Capítulo 3 - Encanto

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Quando a claridade começa a incomodar Ten, ele decide que já é hora de despertar. Relutante em abrir os olhos, levanta rapidamente com o coração acelerado depois de realizar tal ação.

– O que você pensa que está fazendo? – ele esbraveja para Hendery.

– Apenas observando você dormir.

– Não faça isso, okay? Nunca mais.

– Te incomodou? – Hendery pergunta com uma expressão confusa.

– Sim, e muito. Aliás, você não dormiu?

– Eu não durmo. Achei que você soubesse. Consta no manual de instruções. 

Pausa. 

– Você quer que eu o pegue? – Hendery pergunta.

Ten nega com a cabeça. – Eu lerei com calma mais tarde. Apenas me deixe a par desse lance de você não dormir. – ele diz enquanto se levanta e começa a arrumar as cobertas.

– Eu não preciso. É necessário apenas recarregar minha bateria, mas dependendo da quantidade de energia que eu gaste, você pode fazer isso a cada 3 dias. Eu recomendo fazer enquanto você dorme, assim será como se eu estivesse dormindo também.

– Entendi. Então você ainda tem energia acumulada.

– Bastante. – Hendery sorri.

– Quanto tempo você ficou me observando?

– A noite inteira.

Ten paralisa. “Okay. Isso é um pouco assustador.”

••••

Era um bom dia para fazer compras. Não que Ten fosse alguém que gostasse de gastar horas de seu dia andando atrás de produtos que nem precisava apenas para suprir às necessidades do capitalismo. Hendery precisava de roupas novas. Embora se recusasse a aceitar, Ten tinha uma altura inferior à do robô.

Sacolas e mais sacolas ocupavam os braços de Ten, fazendo com que o garoto sumisse atrás das mesmas até Hendery se oferecer para ajudá-lo. O tailandês se recusa, mas o outro não dá ouvidos e, antes que ele percebesse, estava com os braços vazios.

– Eu não precisava de tudo isso, sabe?

– Você é muito modesto. Quer que eu devolva?

Hendery nega com a cabeça enquanto sorri.

– Eu sabia.

Hendery coloca as sacolas todas em um lado do braço balançando o braço que havia ficado livre no vazio até encontrar o que estava procurando: a mão de Ten. O mesmo leva um susto, mas finge não se surpreender com tal atitude enquanto gagueja qualquer coisa aleatória, fazendo Hendery sorrir como se aquele momento fosse o mais feliz de sua vida, o que quer que significasse ele ter uma vida. 

– Ten! – uma voz conhecida o chama e ele rapidamente solta a mão do companheiro.

– Taeyong! Dando uma volta? Oh, olá Jaehyun.

Jaehyun o cumprimenta em reverência. 

– Tomando um ar. Temos passado muito tempo no apartamento. Na verdade, eu preferia ter ficado lá. Jaehyun que queria “respirar”.

Taeyong era amigo de infância de Ten. Embora ainda fossem muito próximos, o fato de frequentarem faculdades diferentes acabou os distanciando um pouco. Além do mais, Taeyong também era muito ocupado. Entretanto, eles sempre trocavam mensagens ou faziam ligações nos fins de semana. Apesar de não manterem contato frequente, não é como se eles tivessem uma amizade frágil. Mesmo que não ficassem conversando um com o outro vinte e quatro horas por dia, Ten sabia que poderia contar com Taeyong sempre que quisesse. E a recíproca era verdadeira.

Boyfriend Material | tenderyOnde histórias criam vida. Descubra agora