Era uma vez ... uma alma perdida

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Eu devo ter perdido uma hora em um médico que não fez nada por mim, mas escutar as histórias de Michael sobre os seus avós, foi incrível! Eu sempre achei a versão de Sparrow um tanto quanto bagunçada e com partes faltando... ter o moreno ali comigo me ajudou muito a me distrair e me acalmar um pouco!
- Sinto falta deles...
- Quem sabe você não se aventure um dia pelo triangulo das bermudas e os encontre?
- Isso é impossível...
- Se é, então como é que eu posso estar a 73 anos antes de quando eu nasci?
- Minha nossa... você não pode estar falando sério...
- Olha... em quatro anos vocês vão ter a coisa mais incrível do mundo inteiro! Chama Televisão! Acredite em mim, você vai adorar! Em 23 anos, os telefones serão móveis! Ainda estamos em janeiro, certo?
- Certo...
- Bom, dia 31, vai ser aprovada a Constituição Soviética de 1924, desenvolvida no governo de Vladimir Lenin. E primeiro de fevereiro, o Reino Unido reconheceu... vai reconhecer a União Soviética!
- Caramba...
- Acontece que história era a única matéria que eu prestava atenção..., mas meu professor vai morrer sem saber que eu gostava das aulas... bom, é o máximo que eu posso fazer pra te provar que viagem no tempo existe!
- E é só passar pelo triangulo das bermudas? Simples assim?
- Simples sim, fácil não! Você mesmo viu o meu estado quando cheguei aqui!
- Então você e o seu namorado... uau! - E eu realmente preciso encontrá-lo! E de novo, eu nunca disse "namorado", mas eu duvido que você entenda... é muito complicado!
- Se precisar conversar...
- Eu só preciso achá-lo! Preciso muito... eu... eu só...
Michael me abraça e eu respiro fundo fechando meus olhos com força.
- Eu to tão cansada disso... de ficar procurando por ele e sempre o perder depois de tão pouco tempo! Eu só queria que tudo ficasse bem...
- Vai ficar...
- Eu preciso que fique! Não sei mais quanto tempo vou aguentar viver nesse looping...
- Vem, vamos achá-lo, ok?
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Passamos o dia rodando pelas ruelas antigas de Londres procurando por Peter, mas não importava por onde passássemos, eu mal tinha um sinal dele...
Eu estava prestes a desistir quando eu avistei a adaga de Pan nas mãos de um pirata que estava sentado em uma das mesas de um pub chamado Charolls.
Entrei no bar de supetão e fui seguida pelo meu novo amigo para dentro.
- Onde arrumou isso?
O pirata que antes ria com uns amigos, ficou sério e me encarou.
- Por que quer saber?
- Era deum amigo meu... onde achou ela?
- Não vai tê-la de volta garotinha!
- Pelos sete mares... eu to pouco me fudendo pra essa maldita adaga, mas eu preciso saber onde a achou porque eu preciso saber onde o meu amigo está então me fala logo antes que eu perca a paciência te degole na frente dos seus amiguinhos!
- Jade... – Michael tentou me alertar, mas já era tarde! Os quatro piratas já estavam de pé!
- Quem você pensa que é?
- Meu nome é Jade Hook e eu sou uma capitã muito mais perigosa do que vocês todos juntos princesas!
- Jade Hook? Filha de Gancho e amiga de Sparrow?
- Ahm... como sabe disso?
- Você esteve aqui ano passado... – um dos amigos do pirata disse e deu uma leve pausa antes de completar – tem muitos boatos sobre a senhorita em todos os sete mares... dizem que você sobreviveu ao triangulo das bermudas...
- Duas vezes na verdade e por muito mais além disso!
O silêncio reinou no bar e eu depositei minha mão no encalce da minha espada, pronta pro que quer que pudesse acontecer a partir dali.
- Me aceite em sua tripulação – um homem alto e esguio, sentado no canto mais escuro daquele lugar disse antes de deixar sua própria espada cair no chão.
Em seguida dezenas de outros piratas completamente bêbados fizeram o mesmo.
- O que que eu fiz pra merecer isso? Olha, eu não tenho um navio, ok? Eu não sou nenhuma heroína nem nada do tipo, eu só preciso encontrar a porra do meu amigo! É pedir de mais que você abra a merda da boca pra falar onde diabos você achou essa adaga? - Nas docas...  tinha um cara caído perto dela...
Saí correndo de lá sem me importar com quantas pessoas eu trombava ou derrubava no chão.
As docas ficavam do outro lado da cidade e não fazia sentido algum ele ter parado tão longe, mas quanto mais eu me aproximava de lá, mais a figura de um cara de cabelos claros ficava nítida para mim.
Eu mal tinha ar nos meus pulmões quando cheguei até ele e me ajoelhei ao seu lado.
- De novo não Pan!!!
Chequei a respiração e os batimentos cardíacos dele o que me tranquilizou.
Ainda assim, tinha sangue na cabeça dele. Michael se ajoelhou ao meu lado e eu mostrei ao moreno os ferimentos de Peter.
- Ele vai ficar bem..., mas vamos ter que passar no médico novamente!
Suspirei e assenti. A cada segundo que se passava, eu só ficava mais aflita.
O que estava me deixando mais louca era que eu tinha quase 100% de certeza de que da última vez, tínhamos viajado pra 1923 e não 24... e se isso for verdade... a essa altura do campeonato, já deveria ser tarde demais pra me impedir de fazer merda...
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