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Dê poder ao homem e verás quem ele realmente é - Maquiavel


— Deixa que eu piloto, Krent. — Roy dizia enquanto tentava tirar o controle das mãos do ladrão.

— Saí daqui! Está me atrapalhando, quer que eu, sem querer, jogue essa nave em algum campo de asteroides? — Krent tentou desviar o controle das mãos de Roy, o amarelo bufou.

— A nave não para de tremer com você pilotando. — Roy explicou como se estivesse fazendo um grande favor.

— Você que está me atrapalhando.—  Krent disse como se fosse óbvio.

— Pilota mal e é minha culpa. — Roy se defendeu, Krent o encarou.

— Roy, pode ficar sentado, por favor. — Krent revirou os olhos.
O contrabandista volta ao seu lugar reclamando. 

 Enquanto Rebecca ainda olhava para a pequena janela, pensava que acabou de contribuir em uma explosão de uma das maiores prisões espaciais, como seria patrulheira galáctica agora? Era isso, sua carreira de heroína estava arruinada. Ou talvez não. Ela andou até Krent e tocou em seu ombro.

— Krent, eu preciso muito ir até a O.R, é uma questão de vida ou morte, posso pilotar, por favor? — Bex sorriu de uma maneira angelical.

— Claro. — Sem discordar, ele deixa a cadeira, Bex assume o controle e Roy fica indignado, Krent se senta próximo a Zia.

— Deixou ela e eu não? — Roy sentia que Krent implicava com ele.

— Ela pediu com educação, senhor Queen. Podia aprender muito com ela. — Indagou Krent dando de ombros.
— Grande merda. — Roy disse e reclama de mais alguma coisa, porém, ninguém conseguiu entender.

— Por que vamos a O.R? — era Zia, estava tentando arrumar o cabelo com os dedos.
— Avisar Liam sobre a filha de Vox. Eu sei que ele vai me ouvir. — Bex mudou a rota para a O.R, realmente pensava que eles fariam algo por ela, pelo menos pela consideração.

— Do jeito que ele ouviu quando não foi tirar você da prisão? — era Roy, ele levantou a sobrancelha e sorriu de lado mostrando seu descaso para Liam e a confiança que Bex tinha ele.

— Deve estar ocupado, mas se formos até lá ele vai ouvir. — Bex acreditava mesmo nisso, tanto que os comentários de Roy nem a afetava.

— Sua esperança é cativante, Rebecca! Combina com você. — Roy riu, não perdia uma oportunidade.

— Obrigado por me ajudar, Rebecca! Eu não posso compensar, mas sempre terá a minha lealdade. —  Vox, embora a preocupação fosse tremenda, a esperança surgiu de novamente e ele sorriu.

— Não precisa agradecer, Vox, posso ter sido demitida, mas ainda luto contra Ludo. — Bex lembrou do juramento que fez a O.R quando entrou, ajudar quem precisava.

— Ouvi dizer que a única que sobreviveu após enfrentar Ludo cara a cara foi você, é verdade? — Zia disse, desistiu de arrumar o cabelo, agora olhava as unhas.

— Não sei, Zia, provavelmente sim, mas eu não me importo com isso, a única coisa que eu quero é acabar com Ludo de uma vez. 

 Alguns minutos depois, a nave roubada da polícia para no estacionamento da O.R, os cinco descem e seguem Bex pelo caminho da entrada secreta que dava direto para o escritório de Liam.

— Por que não podemos ir pela frente? — Roy questionou, os cinco seguiam uma fila e Bex guiava, o caminho que seguiam era escuro e frio.

— Até parece que um criminoso como você está super acostumado a entrar pela frente de algum lugar, não é? — Krent gargalhou, sabia do que estava falando porque também era um criminoso.

— Olha quem fala né, Krent? Te conheci porque você estava roubando cargas! — Roy disse e cruza os braços, estava indignado com a petulância de Krent.

