◈𝟹. 𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘◈

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Durante a semana toda, evitei encontrar com Harry. Ele me encarava em todos os jantares e almoços, mas eu não conseguia reunir coragem o suficiente para falar com ele. 

Quando vi na agenda que teria aula com o terceiro ano da grifinória hoje, eu soube que não podia adiar aquela conversa para sempre. Sinceramente, explicar que ele tinha duas vizinhas bruxas esse tempo todo não me parecia o diálogo mais fácil do mundo.

Minha primeira missão como Auror formada foi proteger Harry. Na verdade, passei boa parte de minha vida com isso em mente: Manter aquele menino longe das garras de Belatriz, Voldemort ou qualquer um que possa fazer mal à ele. Claro que não são poucas pessoas, Harry tem inimigos demais.

Talvez por ele ter tido uma infância tão ruim quanto a minha, eu sempre quis protegê-lo. Me tornei sua amiga e passávamos as tarde tomando chá com cookies e falando mal dos Dursley, o que era muito legal. Entretanto, Dumbledore me deu uma nova missão e antes mesmo da fuga de Sirius Black, eu já reunia informantes.

Logo que os alunos entraram, eu avistei o garoto de óculos redondos. Ele me olhava curioso, assim como a dupla ao seu lado, mas tomou o lugar em uma das mesas. 

Com um aceno da varinha, em segundos o quadro estava cheio com as instruções da poção de hoje. Apesar de ela não ser difícil de preparar, cortar as raízes do tamanho certo era realmente um desafio para pessoas que não conseguem cortar as coisas retas, tipo eu.

   — Bom dia, hoje nós vamos aprender a poção redutora, alguém se arrisca a dizer seu propósito? – digo e a garota que estava com Harry levanta a mão e começa a falar.

   — A poção redutora tem a função de reduzir a fase de desenvolvimento em que o indivíduo está. 

   — Exatamente, por isso não deve ser usada de forma desnecessária ou descuidada. Alguém pode me dar um exemplo da situação e do indivíduo em que pode ser usada? – pergunto e dois sonserinos e a mesma garota levantam a mão. – Você aí, que tem o cabelo igual o do Brian May. 

   — An...poderia ser usada para estudar a evolução dos sapos. 

   — E no que ele se transformaria se a poção estivesse errada? Quero perguntar a outro aluno, querido, pode se sentar. – o garoto fica corado e se senta em seu lugar. – Ruivinho, pode nos responder? 

O garoto parecia meio perdido, já que não estava prestando atenção. Eu sei, sou muito cruel.

   — Hum...em um defunto? – ele diz e dou um sorriso de lado, algumas pessoas riem.

   — Sim, ele morreria instantaneamente. Cinco pontos para todos que responderam. – digo e a aula segue sem interrupções, até que no segundo período o loiro, que descobri se chamar Draco Malfoy, entra na sala com uma tala no braço. Garoto dramático.

   — Estava na enfermaria esse tempo todo, senhor Malfoy? – pergunto. A maioria dos alunos tinha parado para de fazer a poção e agora encarava o loiro.

   — Sim, o ferimento foi bem grave. – ele diz com os olhos um pouco arregalados.

   — Tudo bem, pode se sentar. Mas vão ser retirados dois pontos de sua casa, fiquei sabendo que você saiu da enfermaria na primeira hora da manhã. – segundos depois que ele se senta, Malfoy me chama com uma cara de deboche.

   — Professora, não estou conseguindo cortar as raízes. Sabe, meu braço dói muito quando mexo. – ele diz e peço para que o garoto com cabelo do Brian May ajudasse. 

Malfoy agora tinha uma carranca no rosto e logo volta a falar. Ele não vai ficar quieto nunca?

   — Será que o Potter ou o Weasley não podem cortar? Somos muito...amigos.

Uma Nova Professora Para HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora