32- Renjun

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Estava arrumando minhas roupas no closet, em ordem de cor—sim, por ordem de cor— já tinha um dia desde que cheguei de minha viajem familiar, que devemos ressaltar, eu quase não vi meus pais, mas ok.

Fiquei uma semana na China por causa dos meus avos que moram lá e sempre íamos os visitar, claro que aproveitei para matar a saudade de Hendery, Xiaojun e Yangyang. Visitamos alguns lugares de Jilin depois passamos o resto dos dias enfurnados em casa comendo besteiras e isso deixou Chenle irritadiço já que o mesmo não tinha ido para a China naquela semana.

Depois fiquei duas semanas na Austrália, quero muito me mudar para lá, quem sabe eu fuja. Ai veio mais alguns dias no cruzeiro e o resto no Japão, somando quase dois meses consecutivos for da Coreia. Meus pais, bem, eles me davam total liberdade de sair sem eles e bom é.

Mas voltando para o agora, eu estava no meu lindo closet, sofrendo para arrumar tudo e Chenle jogando no celular sem se pronunciar para ajudar minha linda pessoa. Para que serve um amigo se ele não liga para você e não pode o escravizar? Pois é, eu também não sei.

Mas eu ficada dobrando e desdobrando roupa, guardando as coisas novas que comprei e as velhas também, caminhei até a ilha de mármore branco que tinha no meio da sala e abri uma das gavetas para poder deixar meus relógios e anéis.

Zhong largou o celular, e caminhou até onde estava me olhando sapeca eu sabia muito bem o que ele queria e ele não iria ter.

— Não— disse sem nem olhá-lo— pode esquecer, só larga esse celular para me pedir meu lindo e caríssimo relógio de ouro rosa.

—Querido eu não preciso disso, vou te chamar é para sair com o Lucas.

Assenti e fui procurar uma roupa enquanto falávamos de assuntos aleatórios, tinha me esquecido falar, Chenle era o tremendo de um folgado por isso nem pensou em me perguntar se podia usar minhas roupas, apenas pegou como o bom folgado que é.

Entrei no banheiro e me despi para que pudesse tomar um banho, enquanto lavava meus fios castanhos minha mente vagueava por paisagens que ficariam lindas em telas, era inevitável, minha mãe costuma dizer que fui abençoado por Apolo, o deus do sol e da arte, e eu amava realmente tudo que envolvia um de modo tão criativo de se expressar, sendo pela dança, pela música, pelos desenhos ou até mesmo poemas que me arriscava a escrever.

E como o bom fã de mitologia grega desde pequeno dizia às crianças que estudavam comigo no fundamental que era filho de um deus, e quando questionado respondia ser Apolo meu pai.

Sai do banho com um roupão azul e me dirigi ao closet para me vestir, usava uma blusa meio preta de manga comprida que estava dobrada nas pontas, uma calça jeans escura que marcava minha cintura e um cinto preto. Com um allstar preto, penteei meus fios e sai do closet e encontrei Chenle jogado na minha cama a roupa dele era uma das minhas blusas de moletom não muito grosso uns três números maiores que eu de cor roxa, uma calça jeans clara e um allstar preto com um chapéu branco com desenhos que contrastavam bem com seu cabelo vermelho— exagerado eu sei.

Como não íamos muito longe e a temperatura estava agradável resolvemos que caminharíamos até o local de encontro, faltava poucos dias para o inicio das aulas novamente e muitos dos meus amigos não estariam mais lá e Lucas era um deles.

Eu estava tão distraído com a conversa super seria que tinha com Chenle sobre como os corais estava sumindo do mundo, o que, veja bem, eram causados puramente por culpa dos humanos, — muitos corais estavam ficando brancos o branqueamento dos corais é devido ao aumente da temperatura da Terra ocasionado pelo efeito estufa fazendo como o El Niño esquentasse os oceanos e onde esse aquecimento era maior os corais iam se branqueando e morriam muitos pontos da Grande Barreira de Corais estava assim e ainda continua, pois desde 2016 perdemos mais de 50% dos corais da Terra— que esbarrei em um garoto de cabelo castanho que com impulso foi para trás batendo de costas com um garoto loiro que segurava um sorvete e os dois caíram no chão, enquanto meu amigo ria de toda a cena e eu me desesperava.

