VI

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As águas congelantes afundavam-me cada vez mais. Eu podia sentir meus pulmões se enchendo com a água salgada, podia sentir a falta de ar me consumindo aos poucos. Podia sentir o desespero, a luta por uma única lufada de ar. Minhas pernas se debatiam enlouquecidamente embaixo d'água, tentando me levar para a superfície, mas apenas faziam-me afundar mais. O fôlego acabou. Meu pulmão se encheu. Esperei que em conjunto com todas as coisas que estavam indo embora o desespero fosse junto, mas não foi. Levei um susto ao sentir o ar entrando novamente em meus pulmões, levei um susto no momento em que saí de meu transe e foquei novamente na imagem à minha frente. A angústia me sufocando por saber que a realidade era pior que o pesadelo em si, por ser simples e aterrorizantemente real.

O Uni(verso) em NósOnde histórias criam vida. Descubra agora