Direção - Manu Gavassi

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Os risos se afrouxaram. A aflição no olhar transparecia o que eles temiam.

- Eu não quero fazer disso algo doloroso.

- Eu também não. - Felipe respondeu e, com a mão na nuca dela, trouxe o rosto de Manu pra perto do dele. - Fica bem.

- Você também.

Um beijo. O beijo. Era o mais importante de todos.

Eles sabiam o que estava por vir. Eles não podem mais estar juntos de maneira alguma.

Manu sentia suas lágrimas rolando facilmente, e logo que Prior percebeu, fez carinho no cabelo dela.

O beijo salgado é o pior e mais doloroso beijo.

Se abraçaram forte.

- Vamos seguir nossos caminhos como se nada disso tivesse acontecido?

- Tranquilo.

Ele não estava nada tranquilo.

Antes que saíssem da sala pra voltar pra festa, perceberam que estavam de mãos dadas. Prior soltou a mão de Manu. Olhou pra ela e sorriu, era um sorriso que ela nunca viu antes.

Doía profundamente, doía mais do que qualquer coisa, a vontade dela de gritar e não deixar ele ir era gigantesca. E quando ela percebeu ele já havia desaparecido de sua vista e sua mão ainda estava estendida. As lágrimas não paravam de descer.

Despedidas nunca são fáceis.

Limpou elas, e praticamente correu em direção a Rafa.

Prior andou cegamente até o bar, pegou uma dose de whisky e bebeu de uma vez.

A música agitada tocava, e Prior dançou, dançou e dançou aquela noite. Sua cara de sufrido enquanto lançava seus passos estranhos encantavam a todos ali. Ele era o brilho da festa, como sempre.

Do outro lado, Manu também extravasou, e quando ela dança ela também rouba cena, sempre com suas roupas charmosas e chamativas, era como uma pérola, um diamante, um rubizinho. Pequena e valiosa, ia pra lá e pra cá. Manu também era o brilho da festa.

Ela foi embora cedo, sozinha.

Manu tomou um banho relaxante e quente. Mas estava tão quebrada por dentro que ficou na banheira por muito tempo, até a água esfriar. Não conseguia simplesmente desligar e parar de pensar.

Saiu, se secou, fez toda sua rotina noturna de cuidado com a pele, e se sentou de frente pra janela.

Enquanto isso, Prior tinha acabado de chegar em casa. Nem acendeu as luzes, simplesmente pegou uma almofadinha cheia de foto de fãs e abraçou, sentado no chão, de frente pra janela.

Ambos olhando fixamente para os céus da grande São Paulo. Um de Santana, outra de Jardins. Ambos quebrados. E o pior é que não tinha nem como dizer que um magoou o outro, na verdade ambos sabiam que se não deu, é porque não deu, mas as circunstâncias atrapalharam e muito, qualquer tentativa de ambos.

•••

Os dias foram se passando... Manu guardou suas tiaras de Mickey e Minnie em uma caixa. Assistiu mais de uma vez o filme Fantasia da Disney, ficou ouvindo pagode, stalkeando e chegou até a tomar cerveja. Sozinha... O que de fato era extremamente deprimente.
Aos poucos pegou mania de cantar o hino do Corinthians no banho enquanto chorava. Voltou para o psicólogo, o qual se surpreendeu que ao invés dos assuntos serem o BBB e a fama do pós em si, tinha era muito Felipe Prior no meio.

O tal, guardou a tiarinha dele também. Parou de cantar e dançar Don't Start Now quando tocava. Um dia surtou e começou a bloquear qualquer pessoa que aparecia na timeline do twitter dele e tinha icon com foto da Manu/postava algo sobre ela. Foi uma polêmica. Como havia a rivalidade, os fãs criavam suas próprias teorias.
Brigou com a Flay pra ela parar de zoar ele sobre isso. Ficou algum tempo antes de ir pro reality, emburrado e sem querer ver ninguém. Não queria sair com ninguém também. Sua maior alegria eram seus fãs mesmo.

Tudo no sigiloOnde histórias criam vida. Descubra agora