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Estou no estúdio de gravação com uma dor de cabeça enorme, graças a noite anterior. Depois que Josh foi embora eu fiquei patéticamente deitada na cama em posição fetal e chorando, mas hoje de manha quando levantei jurei a mim mesma que não deixaria ele me abalar. É ridiculo deixar que alguém que eu conheço a tão pouco tempo afete tanto assim meus pensamentos e emoções. Um dia lamentando foi mais do que o suficiente para tirá-lo da minha mente.

Respiro fundo antes da música que Andrew me apresentou começar a tocar, fico até com raiva de como a letra se encaixa na minha situação atual. Não queria cantar ela, mas ele e Yonta insistiram que ficaria perfeita no meu tom de voz. Vou ensaiar 5 músicas hoje e duas serão escolhidas para a apresentação no desfile. 

Passo algumas horas no estúdio, minha garganta ja esta cansada pelo esforço continuo e meu corpo pede pela minha cama, mas isso é bom, me mantive o dia todo ocupada e com a cabeça em coisas mais importantes. Dirijo em silêncio no caminho pra casa, apenas pensando em tudo que tenho que organizar para o desfile. Eu gosto de me ocupar com o trabalho, faz eu me sentir útil e auto suficiente, tenho tudo o que preciso sozinha, sem depender de ninguém. Demorei pra conseguir isso, pra entender que tudo que consegui foi por conta própria, por muito tempo Jasper fez eu acreditar que devia minha vida a ele, mas como posso dever tanto a alguém que eu nem conheço, pois é isso que sinto hoje, que não o conheço. Eu costumava vê-lo como um pai, mas hoje eu vejo que ele não fez nada alem de se aproveitar de mim, ele me treinou para ser uma arma em suas mãos, para ser sorrateira e conseguir o que ele queria. Sei desde o começo que dei muito lucro a ele com contratos exorbitantes, mas que não ganhei nada com isso além da ilusão de estar agradacendo alguém que não merecia tamanha consideração.

Chego em casa e me direciono ao banheiro para um banho, preciso relaxar o corpo pois amanhã terei um dia cheio e por consequência cansativo. Assim que saio do chuveiro escuto a campainha tocando, coloco um conjunto de moletom o mais rápido que consigo e desço as escadas correndo, a campainha toca agora impaciente e conforme me aproximo da porta escuto batidas que a pessoa do outro lado disfere a minha porta. Me irrito com a insistência e já estou quase gritando para que a pessoa pare de bater quando escuto meu nome sendo chamado. 

- Any! Abre a porta - mais dois socos são direcionados a madeira - Sei que você está ai!

Nem preciso olhar pelo olho mágico pra saber quem está do outro lado da porta, reconheço a voz grossa e rouca. Nesse momento meu corpo trava e eu respiro fundo tentando me acalmar. Mil perguntas surgem pela minha mente, o motivo dele estar aqui depois de ontem. 

- Eu estou ouvindo sua respiração, sei que você esta ai. Abre a porta, preciso falar com você - sua voz interrompe meus pensamentos turbulentos e eu conduzo meu corpo até a porta, destravando e abrindo, o que dá a visão de um Josh com o terno amarrotado, ele sorri de canto pra mim e meu coração amolece ao ver isso, mas mantenho a cara fechada mostrando que não estou contente com a sua presença.

- O que você faz aqui? - digo irritada com sua presença, meu ego ainda esta ferido depois de nossa ultima conversa e minha vontade é de bater a porta na cara dele.

 - Eu disse que te ajudaria independente do que acontecesse entre nós - ele me encara sério e muitas memórias vem a tona, juntamente com o sentimento de saudade. Mas logo me lembro da sua covardia e isso passa, no lugar meu corpo se enche de raiva. Nesse momento é isso que consigo sentir, raiva dele por ter agido como um babaca e fugido de mim. 

- E no que exatamente eu preciso da sua ajuda? - pergunto, mesmo imaginando sobre o que ele veio falar. Apesar de achar que depois de ontem, não custaria nada ele esperar um pouco para aparecer aqui, mas acho que a sua cara de pau não tem consciência disso. 

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