Livro, Amor e Ilusão

3° Capítulo

🖤Hiro Nagai

          Me encontro em mais um dia de trabalho comum pegando pedidos das mesas, levando para a cozinha e distribuindo os lanches, já estava cansado pois hoje a lanchonete estava cheia, e eu realmente não nasci para esse serviço mas não tenho outra alternativa, a vida não é exatamente como queremos principalmente a minha.

— Hiro! — ouço a voz do meu padrão, o conhecido Seu Francis e meu coração quase para, levanto meus olhos e encontro os seus e sinto o meu rosto roboriza.

          Seu Francis é um conhecido da minha família tem uma esposa muito simpática, a Brenda que vive dizendo que sou um rapaz bem vistoso e não preciso ficar usando capuz e outros coisas, também tem um casal de filhos a Lorena que é a mais velha e o Nathan que é um pre-adolescente mimado que vive dando dor de cabeça para seus pais, ele é realmente um mau agradecido, mas deixa isso pra lá. Trabalho na lanchonete do Seu Francis desde meus 12 anos quase completando 13, a princípio não me queria por ser jovem demais mas depois de lhe falar o motivo ele acabou cedendo. A lanchonete tem um nome bem peculiar ou nem tanto assim, ela se chama "Quero-Quero" como uma certa homenagem ao pássaro que tem este nome, ele só não colocou o pássaro no logomarca porque a Brenda interveio — graças, isso seria um fiasco — e só ficou o nome na logo em uma espécie de escudo ou algo parecido, eu não sei, mas até que é bonitinho. O mais engraçado é que Seu Francis é um descendente de Argentinos, é nós não temos nada haver um com o outro, só o fato de sermos descendentes de outro país, sua descendência é motivo de piada até pelo mesmo, porque como todos sabemos argentinos a brasileiros não se dão muito bem mas como ele sempre diz "meus pais são argentinos não eu, sou brasileiro e descendo de Argentinos, é bem diferente!" sempre bem humorado e isso é legal nele, e apesar de ser bem brasileiro morrou um tempinho lá na Argentina faz alguns anos para se formar em gastronomia e voltou para o Brasil porque de acordo com ele "meu lugar é o Brasil, não a Argentina" e abriu o Quero-Quero, mas como bom descendente que é tem a bandeira da Argentina perto da bandeira do Brasil em cima de todos as mesas de madeira sofisticados e recém compradas  ele fez uma reforma a mais ou menos um — mês e comprou tudo novo e até as cadeiras agora são acolchoadas — mas não é só isso, além das bandeiras também tem uns quadros não muito grandes do Messi e do Pelé perto da bancada, ele ama futebol e eu não curto muito, a única coisa que nos uni no futebol é falar mau do Neymar — o cara só faz mídia e não joga nada — vivia me convidando para assistir jogos com ele mas sempre recursava até perceber que não era a minha praia.

— Sim — tentei soar o mais normal possível depois do flagra.

— Por que você está parado bem ai? Não deveria estar servindo a mesa ou fazendo outra coisa? — arqueiou as sombrancelhas.

— Eu estava... Eu estava olhando os pedidos — foi a primeira coisa que veio a minha cabeça, mesmo sabendo que já tinha levado os pedidos para a cozinha.

— Entendi — ele não acreditou, mas deixou passar — mas acho melhor você ir até aquela mesa e pegar os pedidos, agora. — eu entendi o recado.

          Olhei diretamente para onde ele apontava e não acreditei no que via, era o Tyler, porque logo esse cara e porque ele veio aqui, respira fundo Hiro ele nem se lembra mais de você faz mais de dois anos você mudou bastante, cara. Ouvir Seu Francis pigarrear e entendi de imediato que deveria ir.

— Boa noite! Sejam bem-vindos, o que desejam? — tentei soar o mais gentil possível e fiz o velho sorriso falso que todos os garçons fazem.

— Boa noite! — ouvir Diana a me responder educadamente diferente do senhor escroto.

— Eu quero um hambúrguer, um suco de laranja e uma saladinha pra encrementar, não posso comer mais do que isso, tenho que manter o peso. — eu não perguntei, cara exibido. Anotei seu pedido.