Vamos pular as introduções, pois eu as abomino. Vocês já sabem, grosso modo, a respeito do amor de Jungkook por mim e o quão detestável é a minha pessoa.
Devo salientar que eu amo Jungkook justamente por ele me amar, já que não consigo fazer isso por conta própria há mais ou menos dois anos. Não me lembro com exatidão quando parei de gostar do meu jeito e do que eu faço, mas eu realmente não me importo com isso. Jungkook me ama por nós dois, e é isso que merece a atenção aqui.
Admiro a sua paciência e capacidade de me aturar diariamente — o que, convenhamos, não é tarefa para qualquer um —, por isso tento me esforçar para agradá-lo ao máximo, embora eu saiba que, como ser inútil e falho que sou, às vezes não consigo cumprir isso.
Eu sempre me preocupo com Jungkook porque ele não come tão bem e é muito magro, sendo completamente o meu oposto: sou gordo, como de maneira desesperada e irracional, para só então me arrepender assim que passo pelo meu reflexo no espelho.
É, eu sinto nojo de quem eu sou.
Eu não acho pessoas gordas feias; muito pelo contrário, eu acho lindo todo tipo de corpo, com uma exceção, que é o meu. Não sei o porquê, só sei que, embora existam pessoas com mais gordurinhas que eu, todas são lindas do jeito que são. Já eu, ah... Eu sou horroroso. Às vezes sinto ânsia de vômito quando me vejo ou penso demais em quem eu sou. Como pode existir alguém tão... eu? É decepcionante.
Jungkook ama tirar fotos minhas, e eu amo sorrir para ele, embora eu não goste do resultado das fotos. Ele diz que todas são perfeitas, que eu sou perfeito, mas eu não acredito nisso. Às vezes sinto que ele está comigo só por conveniência. Talvez para evitar toda a dor de cabeça quanto ao término do namoro. Talvez porque ele saiba que, se ele sequer cogitar terminar comigo, eu vou desabar.
— Estou saindo, pequeno — adverte ele depois de deixar um beijo em minha testa, caminhando, em seguida, rumo à porta principal, o casaco de couro pendurado sobre os ombros.
— Tudo bem. Toma cuidado, 'tá? — peço, sem fazer questão de perguntar onde ele vai.
Não procuro lhe perguntar esse tipo de coisa para não parecer intrometido ou incomodá-lo. Acredito que ele deva ter privacidade, afinal, um relacionamento não é o fim da vida pessoal. Quanto a mim... Bem, eu não gosto de sair, mesmo. Evito de sair de casa para que não o cause ciúmes, ou qualquer careta feia em minha direção quando eu penso em me divertir sem ele.
— Faça o que quiser — rebatia ele quando eu dizia que iria para algum lugar sozinho.
Ou, também:
— Não volte tarde e não cause problemas, Jimin. Não beba, isso não é para você — ordenava Jungkook, a boca torcida num gesto frustrado.
Era só preocupação, eu sei que era. Ele fazia aquilo para o meu bem. Veja só como se preocupava comigo! Ele não queria me ver mal depois de beber, ou em perigo pelas ruas de Seoul.
— Não se preocupe. — Jungkook se virou para mim, ajeitando a jaqueta nas costas antes de sair. — Me avise se for sair.
— Sim, senhor! — Estiquei a mão próxima à minha testa como uma reverência do exército, brincando.
Então a porta se fechou, e eu passei a sentir saudades do meu amor a partir daquele instante.
As horas sem Jungkook se arrastam com lentidão, mas eu me esforço para não importuná-lo com alguma mensagem. Quero que curta seu passeio, ou seja lá o que esteja fazendo, por isso me ocupo com livros, séries e, claro, comida, até conferir meu celular pela centésima vez em busca de algum sinal de vida seu.
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pic(k) up my pain × jikook
Fiksi PenggemarEu conheci Jeon Jungkook há dois anos. Namoramos há um ano. Estou trancado dentro de casa há seis meses junto a ele. Ele me diz palavras de amor e me presenteia com bombons todos os dias, como gestos de carinho e cuidados com a minha pessoa. Ele se...