—me desculpa, eu estava distraído sinto muito sujei sua blusa e fiz você perder o sorvete— disse para os dois que ainda estavam no chão, estiquei as mãos para ajudar eles a se levantarem.

—tudo bem, esses dois patetas não prestam atenção em nada— outro garoto que estava em pé atrás deles falou—sou Jaehyun.

— ah sou Renjun, aquele é o Chenle— aponto para meu amigo que segurava a risada.

— Esses são Donghyuck— apontou para o moreno e depois para o loiro— Jeno, infelizmente meu irmão.

— tem certeza que está tudo bem?- os três assentiram com a cabeça e eu me sinto um pouco mais aliviado—que bom, eu tenho que ir tchau.

O resto do caminho até a sorveteria foi com Chenle implicando e quando chegamos fez questão de contar para Lucas que também ria da minha cara. Ali estavam três gratos sentados em uma mesa no canto da pequena sorveteria que apesar de simples exalava uma elegância e calmaria, com dois deles rindo feitas hienas pela desgraça alheia.

Perguntava-me todo dia em como eu podia ser amigos daqueles garotos pirados e sem cérebro na maior parte do tempo, mas era a vida e eles não eram de todo ruins.

Depois que eles pararam de rir resolveram pedir o sorvete, eu apenas me encolhi na mesa e me debrucei pondo minha cabeça entre os braços e fecho os olhos escutando eles fazerem o pedido.

Alguns minutos depois uma taça grande é posta na mesa e três colheres, logo começamos a comer aproveitando do tempo que tínhamos juntos pois logo Lucas se enfurnaria na faculdade e ficaria sem tempo para nós.

Já era final de tarde quando entrei em casa e encontrei minha mãe no sofá fui até ela e me sentei ao seu lado e deitei a cabeça no seu colo, enquanto observava a TV e apreciava o cafuné que ela me fazia.

Chenle havia ido para casa e voltaria amanhã para dormir o fim de semana toda antes de voltarmos ao nosso local de tortura particular vulgo a escola. Não que eu não gostasse de estudar, eu era muito inteligente e dedicado aos estudos, mas o problema mesmo eram os professores maçantes que fazia perder o interesse e os alunos querendo um ser melhor que o outro sendo que ninguém liga para asse de fato.

Então escola era apenas um lugar onde as pessoas apenas queriam passar uma em cima das outras, quase como uma corrida, que quem chegasse primeiro seria o ganhador.

E tudo começaria segunda feira novamente, até eu teria um ótimo fim de semana comendo besteiras e assistindo os filmes da Netflix, ou quem sabe ver algum documentário sobre corais ou vacas.



Segunda-feira, 29, 2020

Bibibibi!

7h30min, sinceramente não tinha coragem de levantar da cama, mas como eu ainda sou menor de idade e legalmente tenho que obedecer meus pais, vamos para a escola.

Pego o uniforme e entro no banheiro, tomo um banho rápido escovo os dentes e penteei o cabelo depois pego a blusa social branca a abotoando, o casaco azul escuro e a calça da mesma cor, sem usar a gravata, odiava a mesma e me nego a usá-la.

Saio do banheiro e Chenle já estava vestido e com a mochila nas costas, descemos e tomamos café junto com meu pai, sem conversar, sem trocar de olhares, quando o dia começava assim eu sabia que seria um péssimo dia para isso me preparei para o pior hoje.

Dito e feito como já conhecia a escola fui andando até meu armário deixar meus pertences quando um ser humano de fios loiro— devo ressaltar MUITO lindo, infelizmente aparentemente era cego esbarrou em mim e continuou andando como se nada tivesse acontecido e meus livros? Foram de encontro ao chão.

Mais tarde antes de entrar na sala quase cai na frente de todos, maior mico.

Durante as aulas foi mais tranquilo, sem pessoas esbarrando em mim, ou minhas coisas indo ao chão. No intervalo que foi mais desagradável pelo simples fato de que, vejam bem, tudo é motivo de piada dentro do âmbito escolar, então um ser minúsculo indo de encontro ao chão — olha ele de novo, talvez devêssemos virar amigos— seria o motivo de piada, mas não. Era como se eu ligasse para eles.

No linguajar mais chulo ao que diz respeito à norma padrão: Foda-se eles.

Meu dia foi resumido em tombos e micões dentro da escola, mas quem liga não é mesmo?

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