🖤 Hiro Nagai
E pra deixar minha manhã ainda mais terrível a professora achou por bem passar 10 minutos depois do fim do seu horário, e tudo por culpa de alguns alunos filhos de uma mãe que ganharam punições, olha que beleza! e só seríamos liberados após eles cumprirem seus devidos castigos, e o que nós temos haver com isso? Nada, absolutamente nada, mas ela queria platéia e nós tivemos que ficar. Pra quem tem carro sério tudo maravilhoso, até podiam se dá o luxo de ficar até as 15 horas da tarde na escola que ficaria tudo bem, mas para quem ia de ônibus, assim como eu ficaria muito complicada e nós corriamos o risco de perder o ônibus. Assim que fomos liberados percebi que não daria para trocar de roupa, — maravilhosa! O universo decidiu se revoltar contra mim — todos que iriam de ônibus se direcionaram para a saída da quadra esportiva e no caminho para o desespero de todos um aluno disse que o ônibus estava quase pra sair e ele veio o mais rápido nos avisar, estava visivelmente cansado e muito ofegante, começamos andar mais rápido outros correram, quando avistei o ônibus o Sebastian me chamou atenção.
— Hiro, podemos conversar? — engraçado passou os dois horários sem falar comigo e agora quer conversar, é, mas pensando bem ele fez o certo, era capaz da Sra°. Martins fazer alguma coisa com ele, ela não queria ouvir muita conversa, dizendo ela que "Aqui não é aula de debate e nem de conversação, aqui é a aula de Educação Física, então se concentrem."
— Agora não, meu ônibus esta quase pra sair e fica tranquilo, você está perdoado. — sorrir de lábios fechados pra ele.
— Mas nós precisamos conversar, estou falando sério. Se quiser posso mandar mamãe te deixar em casa. — sério mesmo que ele esta me propondo isso? Sem chances, e ele sabe disso.
— Não precisa, eu vou agora de ônibus — apontei pro ônibus — não quero ir a lugar nenhum com seus pais, nada contra — eles são bem curiosos, perguntam sobre tudo e querem que eu responda tudo também, pra eles eu sei tudo que gira em torno do Japão, acho que eles pensam que eu sou o fundador ou sei lá o presidente, e quando não é isso ficam querendo que eu me abra com eles, dizem que podem me ajudar a sair dessa "bolha", eles são psicólogos, creio que esse seja o motivo para o Sebastian ser do jeito que ele é, ele me olha chateado — nós vamos conservar, tá? mas não agora, depois. Ok!? — ele confirmou com a cabeça— então tchau! — ele disse o mesmo. E quando estava a poucos metros de distância da porta do ônibus...
— Hiro! — paro me perguntando o que ele quer dessa vez, me viro buscando paciência para o aturar.
— O que Sebastian?
— Cê tá mo gato desse jeito — franjo a testa tentando entender — e se eu fosse mulher, ah se eu fosse mulher Hiro, faria te tudo pra esta com você. — me mandou beijos, ele esta debochando? Fiquei aerio, pensando se era uma brincadeira ou ele estava de fato me elogiando. — Hiro não é querendo estragar seu momento de abduzido, mas seu motorista quer fechar a porta. — apontou para lá e no mesmo momento corre para dentro, o motorista ficou assustado com minha entrada meio que diferente.
— VOCÊ VAI ME PAGAR SEBASTIAN, PODE ANOTAR. — gritei, depois que percebi o que fiz fiquei envergonhado, vi Sebastian rindo do lado de fora.
— Garoto você tem certeza que esse é o ônibus que tem que pegar? — o motorista me perguntou.
— Sim, é esse. — falei firme. Ele ficou me olhando por alguns minutos.
— Se você diz, ok. — deu de ombros — então vá se sentar que vou dá a partida.
Procurei um lugar no fundo já que o lugar onde sempre fico alguém havia sentado, assim que me sentei um carinha do primeiro ano que estava do meu lado se virou pra mim.
— Você é do último ano?
— Uhumm! — falo sem emoção.
— É do time? — sabia que tinha alguma coisa, eles acham mesmo que todos os caras do último ano tem que ser time? Coisa chata.
— Não! — curto sim, grosso não.
— Ah tá! — ficou alguns minutos em silêncio — e porque você esta com essa roupa?
— Eu acabei de sair da aula de Educação Física — fui o mais calma e claro possível — você pode fazer um valor pra mim? — acenou positivamente — dá pra você ficar quieto. Por favor! — na mesma hora ele olhou pra janela.
Trabalhei tranquilo, não vi o Nathan e soube pela Lorena que ele dicidiu se trancar depois da decisão do seu Francis, ele iria morar em outro estado com seus tios da parte de mãe pois tinha sido expulso da escola, agora esta explicado a raiva do seu Francis ontem. Cheguei em casa quase dando às 23 horas(onze horas) da noite e assim que entrei ouvir o inconfundível som da máquina de costura da minha avó.
— Ainda acordada? — me aproximei dando um beijo na sua testa.
— Sim, tenho que fazer essa entrega de boddys pela manhã e faltam só alguns. — falou concentrada.
— Posso ajudar? — pergunto me sentado próximo.
— Acho melhor você ir dormir...
— Não quero, — a interrompe — eu vou ajudar e ponto final. — falei me virando pronto para ligar a outra máquina.
— Tá bom! sei que se eu não deixar você vai ficar enchendo minha paciência. — rir.— o que foi que aconteceu ontem no trabalho? Aquela sua desculpa não me convenceu. — é, eu tentei mentir para a pessoa que mais me conhece, fiquei quieto e depois tentei ver qual era a melhor forma de falar a respeito, no fim decide não da rodeios.
— Tive uma pequena discussão com o filho do seu Francis — no mesmo momento ela se virou um pouco assustada — mas não aconteceu nada demais, não teve agressão física só verbal mesmo, mas vindo dá parte dele — vi seu alívio.
— Mas e esse curativo?
— Tentei salvar meu carregador portátil de ser jogado na pia e acabei escorregando, pois o chão estava molhando e minha cabeça bateu na pia.
— Me conta essa história direito Hiro. — então contei tudo que aconteceu e ajudei ela terminar seu trabalho e enfim dormir, pois sábado ainda tinha mais aulas e trabalho duro.
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Livro, Amor e Ilusão
RomanceA vida nunca fora fácil, e todos tem o conhecimento sobre isso, para Hiro não é diferente. Um jovem de 17 anos tímido, e inseguro que estabelece cinco regras para não virar o foco na escola, ou em qualquer ambiente. Sonhos roubados, coração despedaç...