Capítulo 2 - Planos de aproximação

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Making up problems that don't exist
Why do I let myself dream like this?

Cavetown - Moteor Shower

— Ele teve de sair de madrugada, a agência telefonou. Mas seu pai falou que estaria aqui para te levar na escola. — Era sua madrasta. Assim que você adentrou na cozinha e bateu seus olhos nela, a mulher percebeu você dar uma boa olhada na cadeira vazia da mesa posta e pareceu ler a pergunta que pairava em sua cabeça.

— Ele não vai estar. — Você encarou a mesa por um segundo e então deu um bocejo ao afirmar, já conformada. Sem mais paciência para explicações ou conversas, saiu da cozinha e correu até o quarto para pegar seu celular e sua mochila, afinal, estava atrasada devido ao horário em que havia acordado. Quem diria que passar a noite na cama, nervosa, pensando em encontrar Tamaki no dia seguinte e imaginando os mais diversos cenários possível na cabeça resultaria nisso, não é?

Rapidamente, você abriu o aplicativo de mensagem e perguntou como seu pai estava agora, em seguida guardou o telefone no bolso da saia verde do uniforme e o pegou mais uma vez, pois esqueceu de dar uma olhada nas horas. Quando notou o horário até se assustou, você desconfiava estar atrasada mas não tanto.

— Estou saindo para não ficar de fora da aula hoje. — Você anunciou em desespero ao mesmo tempo em que tropeçava pela casa.

— Entendi, passe no mercado e faça as compras, ok? Já te mandei a lista via mensagem. — a mulher na cozinha pediu de longe, lidando com sua criança que não queria tomar café da manhã.

— Hã-rã. — você foi direto até a sala, colocando a meia preta no meio do caminho e de longe passou a vista pelo hall, procurado seus tênis no meio dos outros sapatos. Eles não estavam lá.

— Só não se preocupe muito, tudo bem? ele está dando duro no trabalho para proteger a todos nós! — ela falou com confiança, em alto e bom som no cômodo ao lado. No fundo, você sabia que aquelas palavras eram para tranquilizar e dar esperanças a si mesma e entendia bem a atitude dela, provavelmente estava acordada desde a hora em que o marido havia saído. Ter medo e preocupar-se era algo natural. Somos todos seres humanos e estamos sujeitos às mais diversas fatalidades, ainda mais trabalhando na linha de frente como um grande herói que cuida de todos. Esse é um fardo a ser carregado por quem escolhe esse caminho e entregue as pessoas a sua volta.

— Hã-rã. — Você automaticamente assentiu com a cabeça enquanto procurava o par de sapatos, mesmo sabendo que a mulher na cozinha não iria te ver. Era mesmo perigoso, ainda mais considerando o fato de que era uma emergência no meio da madrugada, mas como um pro-hero, o seu pai vivia em prol do seu trabalho e da proteção das pessoas.

A essa altura você já havia passado pela sala, voltado ao seu quarto e ido a cozinha mais uma vez e olhando todos os quatro cantos do chão a procura dos seus tênis amarelos. Você já estava prestes a dar mais uma volta e ir até o hall de entrada uma segunda vez para conferir novamente quando sua madrasta lhe chamou a atenção:

— Seus sapatos estão ao lado da secadora; não esqueça seu blazer você deixou em cima da cadeira na sala hoje mais cedo. — tomando seu desjejum, a mulher apontou com a cabeça para a direção da lavanderia e, enquanto você corre até o cômodo, pergunta para si mesma quem havia colocado os seus sapatos lá.  — Vai sair sem tomar café? — sua madrasta continuou.

— Hã-rã. — novamente, foi tudo o que você disse em resposta.

— Você está me ouvindo? Não esquece o blazer.— a mulher tentou mais uma vez, irritada com o seu desinteresse. Você jurava que não era implicância.

Platônico - Tamaki Amajiki imagineOnde histórias criam vida. Descubra agora