cap. 5 - clima quente

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Primeiro é o beijo quente, a língua procurando a outra e vendo se a boca combina. Se combina o beijo já é meio caminho andado.

~Cazuza


Sina Morry's
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_ Quem é você?

Minha voz sai um tanto aguda e completamente bizarra, tenho certeza que se não fosse pelo meu total nervosismo por ter um estranho na minha casa, segurando a minha caneca do Harry Potter, A MINHA CANECA PREFERIDA DO HARRY POTTER!, eu com certeza estaria rindo de mim mesma.

Mas esse não era o caso, havia um homem- muito gato a propósito- sentado no canto do meu sofá de camurça marrom e eu não sabia nem o porquê daquele ser com o par de olhos mais intensos que eu já vi na vida estar ali.

Foco Sininho!

Sua atenção é tirada da caneca e direcionada para mim, enquanto uma leve tensão surge na sala, seu corpo parecia ficar rígido à medida que suas bochechas adquiria uma tonalidade rosada.

_ Vo.. você não se lembra? _ ele pergunta parecendo decepcionado e eu nego com a cabeça.

Lembrar? Lembrar do que? Será que a gente...? Aii meu Deus!

Arregalo os olhos deixando nítido o que eu estava pensando.

Put4 merda! Fui pra cama com um desconhecido!

Sinalizo meu dedo indicador, pedindo um minuto para pensar.

Sina relaxa você já fez isso, lembra do tempo de faculdade? -  Meu subconsciente tentava amenizar a situação, mas a única coisa que lembrava da faculdade era do embuste do Gregory se aproximando cada vez mais de mim e ganhando meu coração.

Momentos da noite anterior me invade e a loucura de dar em cima dos famosos me faz ruborizar de vergonha, não acredito que eu fiz isso. Respiro fundo assim que me lembro o motivo de ter afogado minhas mágoas dos últimos meses nas bebidas diversificadas daquela boate.

O casamento.

Só de pensar sinto a dor de cabeça voltando à tona, uma parte de mim gritava como se eu devesse parar de pensar naqueles dois, superar e focar mais em mim, mas a outra parte, talvez a parte má, zangada, triste e totalmente frágil do meu subconsciente movia-se diretamente para a ferida que se cicatrizava em meu coração, deixando apenas o sofrimento e a fragilidade após um chifre.

Preciso tomar um remédio assim que mandar esse cara estranho embora, talvez eu volte novamente a minha rotina de angústia.

O som estridente do interfone me dá um choque de realidade fazendo com que eu sobressalte. Meu coração pulsava disparadamente, enquanto um par de olhos azuis continuava a me encarar esperando uma resposta.

_ Não se mexa! _ aviso pegando uma das pequenas esferas de vidro que decorava a mesinha de centro da minha sala.

Sei lá, vai que esse cara é do mau e tenta abusar de mim, tenho que me proteger de alguma forma, não é?

Dou uma última fuzilada com os olhos no rapaz e ando até o interfone.

_Hm oi? _ pergunto ao atender aquele aparelho e dar gloria a Deus pelo barulho um tanto irritante ter parado.

Era o Sr. Skinner, o porteiro do prédio onde eu morava, mas eu não entendia absolutamente nada do que ele falava, as frases que ele dizia estavam tão rápidas e sobrecarregadas de emoções que pareciam virar uma só palavra e um trava línguas para meus ouvidos, o Sr. Skinner continha o doce e enrolado sotaque mexicano o que dificultava ainda mais eu entender qualquer coisa que ele estava dizendo.

Do Nada - Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora