"Wherever they run, I will find them." Fem!Reader (Fluffy)

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 Estava frio, mais frio do que o normal. Era inverno na Russia nessa época do ano, morávamos numa cabana afastada da cidade, somente eu e Sova. Nos conhecemos no campo de treinamento e viramos grandes amigos, sabemos que sentimos algo um pelo outro, mas eu acho que somos medrosos de mais para falar isso um com o outro. 

 Amanha é meu aniversario, eu faço 21. Sova disse que iria para a cidade e que voltaria mais para o cair da noite, eu amo como o crepúsculo ironicamente ilumina a floresta fazendo me sentir calma. Sentada na janela observando os campos de vastas arvores me faz refletir sobre nossa futura missão, eu deveria estar treinando, mas o frio me deixa incapaz de sair do calor da lareira que se encontra aquecida do meu lado. Dou um gole do pequeno chocolate quente que estava na minha caneca branca de cerâmica com uma frase: Melhor chefe do mundo. Sova me deu de presente, não tinha outra na loja então teve que ser essa mesma, não reclamo, eu achei fofo.

 Apenas observar o céu estrelado me deixa relaxada, as estrelas me lembram seus olhos, um dos já que o mesmo perdeu o olho em uma das batalhas que participou, eu acho que foi isso ele nunca quis tocar no assunto e eu também nunca perguntei para não ofende-lo. Sempre fico me pegando pensando sobre o loiro, ele realmente não sai dos meus pensamentos, acho que é algum tipo de maldição, mas não vou negar que amo. Amo ficar o dia todo só pensando nele, nas ações dele, na voz dele. Imagino como deve ser seu toque, suave e quente. 

 Olho ao longe da trilha mal feita entre a floresta, uma luz azulada passa pelas arvores vindo em direção a cabana. Era Sova, ele deu um sorriso quando me viu sentada na janela, não pude deixar de perceber que automaticamente retribui o sorriso. Estávamos na cabana somente para uma missão, mas eu queria que ficássemos naquele mesmo local pra sempre, morar junto de Sova não é ruim e traz um calor para o meu coração.

 O loiro abre a porta deixando um vento gélido entrar pelo comodo me fazendo arrepiar. Ele então fecha a porta rapidamente colocando seu cachecol de lã azul no mancebo de madeira clara, suspirando fundo o mesmo vem em minha direção, se sentando no pequeno sofá da sala olhando para mim. 

— Como passou o dia? — Ele pergunta sorrindo

— Chato, você poderia ter me deixado ir 

— Eu sei, mas eu não podia, é mais seguro para a missão que somente eu saia dessa cabana. Sinto muito pequena — Me levanto e sento do lado do loiro

— Não precisa se desculpar, mesmo assim eu me divirto ficando ao seu lado. Como foi la na cidade? — Faço carinho em seus cabelos enquanto o mesmo apoia a cabeça em meu ombro

— Chato, queria que você pudesse ter ido junto. 

— Sabe o que a gente poderia fazer? — Propus — Podemos assistir filme, que tal?

— Que filme? — Ele retira a cabeça de meu ombro me olhando animado

— Não sei, algum que não esteja em russo, sabe que eu ainda não aprendi sua linguá — Falo e ele da um pequeno riso

— Я люблю вас — O loiro diz me deixando confusa

— Para de falar russo! — Levanto indo para a  pequena cozinha enquanto escuto seus risos ecoando da sala

 A teimosia do mesmo é extremamente surpreendente, seu rosto serio não deixa transparecer seu lado humorístico, fazendo com que para outras pessoas seja um tanto quanto estranho. Seus traços fortes dão um ar másculo, seus ombros largos e seus cabelos longos complementam ainda mais sua aparência comparável a de um anjo. Já cheguei a chama-lo de meu anjo por causa disso, eu espero que um dia ele crie asas, pois a aparência lembra muito bem a de um ser angelical. 

 Indo pegar mais chocolate quente escuto os passos do loiro vindo lentamente até a cozinha, parando na porta e encostando no batente cruzando os braços em frente ao corpo. Sinto seu olhar queimando sobre minhas costas enquanto despejo o liquido ainda quente na caneca de cerâmica.

— Você ainda usa isso? — O loiro quebra o silencio 

— É minha favorita — Viro para o mesmo que estava um pouco corado

— Que bom que gostou — Ele limpa a garganta — Eu preciso comprar outra, uma que lembre exatamente você

— Mas essa me faz parecer que eu sou sua chefe

— Boba — Ele ri e eu o acompanho. Sua risada é extremamente gostosa de se ouvir, eu quero a escutar pra sempre se eu puder. 

— Eu quero assistir algum filme em português — Digo caminhando em direção a sala sendo seguida pelo loiro

— Que tal.. Enrolados? — Sova ama esse filme

— Esse filme é velho e já assistimos muitas vezes — Digo me sentando no sofá assoprando o liquido que saia vapor de quente

— Não é velho, só faz alguns anos que lançou

— 10 anos, faz 10 anos que esse filme lançou Sova 

— Você é chata — Ele mostra a lingua para mim

— Sabia que é feio mostrar a linguá pros outros?

— Eu quero assistir esse filme S/N — Sova me olha com um olhar de cachorrinho perdido

— Ta bom, mas você coloca!

 Sova se levanta do sofá com um brilho nos olhos, ele parece uma criança. Eu gosto do sorriso do mesmo, é caloroso, me da uma boa sensação como se eu estivesse fazendo algo de bom e que eu precisasse continuar pois minha vida depende da felicidade deste homem em minha frente. Como se eu não pudesse deixar nada de mal acontecer com este arqueiro. 

 O loiro se senta do meu lado depois de colocar o filme na pequena televisão que fica em cima da lareira. Se aconchega do meu lado colocando um cobertor perdido pelo sofá sobre nos dois, extremamente perto. Consigo sentir sua pele gelada do frio de fora, não imagino como eu teria sobrevivido esse frio todo. 

 Por incrível que pareça Sova cantou todas as musicas do filme, em russo. Chegando na parte favorita dele, o mesmo havia ficado quieto. Estranho, ele sempre canta essa musica. Vejo a luz brilhar é sua musica favorita de Enrolados, olhei para o lado e vi que seu rosto estava corado, eu acho fofo quando ele cora.

— S/N... — Ele começa

— Sim?

— Quer ser minha luz? 

— Como?

— Como no filme, a Rapunzel é a luz dele, quero que você seja minha luz também — Ele se vira pra mim me fazendo corar. Realmente não estava esperando por essa

 — S-Sova...

— Não tem problema se vo-

— Eu quero! — Digo um pouco alto — Opa, digo, eu quero sim, eu quero muito ser a sua luz

 Em meio a musica do filme nossos rostos foram se aproximando lentamente, senti sua mão gélida em minha nuca me dando arrepios. Fechando nossos olhos lentamente enquanto nossos lábios se encontram, gentilmente o choque térmico da diferença de temperatura nos fez arrepiar, coloco meus braços envolta de seu ombro enquanto o mesmo pede passagem com a linguá. Eu nunca mais quero que esse momento acabe.

— S/N, aonde quer que forem.. — Ele começa

— Eu vou encontra-los...

Valorant One Shots- Male!reader e Female!reader (Portugues-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora