Diretor da Hydra (APRIMORADO)

Capítulo XX ( Os acontecimentos na vida )

Hell's arregalou os olhos ao ver os Vingadores — e, junto deles, o chamado traidor — correndo em direção à Aranha.

— Peter! — Viril correu até o irmão, alarmado, ao notar a katana cravada em seu abdômen.

— Só tira rápido — pediu Peter, contendo um grunhido de dor.

O androide puxou a lâmina num só movimento e a atirou em direção ao inimigo, que desviou habilmente, assim como seus clones.

Loki, que acompanhara o grupo, aproximou-se para curar o sobrinho. Tinha ciência do que acontecia graças às explicações da equipe ao longo do caminho.

— Então é você que anda causando toda essa desordem — Carol comentou, batendo os punhos, claramente desgostosa da atitude do vilão.

— Sim, faz anos que estou fazendo isso — Hell's zombou.

— Pronto, consegue se levantar? — perguntou Loki depois de terminar o feitiço de cura.

Peter assentiu, e Loki o ajudou a ficar de pé. Ao redor, os drones de Peter recuavam para se reposicionar, desviando dos ataques disparados pelos clones. Stephen e os demais prepararam-se para o combate.

— Continuando de onde parei na conversa com a Aranha — Hell's começou a falar, mantendo todos em alerta quando seus clones se moveram em formação.

Wanda ergueu um escudo para se proteger dos tiros de energia. Foi então que uma criatura, jamais vista na Terra ou em qualquer outro lugar conhecido, emergiu de um portal que tremeluzia em meio aos clones.

— Eu o criei para poder abrir um caminho até onde ninguém consegue ir... o centro de tudo — explicou Hell's. Nesse instante, a criatura grunhiu de forma ameaçadora.

— Merda — Thor sussurrou, parecendo reconhecer algo nos poderes que emanavam dali.

— O que foi? — Natasha lançou um olhar preocupado para o Deus do Trovão, que estava incrivelmente tenso.

— Ele pode ter capturado um Zack, uma criatura de habilidades anormais e imprevisíveis. Com isso, talvez tenha encontrado um abridor de portais raríssimo — completamente perigoso — disse Thor, mantendo o tom baixo, mas claramente preocupado.

Natasha e os outros assimilaram a gravidade da informação, preparando-se para o que quer que viesse a seguir.

Hell's, ignorando a tensão, prosseguiu:

— Minha filha estava feliz no dia em que tudo aconteceu. Eu trabalhava como um guardião para o deus encarregado de cuidar da linha do tempo... mas ele foi longe demais. Precisava escolher alguém como sacrifício para salvar um dos universos. Pegaram minha filha no lugar de outro. É claro que eu já tinha diversos inimigos, por ser mais forte e inteligente, e eles aproveitaram a chance. Moon não deveria ter tido aquele destino. Ela deveria ter vivido com seus amigos, como qualquer criança.

Os Vingadores trocaram olhares quando Hell's gritou, os olhos tomados pela dor. Um vento violentíssimo varreu o campo, obrigando cada um a se firmar no chão para não ser lançado para longe. Os cabelos dos heróis esvoaçaram, e a poeira ergueu-se, criando uma cortina que tornava difícil enxergar mais que alguns metros à frente.

A declaração de Hell's, repleta de ódio e mágoa, pairava no ar. E, mesmo sem concordar com seus métodos, todos conseguiam sentir o quanto a perda o havia despedaçado.

Peter observou Hell's com uma expressão indecifrável, tentando entender a dor que o motivava. Ainda assim, não conseguia concordar com a atitude destrutiva.

— Mas isso não vai trazer sua filha de volta. Ela não gostaria dessa luta, nem dessa destruição! — exclamou, voltando a assumir postura de combate.