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No fim das aulas, Becky levou Javier até sua casa e os dois foram ao seu quarto, para ela poder explicar tudo o que tinha pensado

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No fim das aulas, Becky levou Javier até sua casa e os dois foram ao seu quarto, para ela poder explicar tudo o que tinha pensado.

— Pode parecer loucura, mas acho que sei quem é o hacker — ela falou, sentando em sua cama ao lado dele. — Quer dizer, eu não tenho certeza, eu só preciso de uma confirmação. Não posso te revelar isso ainda, mas você pode me ajudar a comprovar as minhas suspeitas.

Becky explicou tudo o que tinha em mente e enquanto eles conversavam sobre várias coisas, o céu lá fora já estava escurecendo.

Javier pousou os olhos em uma foto de Becky, Matteo e suas amigas em cima de um cômodo, então pegou o porta retrato com os olhos ainda na foto.

— Eu esqueci de tirar isso daí — ela falou incomodada com aquilo.

— Bonita a foto.

— Éramos o grupo perfeito. A Brie era minha amiga desde criança e a Barbie sempre foi a mais carinhosa de nós três. Eu não consigo imaginar porquê elas fizeram isso comigo.

— No fim das contas, o hacker até te ajudou, ou você nem saberia disso.

— Eu preferia muito mais não ter sido exposta assim e carregar o apelido de corna, mas ele me ajudou, sim.

— Se serve de consolo, a Brie nunca vai conseguir roubar o seu lugar e o Matteo foi um idiota por ter te traído.

— O Matteo sempre teve apenas metade do seu cérebro e a Brie é só uma cópia barata de mim, fui eu que fiz ela. Mas tem aquele ditado, a beleza ofusca a inteligência, não é?

— Primeiro que isso é preconceituoso e segundo que não é verdade. Tem várias pessoas inteligentes e bonitas por aí, você é uma delas.

— Por favor, Javier — ela inclinou a cabeça e se apoiou no braço.

— É verdade — ele afirmou com convicção.

Becky olhou para ele e viu que ele não estava brincando e, sem pedir permissão, ele se aproximou e beijou ela.

Quando eles se separaram por falta de ar, Javier desviou o olhar claramente envergonhado e fitou o chão. Divertida com a situação, Becky soltou um riso alto e se jogou na cama. Ela nunca tinha conhecido alguém que ficasse constrangido após beijá-la. Primeiro que ela não beijaria alguém como ele se fosse antes, não pela aparência dele, mas sim pelo seu status social.

— Por que está rindo? — Javier perguntou, finalmente olhando para ela e rindo junto.

— A situação — ela deu de ombros. — Você é fofo.

— E por que caras como o Matteo e o Raúl são seu tipo, eu não — ele falou.

— É verdade — ela concordou. — Mas quanto mais rico e bonito, mais filho da puta é.

— Eu acho que está na minha hora — ele disse, colocando a mochila em seu ombro.

Becky se levantou e o acompanhou até a porta de seu quarto, com um sorriso ainda nos lábios e se apoiou no batente.

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