[70s]
SINOPSE: o maior arrependimento de do kyungsoo era ter colocado aquela pequena declaração por baixo da porta de seu melhor amigo. e naquela madrugada, ele precisaria arcar com as consequências.
(ps: ler enquanto a música toca = essencial.)
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com o torso nu e uma iluminação precária, na madrugada kim jongin pintava em sua tela antes branca e agora tomada por tons variados de azul. estava calado, as sobrancelhas franzidas e um cigarro entre os dedos. parecia distante, e kyungsoo só fazia se doer com toda a situação.
do kyungsoo estava observando o melhor amigo pintar na calada da noite enquanto degustava seu chá, se corroía em arrependimentos enquanto seus olhos desesperados mergulhavam na imensidão negra que era a pele de kim jongin, tentando achar um aconchego, um conforto. mas era em vão.
ele sabia que não eram mais os mesmos. na verdade, ambos sabiam. e ambos se doíam de certa forma. kyungsoo mais ainda, por saber que a culpa era dele. ter se confessado para seu melhor amigo fora a pior escolha que poderia ter feito, e agora estava na hora de lidar com as consequências.
— vamos esquecer isso —disse ele, contrariado. — por favor.
o ar foi embora de seu corpo assim que o silêncio foi quebrado por si mesmo. seus olhos estavam vidrados no rapaz pintor e seu coração batia forte, as mãos tremiam e mal conseguia segurar a xícara, então, colocou-a sobre a mesa ao seu lado. o impacto da porcelana na madeira cortou o silêncio outra vez.
kim jongin suspirou, e parecendo contrariado, virou-se para encarar seu velho amigo.
— não. —disse, simplesmente, ao mesmo tempo que colocava o pincel sobre o chão com delicadeza. kyungsoo franziu as sobrancelhas, confuso.
— o que quer dizer?
após alguns segundos encarando os olhos grandes de seu amigo, jongin levantou-se e colocou a cadeira do qual estava anteriormente sentado em frente à de kyungsoo. após isso, remexeu no bolso da sua calça de dormir e de lá tirou um papel. começou a ler.
— "vou deixar as palavras
abaixo da sua porta
abaixo da lua cantando
perto de onde seus pés se vão
esconda nos furos de inverno
e quando estiver sozinho por um momentobeije-me
quando você quiserbeije-me."
— pensei que já havia jogado isso fora. —kyungsoo murmurou após um longo momento em silêncio completo. envergonhado, desviou o olhar para as próprias mãos.
aquele foi o bilhete do qual deixou na porta do quarto de jongin, se declarando. os rapazes estavam ali, naquela exata madrugada, um dia depois de tê-lo feito.
— jongin, me–
kyungsoo não foi capaz de continuar o que dizia, pois rapidamente sentiu dedos quentes em sua nuca e lábios macios tocando os seus.
um beijo repentino e carregado de alívio.
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