Capítulo 26

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   Gwendolyn encontrou-se em pé no topo da Torre de Refúgio, ela estava
confusa em relação a como havia chegado ali. O dia estava amanhecendo e ao redor de Gwendolyn se encontravam os sete cavaleiros mágicos erguidos e imóveis, formando um círculo perfeito. Como se fossem um só, eles se aproximaram dela, as placas de suas armaduras tilintaram sobre o pavimento de pedra, o som ficava cada vez mais alto à medida que eles fechavam o círculo
em torno dela.

   Eles estenderam os braços e estavam a ponto de agarrar Gwendolyn, quando ela, sem ter para onde ir, jogou a cabeça para trás e gritou.

   Gwen pestanejou e viu-se de pé no centro da Corte do Rei. O céu estava
negro, cheio de pássaros do inverno, os quais grasnavam estridentemente. A
cidade era apenas um resquício do que havia sido antes, ela estava toda coberta de escombros e chamuscada pelo sopro do dragão. Não havia uma única alma nela.

   Gwendolyn ficou ali, no centro da cidade, sozinha, à procura de alguém, de qualquer pessoa.

   “Pai?” Chamou ela.

   Não se ouviu nada além de silêncio e do uivo do vento.

   No outro extremo da corte, uma porta enorme e arqueada começou a se
abrir, talvez ela tivesse uns trinta metros e era feita de ferro. Uma figura solitária saiu pela porta e vinha em direção a Gwendolyn, ela usava um manto real e uma coroa enferrujada. Quando Gwen se aproximou, ela ficou emocionada ao ver que era seu pai. O corpo dele estava carcomido e ele parecia mais um esqueleto do que um ser humano.

   “Pai!” ela chamou, enquanto se aproximava dele.

   Ele segurava um cetro longo e dourado e dirigiu uma das pontas dele para ela.

   Gwen estendeu a mão e agarrou o cetro, mas assim que ela fez isso, seu pai desapareceu.

   Gwendolyn se viu andando sobre uma colina, por um caminho que conduzia à Corte do Rei e a antiga Casa dos Eruditos. Agora ela estava queimada até o chão, não havia mais nada além de um buraco na terra. Ela olhou por cima da borda de seu precipício e viu que havia um túnel que levava à escuridão. Ela se abaixou e pegou um livro, agora ele era um monte de páginas carbonizadas que
se transformavam em cinzas em suas mãos e eram sopradas para longe.

   Gwen pestanejou e se encontrou em uma terra árida e rochosa, do lado de
fora da casa de Argon. Ela examinava a estrutura de pedra perfeitamente
redonda, mas não viu nenhuma porta de entrada.

   “Argon!” Exclamou Gwen.

   “Eu estou aqui.” Ouviu-se a resposta.

   Gwen girou e viu-o parado ali, em frente a ela. Ela estava tão aliviada.

   “Por que nos deixou?” Perguntou ela.
“Precisamos de você mais do que
nunca.”

   Argon balançou lentamente a cabeça.

   “Agora moro em um lugar de sonhos.” Disse ele. “Estou preso aqui. Salve-me, Gwendolyn. Salve-me!”

   Gwendolyn pestanejou e se encontrou de pé no centro de Silésia, cercada
pelo exército de seu tio. Eles haviam invadido completamente a cidade e
preenchido todos os cantos do lugar, todos os soldados marchavam em direção a ela, em perfeita harmonia, levantando suas espadas, lanças e escudos, preparando-se para atacá-la.

   Ela virou-se para todos os lados, à procura de uma saída, mas não havia
nenhuma. Tirus liderava o grupo e ele levantou uma espada para golpeá-la.

   Mycoples desceu e agarrou Gwen com suas garras enormes, elas cortaram a
pele de Gwen quando Mycoples a levantou e levou-a para longe enquanto sobrevoava os homens que se encontravam nos parapeitos ao longo das muralhas de Silésia. Eles voavam através do campo e Gwen via o Anel passar por baixo dela. Abaixo também estavam os homens de Andronicus, milhões deles cobriam a terra, seu número era incontável.

Um Rito de EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora