Forbidden Love

Capítulo 8 - O flagra

Daegu, 1809

Seria mentira dizer que o que Min Ah escutara do herdeiro não ficara gravado em sua mente. Na verdade, a jovem ficou tão surpresa e tão sem saber o que dizer, que no momento em que Taehyung lhe confidenciara seu receio quanto a seus sentimentos, apenas desviou o olhar ainda mais vermelha, soltando rapidamente as mãos das dele.

A jovem não parou de pensar naquilo nem quando finalmente colocou a cabeça sobre os travesseiros e muito menos quando acordou no dia seguinte. A verdade é que ela se sentia da mesma forma em relação ao herdeiro Kim e não sabia o que fazer quanto a isso.

Felizmente, devido ao trabalho, a jovem não tinha muito tempo para pensar sobre isso. É claro que ela não mencionou nada do que aconteceu no quarto do herdeiro para a amiga quando estas foram lavar roupa na lavanderia no dia seguinte e menos ainda quando ia entrar na cozinha para falar com Jin e pegou ele e Hee Gi no maior clima.

Não, ela não queria e não poderia atrapalhar os dois. Min Ah se virou para sair dali rapidamente e quase deu com a cara no peitoral de Taehyung, que vinha na mesma direção também com intenção de entrar na cozinha.

- Ai meu Deus, mianhae Taehyung-ah.- a jovem apressou-se em se desculpar, curvando-se repetidamente. - Eu realmente não vi você.

- Não se desculpe, era eu quem estava em seu caminho. - sorriu ele, a deixando sem graça e ao mesmo tempo nervosa. Foi só olhar para o rosto dele que todas as lembranças da noite anterior retornaram, fazendo seu rosto adquirir o tom avermelhado que Taehyung tanto gostava. - Mas porque saía com tanta pressa da cozinha?

- Jin oppa e Hee unnie estão lá conversando. - ao ouvir os nomes dos amigos, um sorriso sapeca surgiu no rosto do mais velho. - Acho que nosso plano deu certo, eles estão no maior clima, veja só. - o puxou para que juntos pudessem observar Jin e Hee atrás da porta.

Min Ah e Taehyung se posicionaram atrás da porta observando Jin e Hee conversando e sorrindo bobos um pro outro. A jovem não segurou um gritinho quando viu o mais velho esticar uma mão para colocar um fio de cabelo da amiga atrás da orelha.

- Pelo visto funcionou mesmo. - a voz grossa de Taehyung chegou até seus ouvidos lhe proporcionando um arrepio na espinha, chegando até a base da coluna. - Olha só pra eles. - riu próximo ao seu ouvido, lhe enviando novos calafrios.

- Fico feliz por eles. - Min Ah sorriu, tentando ignorar o que a presença e a voz do mais velho faziam consigo. - Eles merecem ser felizes juntos, não acha? - se virou para olhá-lo nos olhos ao fazer essa pergunta, só então se dando conta da proximidade perigosa que ambos se encontravam.

Estavam tão próximos um do outro que suas respirações se misturavam no curto espaço que separava suas bocas. Taehyung estava tão distraído imaginando como seria tomar aqueles lábios carnudos para si que nem ouviu a pergunta que a jovem fizera.

Min Ah também se deixou distrair, havia tempos que também imaginava como seria poder beijá-lo e ultimamente, esses pensamentos passaram a visitar sua mente com cada vez mais frequência.

Um barulho vindo da cozinha, porém, os alertou que alguém poderia vê-los naquela situação comprometedora e rapidamente se afastaram, um segundo antes de Hee Gi aparecer, os encarando de modo suspeito.

- Por acaso estavam nos espionando? - perguntou ela, de modo acusador.

- Aniyo unnie. - Min Ah se apressou em responder. - A senhora Kim me mandou ver os detalhes do almoço com Jin oppa e quando vi vocês dois juntos achei melhor não atrapalhar.

- Nos encontramos aqui por coincidência noona. - Taehyung se explicou. - Eu vim até a cozinha porque sentia fome e quando ia entrar Min Ah me avisou que vocês estavam juntos. Assim como ela, eu não quis atrapalhar.

- Mas isso não explica suas respirações ofegantes e bochechas coradas. - os mais novos a encararam chocados.

- Unnie! - exclamou Min Ah, com o rosto agora totalmente vermelho. Hee Gi apenas riu enguendo os braços em um gesto de rendição.

- Tudo bem, não tá mais aqui quem falou. - murmurou, ainda rindo.

- Mi, pode ir lá falar com o hyung, eu aguento até o almoço. Não deve demorar muito mais mesmo.- sugeriu Taehyung, a jovem olhou pra ele sorrindo tímida.

- Tem certeza? - perguntou, recebendo seu sorriso como resposta.

- Ne, pode ir. - ele responde, indicando a entrada da cozinha com a cabeça.

- Gomawo Tae. - Min Ah sorri e surpreendendo a todos e até a ela mesma, a jovem levantou na ponta dos pés selando de leve a bochecha do mais velho e se afastou em direção a cozinha sem lhes dar tempo para questioná-la.

Hee Gi balançou a cabeça em descrença e caminhou risonha até a lavanderia, deixando pra trás um Taehyung totalmente chocado e sem fala, com a mão na bochecha sobre o lugar onde a jovem havia beijado e um sorriso bobo no rosto.

Sorriso esse, que não sumiu de sua cara nem quando fora almoçar, fato que não passou despercebido por sua mãe, que mais uma vez desconfiava que algo estava acontecendo. Naeyun, porém, não teve tempo de perguntar, já que o herdeiro Kim deixou a mesa assim que terminou de comer indo diretamente para seu quarto.

Quando a noite chegou, Taehyung apareceu na sala de estar para falar com a mãe. Naeyun estava sentada no sofá tomando um chá cuidadosamente preparado por Min Ah, que se encontrava de pé num canto da sala, aguardando novas ordens.

- Annyeong Tae. - a mais velha cumprimentou, convidando-o a se sentar ao seu lado com um gesto de cabeça. - Gostaria de um chá?

- Hoje não omma. - ele respondeu, sentando-se ao lado dela no sofá. - Na verdade eu estive pensando, gostaria de sua permissão para viajar até Busan.

- Jinjja? Porque essa vontade tão repentina de viajar até Busan? - a mais velha tornou a perguntar, levando a xícara até os lábios e tomando um longo gole do chá. - Você voltou de viagem não tem nem dois meses.

- Eu preciso falar com o Jimin omma. - explicou Taehyung, recebendo um olhar um tanto desconfiado da mãe. - Eu preciso de conselhos e ele é o único que pode me ajudar.

- Porque não conversa com seu pai? - a mais velha sugere, recebendo um olhar de tédio do filho.

- Omma, você sabe que o appa não para em casa e o que eu tenho pra falar apenas Jimin iria entender.

- Aigoo, aigoo, tudo bem. - ela por fim concorda. - Mas você não vai sozinho.

- Omma, eu não preciso de babá. - Taehyung cruza os braços fazendo bico.- Eu já fui até pra Europa sozinho.

- Eu sei, mas eu quero que leve um dos escravos pra cuidar de você lá. -Naeyun responde, depositando a xícara que segurava na mesinha de centro. - Eu não confio nos escravos da mansão Park.

- Taí uma coisa que eu nunca entendi. - Taehyung se levanta.- Eles sempre me trataram muito bem.

- Está decidido e pronto. - Naeyun também se levanta. - Min Ah vai com você e sem discussão.

Por essa ele não esperava. Taehyung normalmente estaria discutindo com a mãe para não levar ninguém junto, porque sabia muito bem se virar sozinho, mas por algum motivo, ele tinha ficado muito feliz que seria a jovem a acompanhá-lo.

Procurando disfarçar para que a mãe não notasse seu contentamento com a notícia, Taehyung fingiu desistir de argumentar e aceitar a decisão.

- Já que insiste omma. - murmurou com tédio. - Eu aceito que Min Ah me acompanhe.

- Ótimo, amanhã preparamos suas coisas e eu escreverei uma carta para os Park alertando de sua chegada. - respondeu Naeyun, sem perceber um entusiasmo escondido na fala do filho. - Vou até o escritório escrever a carta. Peço que não me interrompa até que eu termine sim?

A mais velha então saiu da sala, deixando os dois jovens sozinhos. Min Ah e Taehyung se encararam, um de cada lado da sala, com sorrisos cúmplices. O mesmo pensamento passava por suas cabeças: essa viagem prometia.

Mais um capítulo fresquinho. Essa viagem hein, aí tem coisa, o que será que vai acontecer? Aguardem as cenas dos próximos capítulos.
Beijinhos 💜