Carter's Pov
"Isso foi cruel. Engana-lo dessa maneira." Eu sussurrei, olhando para as costas de Harry. Ele não respondeu por um tempo, ficando em silêncio.
"Eu só o assustei." Ele finalmente falou. "Ele correu em direção à sua própria morte."
"O que te faz pensar assim? Assustaste-o....Literalmente até à morte." Eu consegui dizer, sem sair em soluços patéticos.
"Oh, foda-se Carter!" A sua voz ecoou, rapidamente silenciando-me. Ele virou-se lentamente, dando alguns passos na minha direção. "Tu nem sabias quem era o miúdo."
"Nem tu." Eu disse de volta. "E isso não te dá o direito de simplesmente matar alguém que tu vês à vista."
"Eu tenho os meus motivos." Ele declarou por entre os dentes cerrados. "Razões que tu nunca entenderias."
"Eu entendia se tu me contasses." Eu disse suavemente. Eu estava completamente a tremer pelo que tinha acontecido. Ver um humano tão inocente que tinha um futuro real, morrer inesperadamente num túnel escuro não é como a maioria das pessoas espera que a sua morte seja.
"As coisas que estão no fundo da minha mente, ela não são de todo bonitas." Ele disse-me.
"Então deixa-me entrar nesses pensamentos profundos. Nós temos este tempo todo." Eu disse, tentando não adicionar humor na parte do fim, mas realmente não era engraçado considerando onde estávamos e o que tinha acabado de ver. Não chores, Carter. Não chores. Ouvi uma risada irromper através do silêncio e tive de olhar para Harry para perceber que era realmente ele que riu. Não era de todo um riso malicioso.
Mas, assim que ele sorriu, rapidamente desapareceu e o seu rosto duro voltou como sempre. Franzi as sobrancelhas. "Harry está tudo bem se..."
"Não. Não está tudo bem." Ele cortou-me, as suas pálpebras protegendo-me dos seus olhos escuros. No canto do meu olho, vi um pequeno pedaço de fogo a crescer na parede, e eu soube imediatamente que ele estava chateado. "Nada disto está bem."
"Eu sei disso. Mas..."
"Tu não deverias ter visto isto."
"Tu também não." Eu sussurrei, olhado para baixo.
"Tu não entendes, Carter, porra!" Ele resmungou. "Eu mereço isto. Depois do que eu fiz. " Eu tinha uma sensação de que ele estava a reviver todo o terror na sua mente.
"Foi há quanto tempo?" Eu perguntei em voz baixa. Ele deixou escapar um longo suspiro.
Lanchonete, Tia Bea, 02 de Janeiro de 2014
[ Nenhum ponto de vista - Flashback de como o Harry entrou no Asilo ]
"Harry? Podes limpar e fechar a lanchonete? A tia Bea e ela está mais doente do que nunca." Paul disse, pegando nas suas chaves de casa, depois de ter vestido o casaco.
"Claro que sim, Paul." Harry respondeu, um pouco cansado sobre limpar. "Diz à tia Bea que eu sinto saudades dela e espero que ela fique bem." Ele acrescentou antes de Paul sair da lanchonete vazia.
"Podes deixar, vejo-te amanhã!" Paul sorriu enquanto abria a porta.
"Até amanhã." Harry disse numa voz calma. Ele estava sozinho e tudo o que ele queria fazer era fechar e ir para casa. Depois dele terminar de limpar as mesas e mudar-se para as suas roupas quentes regulares, ele finalmente saiu para o ar frio. Ele trancou o lugar e caminhou pelo passeio. Olhou para o chão, tremendo enquanto o vento soprava cada vez mais forte.
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Deranged(tradução)
FanfictionUm túnel misterioso fica na cidade de Carter. Desde pequena que lhe disseram para ficar longe do túnel. O perigo espreita no interior do mesmo, e isso asusta Carter. Ninguém jamais foi capaz de ver o fim do túnel, até mesmo a luz do dia não podia br...