Merda! Virei uma criança!

linda demais para morrer

Meu nome é Ginger porém já fui Elizabeth Hale, Soldado britânica que morreu em uma missão em nome do meu país aos 51... Fui condecorada por meu heroísmo algumas vezes enquanto ainda estava viva, em pensar que me veria em tal situação humilhante e simplesmente algo que eu nunca aceitaria. Meu limite de humilhação foi acordar como uma criança de três anos, ao menos até agora.

Agarrada às pernas de um homem enquanto choro escandalosamente, e algo que nunca pensaria nem em minha mais louca bebedeira.

—Você não vai!.- Gritei em plenos pulmões enquanto chorava escandalosamente agarrada aos pés de Merle que andava em direção ao carro onde partiria com Glenn, Andrea, Jacqui, Morales e T-Dog mesmo após ter passado a noite insistindo para que ele não fosse.

Arg é difícil ser manipuladora.

Era difícil chorar tanto, mas por alguma razão as lágrimas estavam fluindo livremente. Minhas pernas estavam envolta de seus calcanhares e braços agarrando a batata da perna, era um saco não ser grande para poder simplesmente desmaiar ele e obrigar ele a ficar, POHA HOMEM EU ESTOU TENTANDO SALVAR A TUA VIDA\NÃO COLABORA CARALHO.

-Porra pirralha! Eu volto com um docinho agora me larga!.- Ele tentava balançar a perna como se estivesse tentando se livrar de merda, tentando me fazer soltar, ninguém tinha coragem de se aproximar e tentar me tirar dele, principalmente depois que mordi a mão de Daryl quando ele tentou.

Como criança meus gritos eram mais agudos e irritantes e claro tinha o choro compulsivo, eu morri para me tornar uma ótima atriz, quem esperava isso?.

-Não!.- Mantive o choro alto até finalmente ele parar de andar e soltar um palavrão alto seguido de um bufar antes de me pegar no colo. Ele não podia simplesmente não ir? Eu não podia contar o motivo, afinal quem acreditaria?

Seria tão difícil assim mudar os acontecimentos da série?

-Eu vou voltar, não precisa se preocupar pirralha.- Merle sorriu me erguendo no ar antes de deixar um beijo em minha testa me passando para Daryl que me manteve em seu colo, senti uma forte rajada de vento passar e me encolhi no colo de Daryl, não adiantava mais implorar.

Ainda catatônica pela demonstração de carinho que Merle havia feito o observei por longos segundos.

Puta merda, não acredito que estou gostando do Dixon mais filho da luta.

-Promete?.-Perguntei e vi ele parar por alguns segundos antes de simplesmente sair andando sem me responder.

Eu gostava de Merle e sabia que isso era um passo em direção a sua morte, vi o mesmo entrar no carro que não demorou muito para partir cantando pneu, talvez eu ainda pudesse evitar o destino triste dos irmãos dixons, de Merle em especial. Afundei minha cabeça no pescoço de Daryl, eu deveria ao menor ter ensinado Merle a abrir fechadura com grampos ou desmaiar alguem com segurança.

Espero que ele fique bem ou eu vou matar esse filho da puta quando a gente se encontrar, arrombado do caralho!.

...

-Pirralha.- Daryl acariciou minha cabeça meio que sem jeito, meus olhos estavam levemente inchados após o choro e minha garganta doía pelos gritos, eu havia ficado desesperada em não conseguir convencer Merle a não ir justamente por ser apenas uma 'criança' era horrível se sentir assim.

Havia me apegado muito aos Dixons e saber que Merle iria se machucar e passar por um inferno até encontrar o governador era algo que me dava culpa.-Vamos caçar um pouco?- Sua mão calejada pousou sobre a minha, Daryl daria um ótimo pai apesar de seu jeito caipira e bruto. Ele sabia que eu gostava de sair para caçar com ele e estava fazendo isso para me distrair provavelmente, não que eu pudesse culpar ele de alguma forma, ele também estava preocupado.-Quer?.- vi a marca perfeita de meus dentes em seu pulso, já não sangrava mas estava levemente roxo e tufado me causando mais culpa, me deixei levar pelo desespero e sentimento de inutilidade.-caçar algo gostoso para quando Merle voltar.

Daryl ficava sem jeito ao falar comigo de forma mais suave, e essa cena me fez sorrir.

-Tá bem.- Resmunguei levantando os braços em sua direção estava sentada no capô do carro e ainda podia sentir olhares sobre nós dois, a verdade era que não havia falado com ninguém além dos Dixon's, sentia como se fosse ser descoberta a qualquer momento e mesmo que fosse uma pessoa naturalmente infantil existiam traços de minha vida que refletiam em minha forma de me portar que eu não conseguia apagar.

...

Ah os doces gritos de terror, digo... Que horror uma horda minúscula de zumbis apareceu, alguém me salve! eu uma pequena e indefesa criança de três anos.

Ei, não me olha assim, não é que eu seja uma sociopata ou algo parecido, mas não vou ficar gritando desesperadamente e chorando igual uma coitada.

Não tenho nada que possa fazer, tenho uma arma que não posso usar por culpa do coice e umas duas facas que também não posso usar por mal alcançar o joelhos dos zumbis, eu estou lamentável essa é a verdade.

Eu daria um ótimo petisco de zumbi com essa carne macia de criança.

E sinceramente? Entre a minha linda e sedosa pele e a deles quem você acha que eu vou escolher?

Sou ao uma criança, pura e inocente, Eu juro!.

Além disso ninguém parece lembrar que uma criança foi deixada sozinha aqui, já que depois do piti Daryl foi atrás do irmão, se eu realmente fosse uma criança já estaria morta... Nada legal gente, nada legal.

Ainda tinha a lembrança vívida de Daryl se ajoelhando enquanto me pedia para ficar bem, prometendo que voltaria logo. 

Devo admitir que senti meu coração quente com aquelas palavras. Era engraçado imaginar alguém se preocupando com minha segurança, principalmente quando passei 51 sozinha, cada tentativa de criar laços era inútil, tão inútil que em algum momento da minha vida eu simplesmente desisti.

Me espremi debaixo do carro agarrando o maldito ursinho, não era minha primeira vez perto de zumbis mas ainda podia sentir meu coração batendo loucamente, mas não era medo, era adrenalina, pela primeira vez em muito tempo eu me sentia viva, esse era um dos malditos motivos para ter escolhido fazer parte das forças armadas, eu simplesmente adorava a adrenalina, e eu podia sentir a adrenalina correndo em minhas veias, todo meu corpo parecia pronto para atacar aqueles cadáveres podridos... 

AH FODA-SE.

Me arrastei, pelo chão cheio de pedrinhas, para fora de debaixo do carro e a primeira coisa que vi quando levantei a cabeça checando que era seguro levantar foi um zumbi indo em direção a um homem que estava de costas pra mim. PUTA MERDA aquele não é o Jim? Mecânico que morreu na primeira temporada.

-ATRÁS DE VOCÊ- Meu grito fez ele se virar e acertar uma machadada na cabeça do zumbi.

Ops, acho que acabei de salvar a vida dele...Merda.

Ouvi um grunhido próximo e me encolhi com o palavrão na ponta da língua quando percebi que um 'errante' estava perigosamente perto.

Nisso que dá salvar a vida dos outros.

Porra, eu sou muito linda pra morrer.

***

eu não gostei muito desse capítulo, mas enfim não consegui escrever nada melhor