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- É uma longa história. No entanto vou resumir para você -. Disse, imaginando a exaustão que me daria ao pensar nisso.

-Bom, a mais ou menos uma semana atrás, descobri que eles são meu pais verdadeiros e que tinham me abandonado logo quando nasci, e agora estou aqui. - Falei o mais rápido que pude.

- Nossa, tão rápido assim? E onde você cresceu? - Perguntou ainda mais cheio de dúvidas.

- Sim, rápido. Se fosse pela minha vontade, nem estaria aqui. e bem, cresci com a família para quem eles me doaram.

- Nossa... estou pasmo. E porque veio então? - Perguntou de novo rapidamente, sem ao menos respirar.
Comecei a rir com sua curiosidade. Reparei em cada movimento e reação que seu rosto dava, confesso que sua beleza era inigualável. Mas não podia ficar reparando muito. Beleza engana. O que importa é o interior, e ainda mais não estava interessada.

- Como te disse, é uma longa história, não quero entrar em detalhes- baixei o rosto para que ele notasse que não queria continuar mais com aquele assunto.
- okay. - Ele olhou para a frente, ainda com as mãos para trás. ficamos em silêncio por alguns segundos, até que ele tomou coragem e perguntou:

- E o que está achando?

- De Quem?- Perguntei rapidamente.

- Do país, é claro. O que está achando de Braga? - Afirmou olhando ao redor, como se admirasse o país.

- Quer saber a verdade mesmo? Não estou achando nada ainda, é bonito mas não me desperta nenhum interesse. - Rebati olhando para ele.

- Aah. Uma pena.  - Pensou por alguns estantes e falou: -Percebo que há algo que lhe incomoda aqui, e não é o país em sí. - Insinuou ele, me encarando.

- Você é muito espertinho sabia? - Brinquei.
- Realmente há algo. Meus novos pais, não queria falar mal deles pra alguém Desconhecido, mas me incomoda que eles acham que tudo pode se comprar com o dinheiro. Meu carinho, minha atenção, e pior, meu amor.

- Entendo bem. - Falou como se passasse pelo mesmo.

- Eu amava minha vida, tinha uma vida simples e pra mim era perfeito assim. Não era pobre ao ponto de passar forme não. Mas tinha uma vida média, e era o suficiente. Nunca gostei de riquezas, luxos. E agora tenho que conviver com isso. E para ser sincera, dinheiro gera ganância, e todos os ricos são assim, gananciosos, e prefiro manter distância. - Disse parando em sua frente. Ficamos parados no meio da rua. E ele perplexo com minha confissão.

- Ah, me desculpe, acho que te ofendeu . - Fiquei péssima, com certeza ele era um garoto rico, se estava por essas redondezas de classes altas.

- Hum .. éee. Não não. Sou comum também, não se preocupe. - Comentou desviando o olhar.
Então ele era alguém comum como eu, fiquei feliz, que bom que algo bom aconteceu. Caminhamos em silêncio por poucos minutos. Queria puxar algum assunto, mas nada de interessante vinha a mente.

- Preciso ir. - Disse ele parando umas duas casas antes da minha.

- Mas minha casa é logo ali. - Confirmei apontando para a grande mansão. Ele olhou também, como olhou para os lados.

- Acho que aqui é suficiente. Não está tão longe. E preciso voltar para o pa.. - Gaguejou. Um pouco.

- Para casa. - Completou.

- Foi um prazer conhece-lá Senhorita. - Falou pegando minhas mãos e a beijando tão delicadamente. Me senti realmente uma dama naquele momento. Seus lábios eram tão macios contra a pele da minha mão.

- Um verdadeiro cavalheiro, todos os homens aqui são assim? - Perguntei irônicamente e rindo ao mesmo tempo.

- Os melhores - brincou.

Comecei a dar gargalhadas, pela primeira vez em dias.

- Foi um prazer também conhecê-lo - Afirmei . Encarando-o, ele fez o mesmo.
Ficamos nos encarando por um tempo, de repente ele comentou.

- Você é muito lin..

- Madelyn, querida?- Rebecca chamou, virei para olha-lá. Estava tentando abrir os portões da mansão.  Com certeza ela ouviu minhas gargalhadas e veio conferir.
- Onde se meteu? estávamos morrendo de preocupação . - Exclamou já com os portões abertos e vindo em minha direção.

- Estou aqui. Não se preocupe, estou bem - Respondi.

- Com quem estava? Perguntou.

E de repente me lembrei que não estava sozinha, quando virei para olhar meu novo amigo. Ele já estava longe, caminhando rumo ao final da rua.

- Você o assustou- Acusei.

- Percebi. E Então. Me responda, quem era? - Perguntou como se tivesse alguma autoridade.

- Hey, baixe a bola. Era só um desconhecido que me ajudou a achar o caminho de volta. Respondi, passando por ela furiosa, por ter adquirido toda essa autoridade comigo. E também por ter espantado meu novo amigo.

- Madelyn, espere por favor. - Exclamou ela.

Não parei para escuta-lá, segui meu caminho rumo a casa, pisando com força para intimidar.
Escorado ao portão, Dener esperava, com certeza ouvindo tudo.

- Huumm, um novo amigo, interessante. - Insinuou todo empolgadinho.

- Me deixem em paz. - Rebati. Passando por ele também. Entrei no meu quarto.
Em um dia eles já achavam que podiam ter as mesmas intimidades que meus pais. Rebecca me chamando atenção por ver um menino comigo, e Dener todo animado.
Pelo menos uma coisa naquela noite não foi tão ruim assim. E essa coisa me fazia sorrir.
-Arthur-.
Um jovem bem misterioso. foi um cavalheiro, me tratou como uma dama. E teve o prazer de me acompanhar.  Será que naquele momento ele iria me elogiar.  Odiei Rebecca mais uma vez por ter estragado aquele momento. Me joguei na cama com aquele pensamento.

Ele era tão formal. Para uma pessoa comum como eu, - como ele disse que era- . Tinha bons modos. E era extremamente lindo. Sorri de novo.

Chega! Chega. - Coloquei as mãos sobre os rostos-  Como disse, era só um amigo, precisava de um comum como eu naquele momento. Meu coração não estava disponível para ninguém mais. E Arthur seria um bom amigo. E esse seria seu lugar.











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