— Por favor, senhores, não briguem no meu ex local de trabalho, ainda tenho muito respeito por esse lugar. — Bex os reprimiu e as lembranças vinham  cada vez que avançava mais.

— Desculpe, Rebecca. — Krent abaixou a cabeça, embora fosse um ladrão Krent admirava Bex por proteger os desamparados, não tinha ninguém consciente que apoiava as atrocidades de Ludo.

— Eu não me desculpo até porque não fiz nada. — era Roy, emburrado.
Bex apenas revirou os olhos, eles andaram mais um pouco, até chegarem na porta de Liam.

— Esperem aqui. Eu vou avisar sobre a filha de Vox e nós saímos pelo mesmo lugar que entramos. — Rebecca entrou na sala. Os outros obedecem.

Liam estava olhando o painel, analisava algo quando Bex entrou.

— Liam, preciso da sua ajuda! — Rebecca gritou abrindo a porta com tudo, o homem se assustou.

— Bex? Como entrou aqui? E por que está com roupa de presídio? — com a mão no peito ele levantou da cadeira.

— Longa história. Ludo sequestrou uma criança após destruir o planeta dela, o único que ainda vive é seu pai! Precisa salvar a criança, Liam! — Rebecca falou rápido devido o nervoso.

— No momento não posso, o conselho da União das Galáxias nos convocou para trabalharmos juntos contra uma rebelião de desamparados que destruiu a base deles no planeta Gigante-66! — Ele fala e volta a sentar na cadeira dando um gole na xícara de café em sua mesa.

— Espera União das Galáxias? Liam, eles financiam Ludo em suas manipulações. — Bex parou, sua expressão de assustada mudou para confusa.

— Bex, isso é passado. Nós nunca conseguimos de fato derrotar Ludo. Vamos trabalhar agora com a elite. — Liam pronunciou como se fosse a melhor notícia do ano.

— Trabalhar pra eles é bem pior que pra Ludo. Como pode aceitar isso? — Rebecca se aproximou e levou a mão ao rosto.

— Fiz o melhor para a minha equipe. Assim que estarmos na União das Galáxias podemos destruir Ludo de onde ele nem espera. E já que temos agora novos patrões você pode voltar a trabalhar aqui. — ele levantou da cadeira e vai até Bex que recusa a aproximação dele indo pra trás.

— Desculpe, Liam, mas não posso aceitar isso, a União das Galáxias é horrível igual a Ludo! Eles só pensam em poder e matam os desamparados por pura ganância, me surpreende você aceitar isso. — Ela apontou pra Liam, mas ele ignorou e voltou a olhar o painel.

— As vezes temos que tomar decisões que não nos orgulhamos, Bex, você mais do que ninguém devia saber. — Liam voltou a encarar Rebecca e cruzou os braços.

— De todos, pensei que seria o único que eu poderia contar, mas me enganei novamente, é igual a eles. — Ela negou com a cabeça, e encarou o chão.

— Do que está falando? — Liam virou para olha-la.

— Desculpe incomodar, Liam, pode ir até à União das Galáxias e vender sua alma. Eu não me importo, até porque não trabalho mais na O.R. — Bex deu de ombros e foi se afastando.

— Eu posso falar com a elite e eles podem admitir você. Vamos trabalhar juntos de novo. — Liam tentou se aproximar, porém, Bex já estava indo.

— Não! Eu não quero isso. Espero que você veja o que está fazendo, Liam. — Bex respirou fundo.

— Espero que perceba a oportunidade que está perdendo, Bex, e saiba se mudar de ideia...

— Não vou! Pode acreditar nisso. Adeus, Liam. — Bex sai e bate a porta. Liam estava cego acreditando que podia ficar rico se unindo a União das Galáxias, agindo apenas por ganância e Bex não acreditou que seu amigo mudou daquele jeito, ela nem o reconhecia mais.

Agora, restava-lhe provar que ainda era digna do apelido que colocaram nela da primeira vez que os salvou. A mãe dos desamparados. Salvaria a filha de Vox nem que fosse sozinha.

Entre As Estrelas | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora