.9

190 38 260
                                    

  Roy andou por todos os andares que conseguiu, em cada um deles colocou um explosivo, correu por entre os corredores sempre desviando quando via guardas ou câmeras, estava concluindo sua parte do plano e se perguntava se seus amigos estavam fazendo o mesmo, tanto andou que encontrou uma sala de projeção, mexeu até ligar a máquina, na tela, passava uma das propagandas de Ludo.

— Meus caros, eu vim trazer a nova era sem preocupação.
Confiem em mim para limpar a galáxia daqueles que não são adequados, apenas nós que somos melhores vão prevalecer. Por isso, eu digo a melhoria das galáxias em primeiro lugar, muitos de nós que somos considerados a maioria sofre com a opressão da considerada minoria, mas eu digo eles têm que ser curvar diante de nós. Se você concorda comigo, saiba que já somos aliados, senão sinto muito, mas vai cair também. — Ludo dizia, estava na frente de uma paisagem que demostrava a paz, um belo campo com a luz do sol em seu rosto, mas seu discurso era o que mais remete guerra.

  Roy rolou os olhos para aquele discurso e desligou a máquina, achou alguns dos rascunhos de outros discursos que apenas falava de ódio. Ainda não havia se acostumado com a ideia de Bex de enfrentar Ludo sozinha, ela dizia que era o que tinha que fazer, mas Roy nunca apoiou.

  Saiu da sala e seguindo as instruções de Bex, com isso, encontrou o arsenal, que estava destrancado por conta de Zia. Roy não acreditou quando viu a Caos-223, era a melhor arma já inventada, muito rara e agora era dele. A arma não era grande, mas fazia um estrago daqueles, Roy tratou de esconder em seu bolso, pegou outras coisas para vender e saiu correndo antes que alguém aparecesse.
  Ele mandou mensagem para os outros, apenas Zia respondeu, o que fez ele ficar preocupado, mandou ela ir atrás de Krent e ele iria atrás de Vox e assim o fez.

  Enquanto isso, Vox conseguiu chegar na prisão de Ludo, junto com outros guardas se infiltrou e esperou até eles irem para o lado de fora, seguiu pelas celas, mas nem sinal da sua filha, sorrateiramente, destravou as celas e fez sinal para os prisioneiros esperarem um pouco mais para sair, foi até um deles.

— Com licença, senhor. — Vox se dirigiu a um extraterrestre preso.
— Sim? — O preso se levantou do chão.

— Viu uma criança parecida comigo? — Ele retirou o capacete.
— Não, me desculpe. — O preso negou com a cabeça.

— Tudo bem, eu abri sua cela, quando ver que não tem ninguém na porta saía e avise os outros.—  Vox apontou para os outros presos e depois para a saída.
— Quem é você? — O preso segurou as grades e encarou o rosto de Vox.

— Vox. Vox Olin, ex-governante de um planeta destruído por Ludo. — Abaixou o olhar e respirou fundo.
— Obrigado, Vox Olin. — Sorriu fraco.

— Por nada, se reúna com os outros e pega uma das naves de fuga, está na parte superior, fuja pra longe. — Vox diz e saiu continuando sua busca pela sua filha, ele passou por todas as celas, mas nem sinal dela, libertou todos os prisioneiros. E continuou perguntando se alguém tinha a visto.

  Zia, depois que recebeu a mensagem de Roy, saiu da sala de controle e procurou por Krent, ele estava na sala de documentos, assim como os outros, espalhou cuidadosamente explosivos por todos os lugares e já desativara todas as câmeras do primeiro e segundo andar, ele parecia assustado mexendo em um painel e lendo alguns arquivos.

— Oi. Achou as riquezas? — Zia questionou, entrando na sala.
— Ainda não, mas eu achei registros dos planetas que já foram destruídos, e dos que estão na lista. — Ele apontou o painel para Zia.

— A Bex falou que íamos encontrar algo do tipo. Lembra? — Ela deu de ombros, correndo seus olhos pela sala meio iluminada.

— Lembro, mas, Zia, o seu planeta é o Beta 45? — Ele perguntou, receoso, pois via claramente o nome do planeta.

— Sim, por que? — Zia se aproximou.
— Aqui diz que já foi destruído por Ludo. — Explicou, arregalando os olhos.

  Zia parou. Suas mãos foram ao seu rosto que estava sem o capacete.
— Não, como? Eu nunca ouvi falar isso! — Ela foi até Krent e olhava para as informações sobre o seu planeta.

— É o que diz aqui. — Krent mostrou abrindo um arquivo, a garota olhou sem acreditar no que lia.

— Diz que ele foi destruído por Ludo a mando da União das Galáxias. Mas por que destruíram meu planeta? E por que nunca noticiaram isso? — Zia perguntou e continuava olhando o painel.

— Aposto que só as autoridades sabem disso, menos os cidadãos comuns como nós. — Ele assentiu, concordando com sua própria afirmação.

— Não posso acreditar. Meu planeta destruído. — Ela deixou de olhar o painel, sua mão tampou a boca. Talvez quisesse chorar, mas não tinha certeza do que sentia.

— Sinto muito, Zia. Sua família ainda estava lá? — Krent se aproxima, ela passou as mãos pelos cabelos.

— Na verdade, eu não tenho família. — Zia deu de ombros.
— Eles já morreram? Nunca me contou sobre eles. — Cruzou os braços.

— Não, só nunca foram a minha família. Fugi de casa. — Eles se afastaram do painel.
— Por quê? — Krent parou de andar, ela também.

— Quando meu pai morreu a minha mãe casou de novo e eu tive um padrasto horrível na adolescência. Tive que fugir porque a minha mãe não acreditou em mim. — No momento que Zia falou isso, sentiu como se aquilo que ela reprimiu por anos estivesse voltando, seu corpo tremeu. Krent a abraçou.

— Sinto muito, querida. Não merecia essa merda. É tão incrível e inteligente, sou feliz por conhecer você. — Enquanto falava sua mão acariciava os cabelos de sua amiga.

  Os dois se conheciam há cinco anos, Zia namorava um ex-companheiro de Krent que gostava de roubar, ele fazia mais por diversão do que realmente precisar. O que Krent não apoiava, mas continuava a trabalhar com ele até porque era o único que o ajudava. Zia, cansada das traições de seu namorado resolveu terminar o relacionamento e chamou Krent para ser seu parceiro, ele aceitou e os dois sempre se deram bem. Eram amigos de verdade.

— Obrigada, Krent. Eu costumava pensar que o único que se importou comigo foi o meu pai, mas isso mudou quando eu te conheci. — Os dois se abraçaram de novo.
— Não precisa chorar, não está mais com eles, é uma adulta e se salvou sozinha. —
  Zia secou as lágrimas e colocou de volta o capacete, Krent também, e os dois lembraram do primeiro motivo de estarem ali, as riquezas! Após procurar, finalmente encontraram e transferiam uma quantia com tudo que puderam. De certa forma, conseguiram o que queriam.

Entre As Estrelas | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora