Entre As Estrelas | Completo

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  Ludo estava morto, Rebecca precisou de alguns segundos para acreditar que realmente aconteceu, depois de anos finalmente conseguiu, o Império do mal Ludiano não faria mais ninguém sofrer e nenhum planeta seria destruído.

  Bex empurrou o corpo sem vida de Ludo para o lado, até porque ele estava em cima dela, se levantou ainda meio tonta e viu a situação, sua equipe dividida, Zia e Jane atiravam de um lado, Roy de outro, Krent saíra para buscar a nave e Vox segurava o corpo da filha com uma mão e atirava com outra, dado momento, todas as saídas começaram a se fechar, até mesmo o buraco por onde Jane entrou e a nave começou a tremer, acontece que Ludo adicionou um sistema de alto destruição se caso ficasse sem batimentos e já que estava morto, a nave inteira ia explodir com todos dentro.

— A nave vai explodir! — gritou Zia, tentava desviar dos tiros.

— Temos que sair daqui! — Jane pronunciou, abaixando-se dos tiros.

— Como vamos fazer isso? — Vox perguntou, colocou o corpo de sua filha sobre o ombro.

— Eu tenho um plano! — Roy berrou, de trás de uma mesa virada.

— Qual? — perguntou Rebecca, correu abaixada até ele.

— Eu roubei a Caos, a arma a laser que consegue perfurar qualquer coisa. É só posicionar ela contra a parede e um buraco vai aparecer! — Roy tirou a arma do bolso e mostrou para Rebecca.

— Roy, ela é muito potente, você pode se machucar! — Zia tentou se aproximar, mas não conseguiu, os tiros não deixaram.

— É o único jeito! — Roy completou e virou a arma para a parede, mirou e atirou. Antes que pudesse sentir, a potência da arma foi tão forte que Roy voo longe com a pressão, sendo jogado para fora da nave.

— Roy, não. — Bex esbravejou, devido o buraco tiveram que se segurar para não serem jogados para o espaço.

  Bex precisou pensar rápido, lembrou que Ludo sempre usou propulsores a jato embaixo do manto, ela sabia disso porque na segunda vez que eles se encontraram ele fugiu usando um desses.
  Ela correu até o corpo dele e tirou os propulsores colocando em sua cintura.

— Bex, eu sei o que pretende fazer, mas não é uma boa ideia. — Jane chegou perto de Rebecca e segurou seu braço.

— Preciso salvá-lo, eu prometi a ele. — Rebecca dizia de maneira apressada e segurou a mão de Jane.

— Tome cuidado. — Elas se abraçaram.

— Krent já está perto, ele teve dificuldade para sair, mas já está vindo com a nave, vão com ele. — Bex explicou, eles concordaram com a cabeça.

— E você e Roy? — Zia perguntou.

— Vamos encontrar vocês. — Bex acionou os propulsores, achou capacetes para respirar no espaço, estavam ao lado da cadeira de Ludo, saiu da nave e seguiu procurando Roy, ela teve que ir mais rápido e o encontrou já desmaiado flutuando no espaço.

  O segurou, ligou o capacete e encaixou em sua cabeça, ele pareceu não querer acordar, Rebecca não desistiu e, por fim, Roy abriu os olhos.

— Bex? Estou vivo? Ou você morreu também? — Ele segurou Rebecca pelo braço acreditando que estava caindo.

— Estamos vivos, Roy. — Rebecca o ajudou e os dois deram as mãos.

— Se jogou no vácuo do espaço pra me salvar? — Ele perguntou sem acreditar.

— Eu disse que te salvaria, não disse? Disponha, amigo. — Deu de ombros, piscou. Roy riu.

— Da próxima vez, eu vou te escutar. — Negou com a cabeça e Bex sorriu.

— O que foi? — Questionou o contrabandista que a encarava.

— Nada, você é uma pessoa incrível, obrigado por me salvar. — Roy dizia sério, mas um sorriso de canto surgiu em seus lábios.

— Por que no começo você parecia tão distante? — Ela o encarou.

— Tenho mania de fugir das pessoas, não deixar criar vínculo comigo, mas a melhor coisa que eu fiz foi ir vender armas no planeta 000789. Assim não teria conhecido você e os outros, claro. — Roy disse e sorriu para a sua mais nova amiga.

  Ao longe, eles viram a nave de Ludo explodir, os dois se assustaram, em seguida, sentiram uma luz muito forte em seus rostos, era Krent com a nave e os outros.

  Jane e Zia ajudaram eles a subirem na nave.
— Estão todos bem? — Bex perguntou.
Sua equipe confirmou, ela então se aproximou de Vox tirando o capacete, ele ainda estava segurando a filha.

— Eu sinto muito, Vox, por tudo, mas, principalmente, por não conseguir salvar a sua filha. — Ela tocou no corpo da menina.

— Não foi sua culpa, Bex. Fez o que pode e eu vou te contar uma coisa, nunca conheci ninguém que arriscasse a vida pelos outros como você, é uma heroína. — Ele explicou, Rebecca chorou e colocou a mão sobre os olhos tentando controlar as lágrimas.

— Não, Bex, não chora. — Vox tentava achar um jeito de segurar sua filha e Rebecca ao mesmo tempo.

— Eu não consegui salvar a sua filha, você me pediu e eu não consegui. Eu falhei com você, Vox, Me desculpa. — Pediu em meio a soluços.

— Calma, Bex. Está tudo bem, calma. — Vox a consolava, segurou a mão de Bex, que apertou a mão dele com força.

— Eu nunca vou esquecer isso, o dia que eu não consegui salvar sua filha. Não sou nenhuma heroína, falhei e nunca vou superar isso. — Mesmo que Rebecca tentando secar o rosto, ele continuava molhado.

— Eu já li sobre seu planeta, Terra, sim? Vocês humanos são conhecidos por aprenderem com seus erros e mesmo falhando continuam seguindo em frente. Isso é ótimo, faça isso, Bex. — Ele sorriu, respirou fundo.

— Tá bom. — Ela disse, secando as lágrimas. Bex e Vox se abraçaram.

— O que vai fazer com o corpo dela? —  Questionou assim que se soltaram.

— Tinha um costume no meu planeta de colocar o corpo em uma pequena cápsula parecida com um asteroide, lançamos no espaço e sempre que olhamos as estrelas lembramos do ente querido. — Vox explicou e sorriu fraco, lembrando do seu planeta sentiu vontade de chorar.

— Na Terra a gente enterra o corpo, você me fez ficar com vergonha agora. — Ela falou rápido, Vox sorriu, Rebecca era o tipo de pessoa que arrancava sorrisos nos piores momentos.

  Estranhamente, a companhia um do outro era tão confortável. Como se já se conhecessem há muito tempo.
Às vezes, os amigos se tornam família, até melhor que o laço de sangue, já que os amigos são a família que podemos escolher.

  No fim, eles ajudaram Vox com a pequena cápsula e a enfeitaram com flores, e partiu com sua filha para o infinito do universo.