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Me escondi em meu quarto, o único lugar onde poderia chorar a vontade. Minha vida estava destruída. Tudo aquilo que pensei que era meu, na verdade nunca foi. Pensei em Marlee e Dylan, eu os amava muito. Como eles não poderiam ser meus irmãos de verdade ? Como iriam reagir quando soubessem de tudo?
Estremeci quando pensei em meus pais. Eu não tinha o mesmo sangue. Era apenas uma intrusa nas suas vidas, por um momento senti inveja dos meus irmãos. Queria ser eles, e não filha de um casal metidos a besta.

Parece que todo o sofrimento que passaram não serviu para que eles soubessem que nada é fácil, que dinheiro nenhum pode comprar o amor de ninguém. O único sentimento que terão de mim é ódio.
Com todas essas misturas de pensamentos acabei adormecendo.
.

..

( Batidas na porta )
- Mad? Mad? - Minha irmã me chamou do outro lado da porta.

- Posso entrar? - Perguntou ela. Sentei na cama imediatamente e respondi.

- Claro!- Ela abriu a porta e andou pelo quarto e sentou a bera da cama. Reparei em sua face, ela também tinha chorado, com certeza já haviam lhe contato.

- Eu não consigo acreditar. - Comentou ela encarando o teto, seus lábios tremiam.

- Nem eu. - Não consegui dizer mais nada que isso.

- Como você está? - Perguntou.

- Ainda não caiu a ficha, não acredito que não somos irmãs de verdade- debulhei em lágrimas novamente.

- Hey, olhe para mim. - Ordenou ela. - Claro que somos irmãs, não é um sangue que vai mudar isso, você é sempre será minha irmã mais velha.

- Obrigada, eu amo você. - Levantei para abraça-lá.

- Também te amo, Mad.

- E Então, você vai? - Perguntou ela.
Afastei- me dela e cair na cama novamente.

- Mas é claro que não!! - Berrei.

- Imaginei que não tivesse mudado de idéia mesmo.

- Mamãe te contou tudo mesmo? Perguntei.

- Quase tudo. Sei também que a proposta é bem tentadora.

- Tentadora? Como você pode dizer isso? É terrível. - Exclamei.

- Eu entendo o seu lado. Mas viver em uma casa chique. - com certeza eles devem ter. - e morar em um país que existe um palácio com rei e rainha , é impressionante, parece um conto de fadas. Imagina se tiver um Príncipe lindíssimo e solteiro? - Derretia-se Marlee.
Com certeza uma pessoa que aceitaria ir de bom grado para outro país com pais completamente desconhecidos era Marlee. Ela sempre sonhou muito alto, e sempre quis ter dinheiro. Mais uma diferença que tínhamos.

Quando ia começar a discordar do que ela dizia, mamãe bateu na porta e entrou no quarto com o papai logo atrás.

- Marlee, você poderia sair por um minutinho, precisamos conversar com sua irmã. Pediu mamãe ao tocar o ombro de Marlee.

- Grrr .Tudo bem, Depois terminamos nossa conversa. - Prometeu ela. Saindo do quarto nada conformada por ter sido excluída da conversa.
Mamãe esperou ela sair e começou a falar.

- Queremos primeiro que saiba que te amamos muito, e se você quiser as coisas vão continuar como São, eu sei que é tudo horrível para você, e respeitamos isso, não vamos implorar que nos perdoe. mas queremos te perdi algo.

- Já perdoei, Vocês me criaram e me amaram desde o começo, amo vocês por isso - afirmei. - E Então, o que querem?

Meus pais se olharam por uns instantes, decidindo o que falar e minha mãe disse propôs primeiro.

- Queremos que você aceite a proposta de Rebecca e Dener.

- Como? - Questionei.

- Calma, deixe- nos explicar - Pediu minha mãe.

- Nos sentimos muito mal por não termos comprido a promessa que fizemos a eles, apesar de tudo, somos gratos a eles pelo presente que nos deu. E eles sempre respeitaram o acordo. E acho que uma viaje com eles poderia compensar a disfeita que causamos. - propôs papai

- Não posso acreditar, como vocês podem me pedi uma coisa dessas? Estão pensando mais neles do que em mim? - Levantei a mãe até a cabeça e comecei a balançar em negação. - Não quero pais novos, nem um país novo. Não e não! - neguei com tanta raiva que mal podia respirar.

- Não é nada disso, meu amor. Claro que pensamos em você, mas você não precisa aceitar se quiser, não vamos obriga-lá. - Comentou meu pai.

- Não é da nossa vontade que você vá, porém seria bom para nos redimir com eles, aí depois que você voltasse, tudo poderia voltar ao normal, e quem sabe eles te deixariam em paz. - Insinuou minha mãe.

Até que ser deixada em paz não é tão ruim, mas não consigo me imaginar em outro país.

- Eu não sei... eu mal os conheço- Disse.

- Deixaremos você pensar, pense com calma, assim que tiver a resposta, nos chame- Meu pai pediu e saiu junto com minha mãe .

Não sabia como poderia dizer um sim, sei que seria importante para eles, mas para mim é horrível. Mas tudo o que eles fizeram por mim, me criaram mesmo eu não sendo deles, me deram todo amor do mundo, isso eu queria recompensar. Eu poderia fazer um esforço. mas sim por uma boa causa. Pelos meus pais, era uma forma de retribuir.

Fechei os olhos para voltar a dormir de novo, um sono cairia bem, me ajudaria a pensar. Já tinha uma reposta em mente, e só um sono me ajudaria a aceitar toda aquela situação.


Ps: Olá, o que estão achando do segundo capítulo? Espero que tenham gostado, se gostou deixe seu voto e comente, isso é muito importante para mim. ❤
(Aguardem, que logo logo Tudo ficará mais interessante)


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