Capítulo 9 - A Biblioteca

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P.O.V. Alexander

Como pude ser burro à ponto de pensar que só nos deixariam sair? Aquela era a faculdade mais segura do estado. Me senti culpado, embora Eliza que tivesse me convidado. Queria fazer algo, mas não consegui pensar em nada. Entrei no quarto e deitei na minha cama, olhando para o teto.

Após alguns minutos, corri os olhos pelo quarto, parando na minha escrivaninha bagunça. Tive uma ideia. Uma ideia brilhante, modéstia a parte.

:)

P.O.V. Eliza

Entrei no quarto e, para minha infelicidade Maria estava fazendo um trabalho com alguns colegas de turma. Sentei na minha escrivaninha e começei a estudar. Se iria passar o fim de semana sozinha, que fosse com algo produtivo.

Alguns minutos lendo as páginas e percebi que não adiantaria. Não prestava atenção no que estava escrito, me fazendo ter que ler mais de uma vez cada parágrafo. Liguei meu celular e me deparei com uma mensagem de Alex:

Alex
Olhe pela janela

Você
Por que?

Alex
Confia em mim?

Você
O quê?

Alex
Eu perguntei se você confia em mim

Fui até a janela e Alexander estava do lado de fora, perto do pequeno lago. Ele acenava me chamando.

Desci as escadas do prédio e saio pela porta, eufórica. Quando olhei para o lago ele não estava lá. Procurei o redor e vi ele perto do prédio principal. Me chamando. Me dirigi até lá e ele começou a andar, acelerando e olhando para trás de vez em quando. Aquilo era um pega-pega? Muito maduro. E eu sou madura, então logo estava correndo atrás dele.

Após algum tempo já adentramos o prédio e estávamos perto da biblioteca. Ele entrou lá e desacelerei. Eu estava cansada, e ele não iria sair pela janela. Adentrei a biblioteca lentamente e me surpreendi quando vi que ele não estava nem nos sofás, nem nas mesas. Começo a passar por entre as estantes, procurando-o. Encontrei-o em uma das estantes mais afastadas, sentado no chão com algumas almofadas e um notebook no colo. Me apoiei nas estantes incrédula:

"Vai me contar o que está acontecendo?" tentei parecer séria, mas não podia mentir dizendo que não gostei dessa brincadeira de pega-pega.

"Nosso cinema particular!" disse ele, e logo após me chama "Senta aqui! Vamos assistir alguma coisa!".

Ele me estendeu a mão, eu a peguei e sentei ao lado dele. Estávamos meio apertados, mas estávamos confortáveis perto um do outro. Há alguns dias estaríamos ruborizados, mas agora já havíamos nos acostumado com estar perto um do outro. Fiquei feliz sabendo que o incidente com Maria não afetou meus sentimentos por ele.

Ele colocou o notebook em cima de nossas pernas e perguntou o que queria assistir.

"Escolha você!"

"Acho justo. Fui eu quem preparou tudo isso mesmo"

"Idiota"

"Sou idiota, eu admito. Mas sou um idiota romântico"

Ri e ele colocou um filme de comédia romântica.

"Então o senhor gosta de filme de menininha?" provoquei.

Ele ri e em resposta passa o braço por trás de mim, me abraçando. Senti um arrepio na área que ele tocou, mas não dei atenção.

De uma área da prateleira que não havia livros ele puxou um saco de pipoca após alguns minutos de filme, deixando dois refrigerantes lá. Ele pegou uma pipoca e pediu para eu abrir a boca e fechar os olhos. Fiz o que ele pediu, pensando que ele jogaria a pipoca na minha boca, como fazem na TV. Eu estava enganada.

Ele se aproximou sua cabeça da minha e selou nossos lábios em um beijo demorado. Seus lábios eram quentes e doces e se encaixavam perfeitamente com os meus. Ele pôs a mão direita no meu rosto e, a esquerda, repousou em minha cintura. Percebi que tinha que fazer algo com as minhas, então pus minha esquerda em seu pescoço e a direita repousei em seu peito. Ele levou a mão que estava em meu rosto até minha nuca e me puxou mais pra perto. Após algum tempo separamos nossos rostos em busca de ar, mas deixamos nossas mãos onde elas estavam. 

"Vamos perder o filme" brinquei.

"Ora, eu cuido disso" respondeu, tirando uma mão de meu pescoço e pausando o filme.

"Melhor" disse eu, o puxando para outro beijo. Ele rapidamente retribuiu, e nosso beijo foi ficando um pouco mais quente. Me sentei de frente para ele, ainda o beijando e coloquei minha direita em sua cabeça e a esquerda em seu ombro. Ele colocou sua esquerda em minha cintura e  a direita permaneceu na minha nuca.

Após algum tempo nos separamos e olhamos nos olhos. 

"Esqueceu que estamos na biblioteca? Que comportamento é esse, Schuyler!" provocou Alex, me fazendo gargalhar baixo. Saio da frente dele e retomamos nossas posições originais, com a diferença de que apoiei minha cabeça no peito de Alex, que ficou fazendo cafuné em mim. 

Terminamos o filme já era 19h30. Eu e Alex nos despedimos e rumamos aos nossos dormitórios, sem antes darmos um selinho de despedida. Eu me sentia leve, como se só Alex e eu existíssemos. 

Hamilton College (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora