Cap. 5

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Andressa Veras

Depois que eu vi o filme com os meninos ontem, e aliás todos amaram o brigadeiro e quase não deixaram pra mim, eu fui dormir. Acordo às 06:10, que droga, não consigo mais dormir direito. Eu tive um sonho tão ruim essa noite, onde todos eles morriam e eu ficava sozinha, eu acordei gritando, acordei até o Bryce que me ajudou a me acalmar. Coloco um blusão e como tava sem fome vou pra área da piscina e fico lá observando o quase nascer do sol.

- Já tá acordada? - Anthony diz me assustando

- Meu deus, as pessoas dessa casa não dormem não

- Eu já tô voltando na verdade, só vim beber água

- Ata

- Você devia ir dormir mais um pouco, tá muito cedo e tá frio

- É, mas eu tô sem sono, relaxa, pode ir lá dormir

- Tá, só... fica com isso pra não ficar doente - ele diz e tira seu moletom e me entrega. Dou um sorrisinho e visto e o garoto vai em direção às escadas. Fico mexendo no celular e coloco meu fone enquanto escuto algumas músicas da minha playlist triste, quando toca Radioactive eu deixo algumas lágrimas, que droga.

Talvez eu não devesse ter vindo pra LA, se eu tivesse lá as coisas podiam ter sido diferentes. Saber que minha família inteira pode estar doente agora e que eu não posso fazer nada tá me matando por dentro. As coisas lá estão tão graves, eu queria poder trazer eles três pra cá, longe do perigo. Se eu perder o meu pai, eu, eu nem sei. Eu sempre fui muito apegada nele, mais do que na minha mãe, nós dois estávamos sempre juntos, em tudo. Ele sempre fez de tudo por mim, e se não fosse ele eu não teria conseguido nem sair do Brasil um dia. Eu lembro que uma vez que eu sofri um acidente de carro com ele, enquanto íamos visitar minha vó. Desde esse dia sempre que ando rápido demais de carro ou passo pelo local do acidente eu lembro do que aconteceu, as imagens vem na minha cabeça como flashs, eu nunca consegui esquecer. A dor que eu senti, e o medo que eu sinto até hoje, foi como um trauma que ficou guardado comigo pra sempre lá no fundo. A sensação de que eu podia ter perdido ele ou que eu podia ter morrido foi a pior sensação do mundo, ver toda a minha família preocupada, e ele principalmente. Meu pai ficava se culpando por algo que poderia ter acontecido comigo, mesmo que eu não tenha sofrido nada grave ele me pedia tantas desculpas por ter colocado minha vida em risco. Eu lembro quando o carro começou a rodar na pista do nada, e eu lembro dele me gritando enquanto segurava o volante e colocava o braço na minha frente pra me proteger já que ele sabia o que estava por vir. As minhas melhores lembranças são sempre com ele, e eu não posso perdê-lo. Se isso acontecer, eu tô pouco me fudendo pra qualquer vírus que for, eu vou pro Brasil na hora, nem que seja de carro, andando, tanto faz. Eu acredito em Deus e sei que ele vai ajudar minha família agora, eu preciso acreditar nisso. Eu não posso ficar tão mal, se meus pais ficarem sabendo disso eles vão se preocupar mais ainda. Eu sinto uma sensação ruim no peito o dia inteiro, é como o medo sabe, mas sei lá, eu não sei explicar. Por mais que eu tente me distrair, faça piada ou converse com os meninos, os meus pensamentos tão sempre voltados pra lá, minha ansiedade tá me matando agora.

Sou tirada dos meus pensamentos com alguém me abraçando por trás. Era o Jaden, ele tá sendo um anjo pra mim esses dias. Ficamos abraçados olhando pra paisagem por uns minutos, ele não diz nada, ás vezes eu acho que ele entende o que eu tô sentindo tão bem, ele sabe como me acalmar, mesmo sem palavras, os gestos e a preocupação dele comigo me fazem muito bem.

- Você devia dormir sabia - é a primeira coisa que ele diz depois que chegou aqui

- Eu não consigo

- Porque não? - ele pergunta e eu fico quieta - você sabe que pode confiar em mim pra tudo não sabe?

- Eu só... eu tive um sonho ruim, só isso, e eu tô preocupada demais pra conseguir dormir tranquilamente

- Vem - é a única coisa que ele diz e me puxa pra dentro. Caminhamos até o seu quarto e ele fecha a porta.

- O que a gente tá fazendo aqui?

- Vamos dormir

- Jaden...

- Vem Andressa - ele me puxa e me deita no peito dele enquanto faz cafuné no meu cabelo

- Você acha mesmo que isso vai funcionar e eu vou dormir assim?

- Sim eu acho - ele diz e eu sorrio

- Jad

- Oii

- Obrigada por estar me ajudando, de verdade

- Não é nada pequena - ele dá um beijo no topo da minha cabeça e continua fazendo carinho no meu cabelo e no meu braço. Sinto meus olhos pesarem depois de uns minutos e adormeço.



{ High Hopes } + Jaden HosslerOnde histórias criam vida. Descubra agora