Still Don't Know My Name - Labrinth

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E se os opostos realmente se atraem? Até que ponto o Efeito Borboleta pode causar o caos? A excitação da corda bamba vale a pena? Vivemos só uma vez? Manoela mergulhava em questões abissais de sua própria mente, e ao mesmo tempo não conseguia conter seus impulsos confusos e tortos, enérgicos e calorosos.

As paredes daquele apartamento pareciam esmagar toda sua energia, era como se ela estivesse com dez anos de idade novamente, sentindo aquela insegurança infanto juvenil extremamente conflitante sobre existir. Sim, existir. Ao seu redor tudo parecia como um redemoinho. Sentia-se no olho do furacão.

Já nem conseguia chorar. Só paralisou o olhar no horizonte.

Seu pai reapareceu ao seu lado novamente.

- Manu. Podemos conversar?
- Claro. - Respondeu, sem desviar o olhar do ponto fixo e distante.
- Você realmente é amiga daquele cara?
- Eu sou sim, pai... Eu tenho certeza de que ele é inocente. Já foi provado na justiça também... Porque que continuam nessa?? Eu não entendo.
- Jura?
- Do fundo do meu coração, com toda verdade que existe em mim. - Respondeu olhando para o pai. - Eu gosto demais do Prior. Queria que todo mundo visse ele como eu vejo.

O homem se surpreendeu.

- Mas eu não acho que seja bom pra sua carreira você aparecer por perto dele nas revistas e instas de fofoca Manu... Você SABE que não faz bem pra sua imagem, pra tudo que você construiu... Ninguém pode tentar diminuir seu brilho.

O pai colocou o braço em volta de seus ombros.

[MANU'S P.O.V.]

A psicologia diz que quando há uma certa manipulação ou influência maior de alguém sobre a sua vida ou suas atitudes, a presença de um tato firme sobre você é grande. Toda vez que meu pai coloca o braço em volta dos meus ombros e me puxa pra mais perto, me sinto mais debaixo de sua asa. Mas a sua asa mais parece uma gaiola para um passarinho como eu.
E, sinceramente? Perto dos trinta e se sentir assim, é exaustivo pra caramba.

Mas... O pior é o conforto. É confortável ouvir alguém dizer o que acha que é melhor pra você, quando nem você mesma se dá conta... do que que é o melhor... É difícil.

- Obrigada pai.

Simplesmente fechei os olhos e repousei minha cabeça em seu ombro. Era bom esse conforto.

Apesar do momento tenso, foi uma boa tarde depois. Conversamos muito, cantamos muito. Nem parecia que eu estava passando aquele sufoco.

Vou dormir mais aliviada?
Bom... Não. Nem um pouco.

•••

Naquela manhã, no apartamento de Prior...

[PRIOR'S P.O.V.]

Tomando meu café, olhei pela janela.
Quando eu já estava acostumado a fazer isso sem lembrar dela por aqui, tudo voltou à tona...

Mas... Foda-se mermão. Foda-se.

Lavei a caneca.

Daqui alguns minutos os caras chegam... Passei as cervejas pro congelador. Liguei uma playlist qualquer pra tocar. Sentei no sofá, estirado. Rapaz, tava começando a sentir o cansaço da ressaca...

Olhei pra estante... Lá estava o meu chapéu. 

Já estava tudo decidido, porque que ela tinha que reaparecer agora? Pra me bagunçar, sei lá? Aliás, porque diabos eu fico tão fudido com isso? Era pra acontecer só daqui a dez anos... Pode ir parando Deus... Tô preparado não...

Tudo no sigiloOnde histórias criam vida. Descubra agora