Seis

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Sexta-feira

Depois do que aconteceu ontem Molly quis fazer uma noite das meninas, coisa que prontamente eu aceitei. Adoro quando ela dorme lá em casa, não me sinto tão sozinha e podemos fofocar, é como se tivesse uma irmã. Mas melhor amiga é isso né, é ter uma irmã e de outra mãe.

A loira decidiu acordar um pouco mais cedo e ir 'pra casa, para se arrumar e maquiar, já que a prova de ontem a havia deixado com olheiras. Acordei e fui tomar um banho, coloquei um vestidinho e calcei o meu all stars preto, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e já estava pronta. Peguei minha mochila e desci, indo em direção a saída. Ao abrir a porta, me deparei com Zac e Molly, com o dedo indo em direção à campainha. 

— Bom dia. -ri da cara de ambos e saí, fechando a porta logo em seguida. 

— Carona hoje? -Zac perguntou.

Sorri e acenei positivamente. O caminho foi em completo silêncio e todos me tratavam como se eu fosse de porcelana. Ao chegarmos na escola, Zac estacionou em seu lugar de costume, saímos do carro dando de cara com Diego, com um olhar de preocupação. Suspirei e passei as mãos pelos meus cabelos.

— Okay, vamos lá. -Chamei a tenção dos três ali presentes. - Eu não sou de porcelana e eu não vou quebrar, então, por favor, parem de me tratar assim. Agradeço muito pelo carinho e por serem cautelosos, mas eu estou bem, 'tá?

— Nós nos preocupamos com você, amiga. -Molly murmurou e colocou as mãos em meus ombros. 

— Eu sei e sou imensamente grata por isso, mas parem, por favor . -Pedi e olhei para as pessoas ali. 

Os três ali assentiram e voltamos a andar, indo em direção à sala. A loira, parecendo que teve um estalo mental, começou a saltitar em minha frente, sorrindo e cantarolando. 

— Amanhã alguém vai ficar mais velinha. -Molly cantou.

Sorri e balancei a cabeça negativamente. Adorava comemorar meu aniversário, era uma data única e me sentia importante.

— Cinema como todas as vezes? -Perguntei somente para confirmar.

Quando tinha cinco anos, pedi de presente a mamãe que ela trabalhasse no dia do meu aniversário, sendo todas as vidas que ela salvasse o meu presente de aniversário, e ela cumpre isso desde então. Não, eu não me arrependo, porque no dia seguinte ela sempre fica comigo mesmo. 

Com esse meu pedido, Molly não queria deixar eu comemorar meu aniversário sozinha, então criamos a minha tradição de aniversário: Tarde no shopping. Assistimos filmes no cinema, vamos ao fliperama, fazemos compras e tomamos sorvete, uma tarde perfeitamente das garotas. 

— É claro que sim. -Sorriu e passou o braço por volta da minha cintura.- Nossa tradição. 

— Nossa tradição. -Sorri e imitei seu gesto. 

Diego se aproximou, bagunçou meus cabelos e sorriu.

— Vai fazer dezoito, hein loira. -Brincou e me cutucou. - A festa vai ser aonde? -Perguntou.

— Nem. -Ri.- Vou sair com a Molly e nem vou ter tempo de organizar uma festa. -Falei e joguei meu material na carteira. - Deixa 'pra próxima. -Sorri de lado e sentei. 

Diego olhou para Molly, fazendo a garota dar de ombros e olhou novamente 'pra mim. 

— Como assim você não vai fazer festa? -Questionou.- São os seus dezoito anos, Lulu. -Disse e se agachou em minha frente. -Você sempre fez uma festinha, mesmo que seja só para nós. -Brincou.

Conheci Diego na mesma época em que conheci Molly e Zac, já que o moreno era amigo do menininho loiro. Diego sempre foi uma criança brincalhona, amorosa e sorridente. Quando me viu pela primeira vez, já me apelidou de "Lulu", abreviação bem básica de Luna, já que eu tinha mais cara de Lulu do que de Luna. 

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