado do rosto e perguntou-me se eu estava bem. Eu disse que sim, apesar de se notar a insegurança nas minhas palavras porque não conseguia deixar de gaguejar...

- É melhor eu sair...assim te vestes à vontade! Eu espero lá fora, ok? - Direcionava-me para a porta, quando ele meteu-se a minha frente como um obstáculo.

-Por mim podes ficar aí, não me importo. Aliás, garanto-te que nem vais dar pela minha presença. "- Ai, estou tramada! Ele não pode fazer-me isto..." - Eu revirei os olhos para o outro canto do quarto, enquanto isso, ele vestia-se e eu só esperava que a toalha não caísse à minha frente... Só fiquei aliviada daquela pressão quando ele ficou preparado.

- Já podes olhar, não precisas ficar assustada. Deixa-me calçar e já saímos, ok?

- Está bem. - Respondi como quem não queria ficar a apreciar aquele corpo perfeito, com um peito que pedia a minha cabeça em cima dele...

Ele despediu-se da família e saímos da casa dele as 18h:10. No início, não sabíamos pra onde ir, então decidimos caminhar pela cidade e ao mesmo tempo iríamos conversar sobre vários assuntos... Passámos pela rua onde morava a Jade, por acaso, ela viu-nos e observou-nos com um sorriso insinuante até já estarmos muito afastados da sua mira. Deve ter achado estranho eu ter perguntado coisas sobre ele e, tempo depois, ver-nos sair juntos. Eu e o Ruan estávamos ocupados um com o outro e não demos relevância a isso.

Caminhámos em direção à Igreja, pois mesmo adiante havia um jardim com uma vista agradável e umas lanchonetes por perto.

Ele pediu-me para esperar sentada à beira de uma fonte de água enquanto ele ia buscar sorvetes para os dois. Ele apressou-se e trouxe um sorvete de caramelo para mim, o meu favorito!! Agradeci e ambos desfrutámos dos sorvetes; ele deixou-me provar o dele, era de baunilha.
"Hum, se fosses um sorvete eu trincava-te todo e não terias por onde escapar aos meus lábios" - estava com esses pensamentos perversos, quando subitamente, ele fixa o seu olhar em mim e quando dou por isso baixo a cabeça.

-Por que desvias o olhar sempre que tento observar os teus lindos olhos? - Levanta o meu rosto com um toque no meu queixo.

-Eu... Eu fico sem jeito...- e também fiquei arrepiada!

- Não fiques...olha, veste o meu casaco.

- Porquê?

- Começa a arrefecer e eu não quero que fiques doente. Além disso, os sorvetes estavam friíssimos!

- (risos) E tu não ficas com frio?

- Eu sou homem!

- Um homem cavalheiro, pelos vistos! A tua parceira deve ter cá uma sorte de ter alguém tão gentil. - Fiz aquele comentário com intuito de saber se o. "terreno"estava ocupado.

- Eu estou só! Quanto ao facto de ser cavalheiro, bem, estou apenas a fazer o correto, afinal de contas, fui eu quem te trouxe para comer um sorvete apesar de estar frio.

- Certamente, és o culpado, ahaha.. - Estava a meter-me com ele. Ele apenas sorriu, mas eu, curiosa, perguntei:

- Estás só porquê? Se é que posso saber.

- É uma longa história...

Sem Conhecer o FimOnde histórias criam vida. Descubra agora