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A manhã na mansão foi bem esquisita. acordei com café da manhã ao lado da Minha cama. Não sei se queriam me agradar ou me deixar em paz como pedi. No entanto, achei uma péssima idéia, uma total falta de privacidade, eu estava dormindo!!.
Não gostava de ser tão ingrata assim, mas nenhum dos seus esforços me animava. não conseguia sentir nada por eles. Nenhum sentimento fraternal.

Quando terminei de tomar meu café, saí para da uma volta pela minha nova casa, no dia interior não pude vislumbrar direito mas naquele momento pude notar que  a mansão parecia mais linda. Reparei como tudo combinava. A casa era praticamente toda branca com detalhes dourados. No corredor do meu quarto haviam vários vasos e estantes encostados na parede, haviam também quadros chiques que com certeza custavam o olho da cara.

Praticamente a frente do meu quarto ficava a suíte do Dener e Rebecca. Só de olhar a porta dava para perceber que devia ser mais requintado que o meu . Queria da uma olhadinha, mas fiquei com medo deles ainda estarem lá. Não queria bisbilhotar nem nada. Mas ainda tinha a esperança de encontrar algo na casa que parecesse mais o meu estilo - simples. -

Ao dobrar o corredor percebi que possuíam mais quartos nas partes dos fundos do segundo andar. Provavelmente seria dos hóspedes, como os ricos costumavam ter.
Havia Várias outros corredores que serviam apenas para contemplarmos os inúmeros janelões.

As escadarias que davam para o terceiro andar e para o segundo eram luxuosas, enormes. o corrimão parecia ouro, brilhava tanto quanto o piso Branco.
Só aquelas escadas eram mais linda que minha casa toda.
Desci as escadas rumo a gigantesca sala. Linda como qualquer outra parte da casa.

Não tinha nada para fazer ali. Me sentei por uns instantes no sofá, mas logo me senti deslocada, mesmo com todas aquelas roupas chiques que usava, não me sentia bem.
Olhei em volta, vi alguma das empregadas limpando e espanando  pequenas estantes e a chamei:

- Humm. Heey, você - Levantei uma das mãos para chamar sua atenção.

- Pois não, senhorita. -  a moça caminhou até onde estava e se colocou a minha frente. Usava o uniforme de empregadas que se ajustavam bem a sua cintura. Era jovem. Parecia só alguns anos mais velha que eu.

- Querida. Você sabe me dizer se Rebecca e Dener se encontram? - Perguntei de uma forma graciosa.

- Saíram logo cedo para o hotel, senhorita. - Respondeu com muito entusiasmo, acho que não era acostumada a ser tratada com tanta delicadeza, ou por eu ser a filha perdida dos patrões.

- Obrigada... O que tem de bom para fazer aqui? - perguntei mais uma vez parecendo entediada.
Ela riu um pouco, com certeza ela achava entediante também.

- No terceiro andar, à salas para todos os tipos de coisa. Sala de jogos,  sala de instrumentos musicais, um cinema, tem spa com uma jacuzzi também caso a senhorita queira relaxar. E uma biblioteca.

- Nossa, impressionante. - falei perplexa.

- Mas se a senhorita não quiser subir, aqui temos uma piscina interna com aquecedores para os dias frios como esse. Temos também a piscina  externa, mas só é aberta nos verões.

Fiquei magoada por um momento , preferia a externa, com a luz do sol queimando minha pele. lembrei dos finais de semana quando eu era criança. meus pais nos levavam para o parque do bairro, tinha uma pequena piscina, eu amava.
Olhei para a jenela, o dia estava chuvoso, e nenhum sinal de sol.

- Acho que a piscina é uma boa opção, desculpa atrapalhar seu trabalho. -
Disse levantando e indo em direção ao quarto para me trocar.

Nadei por alguns instantes e me perdi em pensamentos. Como minha vida tinha mudado tão rápido. Em menos de duas semanas.
A dias atrás estava ajudando Minha mãe nos afazeres da casa e agora estou sendo paparicada com luxos em uma mansão. As vezes fico pensando se irei algum dia me acostumar com isso, se vou mudar e me tornar um deles. Afastei esse pensamento de novo. Nunca e ninguém vai mudar quem sou.
Pensei também no dia anterior, como aquela volta me fez bem, conheci uma pessoa legal. Igual a mim. Super educado. Não sei se ele já me considerava, porém eu já o tinha como amigo.
E de repente lembrei que não sabia quase nada dele, nem se quer tinha pegado seu número. Como falaria com ele de novo?
Droga!! Como sou burra.
Ele estava mais para um desconhecido agora, desses que conhecemos no ônibus e depois nunca mais vemos.

Fiquei entendiada o dobro depois daquele banho de piscina.

Fui direto para o meu quarto. Me troquei. Abrir o imenso guarda roupa e peguei uma calça Branca e uma blusinha preta  e experimentei.  - Nada mal - coloquei um casaco leve por cima, estampado com as mesmas cores, que iam até as minhas coxas.
deixei os cabelos soltos, passei um pouquinho de maquiagem. E calcei umas botas de cano curto. Planejava ir até uns dos hotéis onde meus pais biológicos estavam, precisava que eles me desse alguma tarefa para que eu pudesse fazer alguma coisa durante o dia.

Peguei umas das inúmeras bolsas que tinha ganhado. E enfim estava pronta. Me olhei no espelho antes de sair. E naquele dia estava linda, elegante, parecia de verdade uma pessoa fina.

Sair da mansão e notei que a chuva já tinha parado, só fazia muito frio. Avistei o motorista da família que estava procurando algum sujo na luxuosa limusine que estava brilhando, estacionada em frente a mansão. Caminhei em sua direção, passei pelo segurança que dessa vez não me barrou.
quando cheguei perto. O motorista ajeitou sua postura e comprimentou.

- Bom dia, senhorita. Deseja Sair? - Perguntou já abrindo a porta da limusine.

- Gostaria que me levasse ao hotel onde Rebecca e Dener estão. - Pedi olhando ao redor, contemplando as ruas que ficavam maravilhosas pela manhã.

- Com todo prazer,  pode entrar senhorita-  Falou estendendo a mão para me ajudar. peguei sua mão e antes de entrar lembrei de uma coisa.

- Passaremos pela ruas próximas ao Palácio? - perguntei, suplicando para que ele dissesse que sim, quem sabe encontraria Arthur de novo, e dessa vez perdiria seu número.

- Infelizmente não senhorita, por acaso quer conhecer o Palácio? Posso passar por perto se quiser - Sugeriu

- Não, é outra coisa.. humm. - Pensei por uns instantes e prossegui. - Na verdade sim, quero passar perto. Se Não for muito incômodo para você- Falei.

- De jeito nenhum-  Negou o motorista.

Entrei na limusine e seguimos pelas lindas ruas de braga, abri as janelas do carro para ver melhor.
Notei como meu coração desejava vê-lo de novo. Eu sei que nem o conheço direito, mal conversamos, mas me enchia de expectativas para saber mais sobre ele, era misterioso, E isso também me agradava. Me assustei com essa vontade de encontrá-lo. eu sei que ele tinha que ser apenas um amigo para mim . mas sentia, - não sei porque- . que seria algo bom conhecê-lo.

Nunca desejei essa vida Onde histórias criam vida. Descubra agora