Dois

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Okay... Não vou pirar. Inspira. Expira. Inspira. Expira.

Olhei para minha melhor amiga, que estava chateada, e suspirei. Não queria que ninguém soubesse que eu danço. Droga! Droga! DROGA! Meus olhos se voltaram para o canto da sala onde Diego e Zac estavam sentados, e avistei um sorrisinho debochado na cara do Johnson.

- Babaca. -Murmurei.

Ajeitei minha roupa de ginástica, que é somente um blusão que vai até metade da coxa e um shortinho de moletom, respirei fundo novamente e segui para onde Roy estava. O garoto denominado Roy Smith, filho da professora da academia, era a pessoa que mais me apoiava para dançar e parar de me esconder do Mundo exterior.

- Pronta? -Roy perguntou e segurou minha mão, fazendo um carinho que me deixou confortável.

Sorri, enquanto retribuía o carinho e acenei com a cabeça.

- Esquece eles, okay? -Avisou e eu acenei novamente.- Pode soltar a música. -Ele avisou e comecei a ouvir os primeiros acordes.- Vamos arrasar. -Murmurou e foi para a posição inicial.

Vamos dançar a música 'Crazy In Love'* versão 'Cinquenta Tons de Cinza', a coreografia é bem sensual e marcante, mas como foi escolhido pela coreografa -Sra.Smith- eu não posso fazer nada. Começamos a encenar, nossas almas se conectavam de um jeito louco quando dançávamos e essa arte me relaxava de uma maneira inimaginável, sendo que eu esquecia do Mundo a minha volta.

Roy era a melhor pessoa que poderia ser o meu par, além de ser meu melhor amigo, o sorriso era visível em ambos os rostos e após acabarmos de dançar, a classe inteira estava de pé, incluindo a Sra.Smith.

- Meus parabéns, a coreografia ficou ótima. Óbvio que com mais treinamento ficará ainda melhor, mas por hora, ficou perfeita. Vocês tem uma química incrível na dança e não esperava menos de vocês. -Falou a mãe do meu amigo.- Turma liberada. -Avisou e se retirou.

Alguns colegas vieram cumprimentar e parabenizar pela dança, e se retiravam logo. A aula havia sido puxada, eu imaginava que todos quisessem ir logo para suas casas. Quando os alunos se retiraram, ficando somente eu, Molly, Diego, Zac e Roy, senti algo - ou alguém- me levantar e enrolei minhas pernas em volta da cintura do ser.

- Conseguimos, princesa. -Roy gritou, enquanto estava abraçado a mim.

Sorri e me aconcheguei no abraço, apertando ainda mais minhas pernas ao redor do meu amigo.

- Conseguimos mesmo. -Sorri.

- Somos uma dupla incrível. -Falou e sorrimos cúmplices.

Me ajeitei em seu colo, nossos olhares se cruzaram e sorrimos. Senti minhas bochechas ficarem rubras e quentes, e Roy fez língua para me fazer rir. Estávamos em uma vibe boa e confortável mas um espirro nos fez se afastar rapidamente. Pisquei atordoada de desci do colo de Roy.

- Acho que eu já vou. -Ele falou, apontando para porta e acenei.- Tchau, princesa. -Beijou minha testa e saiu.

Olhei para trás e vi Molly olhando para Zac de um jeito que, se saísse raios dos olhos dela, ele estaria morto. As narinas da garota se dilataram e ela começou a bufar.

- O que foi, Molly? -Zac perguntou.

A garota virou o pescoço tão rápido que, com certeza, estalou. A menina do exorcista sentiria inveja de tal movimento.

- O que foi? O QUE FOI? - Gritou.- Eles estavam se curtindo, mas você, seu mongol -Deu um peteleco na cabeça dele- Atrapalhou. -Falou.

- Não atrapalhei não. -Respondeu.

- Eu 'tô esperando 'pra ver esse beijo, tem mais de dez anos. -Ly suspirou.

Ri e abracei ela de lado.

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