Tomo I - Retalhos dispersos

5 1 0
                                    

Robson, conhecido entre os amigos como Róbin, jovem trabalhador da maior agência bancária do Banco do Brasil, em Porto Alegre, era conhecido de todos os mensais transeuntes do banco, principalmente os aposentados que gostam de ter alguém para conversar. Sua função de segurança, nos três primeiros anos de emprego foram de imbatível tranquilidade. Seu colega de trabalho, Yudi, um brasileiro com traços orientais, fruto do amor nipônico de sua mãe, uma polaca italiana característica, fez com que fosse uma mistura interessante, tirando os momentos em que seus colegas lhe perguntavam como ele conseguia comer polenta de hashi, entre tantas e tantas outras piadas. Sua amizade no trabalho se estendeu para outros espaços, churrascos, passeios e tardes de domingo na redenção tomando chimarrão. No nascimento do segundo filho de Róbin, Yudi e sua noiva, Márcia, foram convidados para padrinhos. Convite que foi aceito com considerável alegria. O casal de padrinhos ainda não tem filhos, pois querem comprar sua casa própria antes para, já instalados e com uma boa estrutura, dar início à está árdua missão. Mas Yudi disse a seu querido amigo que iriam iniciar a prática já com seu afilhado, o Tiago, apelidado pela Márcia de lindão da dinda. Na agência bancária, após o nascimento, a festa foi de todos os funcionários. Não apenas pelos três excelentes charutos cubanos distribuídos por Róbin, mas também por ele ser amigo de todos no banco. A respeito dos charutos cubanos, cabe uma pequena consideração. Guilherme, ao ter sua conta nesta agência bancária, vai toda a semana para fazer algum saque ou, algumas vezes, até mesmo para conversar com os dois seguranças. Ao saber da notícia do nascimento do segundo filho do Róbin, lhe levou três charutos cubanos de presente.

- Como eu posso agradecer por este presente Guilherme? Estes charutos são muito caros.

- Fica tranquilo Róbin, um dia a gente pensa em alguma coisa.

Até mesmo o gerente da agência foi lhe dar os parabéns, assim como, para o Yudi. Nessa circunstância, o segurança nipônico recebeu a alcunha de O fiel escudeiro, algo como a famosa dupla Dom Quixote e Sancho Pança. Yudi, de imediato não gostou muito do apelido dizendo que não era gordo, e não tinha pança nenhuma, o que foi esclarecido e aceito por ele.

A Andorinha de ManoelOnde histórias criam vida. Descubra agora