Any's pov
Eram umas 7horas quando acordei assustada por ouvir um barulho estranho na cozinha. Desci correndo para ver o que era, e não fiquei nem um pouco surpresa ao ver Sabina parada ali olhando para a minha cara como se tivesse sido pega enquanto rouba um banco. O que essa garota estava fazendo uma hora dessas na minha casa??
-Sabina?! Você quer me matar de susto? Achei que fosse um ladrão ou sei lá.- exclamo irritada, pois já imaginava o porquê dela estar ali.
-ANY GABRIELLY ROLIM SOARES! Você sumiu desde ontem, não respondeu nenhuma das minhas mensagens e nem atendeu minhas ligações. Você tinha saído com um estranho, tem noção do que eu passei achando que você tinha sido sequestrada?- a garota diz e tudo que eu sei fazer é rir. Só pode ser piada.
-Sabina, são 7 da manhã. E eu não dei notícias porque meu celular descarregou, cheguei em casa um pouco tarde e apenas tomei um banho e dormi, estava super cansada. Não achei que fosse ficar tão preocupada assim. E posso saber por que estava saindo sem que eu visse que estava aqui?
-Ah, eu entrei de fininho, estava com medo de ver o Joshua pelado na sua cozinha.-ela diz e a olho com raiva, mas a garota apenas ri.-Fui no seu quarto, e você parecia estar no mais profundo sono, então resolvi não te acordar, mas esse abajur estava no caminho...
-Tudo bem, eu limpo, mas agora que você me acordou, vai ser obrigada a ir tomar café comigo.
-Que bicho te mordeu... ah, espera, não responde.-Ela diz e começa a rir, dou um tapa fraco em seu braço mas a acompanho. Gostava de momentos assim com Sabina, os mais simples eram os mais divertidos.
*
Sabina quase me matou quando eu lhe disse que iria sair com Josh novamente. Não por estar com raiva ou algo do tipo, ela quase me matou de vergonha. Assim que lhe contei, a garota começou a gritar euforicamente e todos que estavam no café olharam para nós duas. Eu apenas escondi meu rosto no meio do cardápio e ri muito. Eu amava minha amiga doidinha que sempre me faz passar vergonha.
Agora estou esperando Josh, que nem me disse onde iríamos, mas prometeu que ia ser divertido. Novamente, escuto uma buzina e um déjà-vu me consome. Sorrio sozinha e desço as escadas, e lá estava ele, encostado no carro olhando para mim. Dessa vez ele não tentou abrir a porta do carro, e agradeci mentalmente por isso. Odeio que as pessoas façam coisas tão bobas para mim, me sinto inútil.
O caminho foi tranquilo, apenas cantamos e dançamos algumas músicas, e finalmente, chegamos ao destino final: um parque de diversões.
-Que cara é essa? Não gostou?- Peguntou Josh quando percebeu que eu não havia esboçado nenhuma reação.
-Não! Pelo contrário, eu adorei!- ele sorriu aliviado e descemos do carro, indo em direção a banca para comprar os ingressos.
-Hum, em qual brinquedo quer ir primeiro?-ele pergunta.
-Carrinho bate bate?- o olho desafiadoramente.
-Hum, claro! Eu sou ótimo no volante.
E então nós fomos, eu em um carrinho e Josh em outro. Eu o provocava, e ele me perseguia. Foi incrivelmente divertido, eu me sentia uma criança novamente enquanto gritava todas as vezes que seu carrinho batia no meu. Depois, fomos na montanha russa, acho que nunca ri tanto na minha vida. A adrenalina me deixa boba, rindo a toa, e tudo ficou melhor ainda com Josh gritando como um bebê e pedindo sua mãe. As pessoas nos olhavam como se fôssemos loucos, e nós realmente éramos, é bom ser louco as vezes.
Fomos em vários outros brinquedos depois, e quando nos cansamos, decidimos tentar a sorte nas barraquinhas de prêmios. Acertei duas bolas na boca do palhaço, e escolhi um golfinho rosa.-Para mim? Não precisava- disse Josh tentando tirar a pelúcia das minhas mãos.
-Ei! Não, não tenho culpa se você é ruim de pontaria. O mérito é meu, e o prêmio também.-sorrio vitoriosa e ele ri.
-Tudo bem, mas, para encerrar o dia, temos um lugar para ir.
A roda gigante. Meu Deus, se isso fosse um filme, eles subiriam, olhariam a vista e a garota falaria que ela é linda, e o mocinho diria a clássica frase do "só não mais que você". E eles se beijariam, e viveriam felizes para sempre. Ou não, porque, a não ser que houvesse um filme 2, ninguém saberia o futuro deles. Clichês, sempre os amei, mas apenas nos livros e séries. Na vida real isso tudo é muito diferente.
Mas nós fomos, e a vista era realmente bonita, mas eu é que não iria dizer isso em voz alta.-Muita gente diz que a vida é uma montanha russa, cheia de altos e baixos. Mas eu não acho. Acho que se tivéssemos que compará-la com algum dos brinquedos do parque de diversões, seria com a roda gigante.-Josh diz, me tirando do meu transe.
-Por quê?- pergunto realmente interessada.
-Porque, quando estamos em baixo, ficamos ansiosos para subirmos e finalmente vermos a vista. Essa ansiedade faz o processo de esperar, ser chato. Mas quando chegamos no topo, tudo vale a pena.-Ele conclui. Fico quieta por alguns minutos pensando. Aquilo fazia sentido. Muito sentido.
-Quer dizer que, para cada desafio, há uma vitória?
-Eu acho que sim.- ele responde e o encaro, mas ele percebe e continua.-Obviamente, alguns demoram mais para vir. Mas de um jeito ou de outro, acho que sempre vai ter algo bom para compensar o ruim. Afinal, não ficamos tristes para sempre, em algum momento, nós sorrimos não é? Nem que seja com alguma lembrança antiga, ou com algum plano para o futuro. Nós sorrimos, em algum momento, depois de chorar, nós sorrimos.
Josh me deixou em casa, novamente, e, por algum motivo, suas palavras haviam feito um sentimento novo nascer. Talvez esperança. Esperança de que tudo realmente fique bem. Será que, depois de tanto tempo, seria mesmo possível voltar a acreditar?
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10 days {Beauany}
FanfictionAny Gabrielly é uma adolescente que com apenas 17 anos já passou por coisas muito difíceis. Ela tentou por muito tempo seguir a vida, mas agora, com a morte de sua mãe, seu mundo perdeu totalmente a cor e ela percebeu que talvez não valesse a pena s...