⋆⊰ Capítulo 65 ⊱⋆

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[...]

Em nosso quarto permaneço sentada na cama e bastante pensativa. Admito estar tensa, não faço ideia do que Chris deseja conversar comigo e não consigo pensar em outra coisa além disso.

— Ei, o médico te disse pra não se esforçar muito. — A voz alerta de Tyler me desperta e vejo Ryan sentado na cama, prestes a se levantar.

— Tyler, eu já me sinto bem e não vou ficar nessa cama a vida inteira. — Ryan retruca, frustrado com o irmão, e volta o olhar a mim. — Você pode vir até aqui? Eu quero te abraçar, mas uma certa pessoa não deixa.

— Sim, eu sou o diabo! — Tyler debocha da implicância do irmão e continua olhar para a janela.

Devagar me levanto sob o olhar de atenção de Tyler e me sento ao lado de Ryan, que segura firme a minha mão.

— Vai ficar tudo bem, se for ruim nós o mandamos embora. Não pensa demais. — Ele alisa meus cabelos enquanto sussurra no meu ouvido e isso me arranca um sorriso, admirada em como ele vê através de mim.

A tensão volta a mim quando alguém bate na porta e a encaro, apreensiva em não saber o que esperar.

— Ally? É o Chris, o médico disse que eu podia te visitar desde que fosse breve. Será que posso entrar?

— Você não precisa fazer isso se não quiser. — Ryan diz quando hesito em responder, mas eu quero saber do que se trata sua curiosidade.

Assinto para que Tyler abra a porta e Ryan relaxa ao meu lado, movendo sua mão para minha cintura. Chris entra devagar e me fita com ansiedade.

— Me desculpem aborrecê-los vindo até aqui, mas algumas coisas estão me deixando muito perturbado. — Ele se aproxima e aponto a poltrona para que ele se sente.

— O que está te perturbando?

— Lori nunca me contou que tinha uma filha. — Ele diz com mágoa, esboçando um sentimento de traição, e procuro as melhores palavras para o momento.

— Na verdade, é como se ela não tivesse.

Chris me fita com um certo tormento, aparentando não saber ao certo como continuar.

— Quantos anos tem?

— Acabei de completar vinte e dois.

— Por que não se dão bem?

Ele parece muito ansioso por algo que lhe parece desconhecido. Procuro por uma resposta, mas essa foi a pergunta que me fiz durante todos esses anos e é a única para qual não tenho uma resposta.

— Eu não faço ideia. Não é como se ela tivesse me visto alguma vez como filha ou se já tivéssemos tido algum vínculo sentimental.

— Eu sinto muito. — Chris me olha de um jeito diferente, a princípio penso ser pena, mas é inconformidade. — Por que ela te deixou?

— Sinceramente, acredito que ela apenas viu uma chance de ficar longe de mim quando meu pai se foi e eu fiquei no hospital.

— Espera, você estava no carro com ele?

— Estava. Eu escapei por pouco, fiquei um mês no hospital.

Chris desvia o olhar para longe e pela franze em seu cenho, ele parece estar tentando montar algum tipo de quebra cabeça em sua mente.

— Ela ficou aqui durante um mês e depois simplesmente foi embora?

— Não, ela mal veio me ver. Foi Tyler quem ficou comigo. — Aponto Tyler em pé próximo da porta, com o olhar de quem está preste a colocar Chris para fora se essa conversa sair dos conformes.

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