Sunflower. Vol, 6

Girassóis

O desenho do capítulo foi um presente de Yuu! 

5 – Girassóis

Draco Pov

Ele tinha um sorriso muito bonito no rosto ao correr de um lado para o ouro, cercando a pequena criança loira que simplesmente não sabia brincar sem gritar em plenos pulmões.

Enquanto isso, eu apenas conseguia sorrir ao olhar para eles, desistindo de tentar ler meu jornal.

Vendo Harry brincar com nosso menino, que agora beirava seus três anos, eu não pude deixar de pensar em como a vida parecia correr.

Tinha a sensação de que poderia ter sido ontem que voltei a morar em Londres, ficando hospedado alguns dias com Snape até encontrar uma casa confortável para mim.

Se fechasse os olhos, ainda poderia lembrar do sorriso de Harry quando o pedi em namoro e confessei meus sentimentos, guardados há anos.

E se me concentrasse, ainda poderia lembrar do quão irado e raivoso Snape ficou ao chegar em casa e me pegar dormindo abraçado a Harry.

Poderia pensar que ele me iria me matar, com aquele olhar assassino ao me acordar e me enxotar dali, quase como se eu estivesse envenenando Harry apenas de estar perto.

É claro que quando o ruivo contou a ele, da maneira mais manhosa possível, que estava muito feliz por eu ter feito o pedido, Snape pareceu incapaz de continuar planejando a minha lenta e sofrida morte.

Não era como se estivesse feliz, mas ao mesmo tempo, parecia ter aceitado, unicamente pela felicidade do mais novo, que namorássemos.

Ele havia sido muito mais difícil de dobrar do que os pais do garoto, que embora demonstrassem desconfiança, logo me acolheram ao perceber o quanto eu amo Harry.

É claro que todo o carinho que nutriram por mim durante os três primeiros anos de relacionamento ruiu quando eu chamei ele para morar comigo, e seu pai e seu padrinho Sirius, passaram a afirmar que eu estava roubando Harry deles.

Havia sido uma fase engraçada em nossas vidas.

Porque de uma maneira hilária, todos nós passamos a disputar pelo doce ruivo, que parecia não fazer ideia do que estava acontecendo.

Foi uma época difícil, principalmente para mim, porque Sirius, James e Severus pareciam, pela primeira vez na vida, concordar em algo: Eu não era bom o suficiente para Harry.

Precisei da intervenção de Lílian, que tinha muito apreço a mim, para conversar com eles e os proibirem de se meter no nosso relacionamento.

De uma forma engraçada, todos pareceram satisfeitos quando a casa que escolhemos para viver juntos se mostrou bem perto de todos eles.

Nos primeiros dias, era frequente um dos três aparecerem de surpresa, quase como se eu pudesse estar cometendo um crime as escondidas com Harry.

Eu fui ganhando de novo a confiança dele quando perceberam o quanto eu adorava mimar meu ruivinho doce, e que a única intenção por trás da decisão de morarmos juntos era querer viver a vida ao lado de Harry.

Aos poucos, as coisas entre nós foram ficando cada vez mais intensas. Cada vez mais perfeitas.

Harry havia conseguido, após alguns anos, o cargo que queria no Ministério, e trabalhava em um dos setores de assistência a nascidos trouxas, enquanto eu consegui passar na prova para me tornar auror.

E foi em uma missão conjunta entre os departamentos que conhecemos Scorpius. Nosso pequeno garotinho bagunceiro.

Ele havia se tornado órfão ao perder os pais, e sem nenhum parente vivo, iria ficar em um orfanato até ter a idade para estudar em Hogwarts, onde seria tutelado.