EP #2

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A humanidade evoluiu, a tal ponto que ninguém mais adoecia, sentia dor, ou morria.

Aqueles que por descuido ou vontade própria sofriam acidentes ou se jogavam de prédios tinham seu corpo levado a um centro de revivificação, de onde saiam intactos, como se tivessem nascido novamente, o que para alguns era uma benção mas para outros uma pequena frustração de não ganhar nem ao menos uma cicatriz de lembrança. Envelhecer também virou opção, há sistemas que podem gerar a idade desejada, sendo assim, você poderia estar com 400 anos com o rosto de 20, a ordem natural virou apenas contos antigos que poucos se interessam em lembrar.

A pobreza também é obsoleta, todos vivem de maneira confortável, claro que ainda tinha aqueles que possuiam mais na conta bancária. Não existe mais sistemas políticos, não existe mais política, foi substituída por um único núcleo justo e íntegro que rege agora toda a humanidade a Nimbo-Cúmulo, a partir dela que todas as decisões são tomadas, e por causa dela que todos podem ter uma vida mais segura.

Entretanto, a terra ainda é finita, não comporta seres humanos nascendo aos montes e nenhuma morte para manter o equilíbrio populacional, uma hora não haveria espaço para tantas pessoas, por isso surgiu os chamados ceifadores, porque alguns precisavam morrer. A ceifa era o grupo de pessoas intitulados ceifadores, que eram responsáveis por coletar algumas vidas para manter o equilíbrio da sociedade, logo quem morre pelas mãos de um ceifador não tem direito a revivificação, portanto, fica morto para sempre.

Todo ano os ceifadores tinham direito a adotarem um aprendiz, a quem devem passar todo o ofício e com ele a dura e respeitada tarefa de manter a ordem, uma tarefa que tem se tornado difícil com o passar dos anos.

O aprendiz de ceifador •|Onde histórias criam vida. Descubra agora