Papoilas

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Draco Pov

Desde o momento em que havia chego na casa de Severus, eu simplesmente não conseguia esquecer daquele olhar de Harry.

O garotinho que eu havia conhecido havia crescido, embora continuasse menor do que eu.

E a primeira coisa que eu reparei, é que Harry continuava adorável.

Os cabelos dele continuavam bagunçados como quando era pequeno, e aqueles cachos grandes e ruivos eram uma desordem total em sua cabeça, que chamavam muita atenção junto aos olhos verdes e doces.

E as covinhas.

Elas continuavam ali.

Faziam qualquer um ter forte vontade de morder ele, sem que precisasse fazer nada para isso.

Não tinha certeza se ele se lembrava de mim, de quando eramos pequenos.

Tentei não ter expectativas demais, mas a grande razão para ter escolhido passar alguns dias com Snape, em vez de ficar em um hotel, havia sido ele.

Na última carta para Severus, ele comentou que o garoto estava ali, passando o restante das férias, e eu me senti impulsionado a vê-lo.

Após guardar meus pertences no quarto de hóspedes, segui para o andar inferior, buscado por ele com os olhos, e parei ao achar, vendo-o pelo canto da janela.

Ele estava sentado no chão, parecendo estar com os pensamentos distantes, jogado na grama.

Era uma daquelas imagens que faziam você achar que ele poderia ser um anjo.

Usava um boné de algum time de quadribol na cabeça, assoviando distraidamente enquanto mexia em algo na terra, próximo ao campo de flores que havia plantado.

Snape também havia me contado sobre as flores, que Harry amava e enfiava em todos os cantos da casa.

Era engraçado ver como Harry fazia Severus ser.

Ele continuava reclamão, mas parecia muito tranquilo com a presença do garoto.

Eu me recordava que em toda a minha vida, só tinha viso Snape sorrir uma vez.

Não como um sorriso real e expansivo. Havia sido um mero repuxar de lábios.

E havia sido para Harry.

Ainda me lembrava disso perfeitamente, porque quando era criança, costumava achar que Snape não sabia sorrir.

O sorriso havia sido algo que nosso padrinho não conseguiu conter.

Lembrava de ter perguntado a Harry se ele sempre ia ali, e ele respondeu que sim, que ia todos os finais de semana, para levar um pouco de amor para a vida do padrinho.

Havia sido a resposta espontânea e inocente, daquele menininho fofo de covinhas, que fez não somente a mim, mas como Snape sorrir também. Ou quase.

Eu simplesmente não conseguia esquecer o som da risada daquele menino adorável.

Ele se quer devia ter noção do quanto era lindo vê-lo ali em meio aos girassóis, parecendo distraído, com o sol fraquinho do fim da tarde batendo sobre si.

Ele terminou o que fazia, se afastando um pouco para poder deitar na grama, e ficou ali quieto olhando para o céu, após jogar o boné para o lado, fazendo visível seus cabelos desordenados.

Ele puxou um aparelhinho do bolso, conectando alguns fios, e eu percebi que devia ser algum equipamento muggle de música, porque ele se virou, ficando de bruços na grama, começando a balançar a perna, e seus lábios se moviam como se cantasse, embora sem som algum.

Sunflower. Vol, 6Onde histórias criam vida. Descubra agora