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Grandes fatos guardam grandes memórias. O que seria o ser humano sem elas?

Lembranças de outono.

Abri os olhos, a claridade quase me cegou. Olhei envolta, as cortinas do meu quarto estavam abertas. A iluminação vinda da janela me fez semicerrar os olhos, esticando a mão, tentando tapar a claridade, comecei a coçar os mesmos, me ajeitando na cama. Minha visão estava meio turva, me senti um pouco tonto, coloquei a mão na testa. Não lembrava de nada do que tinha acontecido.

As mínimas coisas que eu me lembrava era de ter passado a tarde na casa do Leo. Lembro também de ter ido para um festival de outono, na high school que eu estudo... Não lembro de nada desde aí. É muito agoniante não lembrar de nada, cogitei várias coisas que poderiam ter acontecido comigo. Será que tenho amnésia?

O festival de outono é simplesmente o festival mais irado do meu colégio e não ter memórias dele me deixa frustado.

Peguei o meu óculos, limpei a lente em minha blusa e coloquei os mesmo. Minha visão foi melhorando aos poucos, eu odeio precisar usar óculos, mas entre eles e as lentes de contato, prefiro eles. Só que às vezes, minha mãe teima em colocar lentes de contatos nos meus olhos e foi isso que ela fez ontem, no dia do festival de outono.

Tirei a coberta branca e fina que estava me cobrindo, à colocando em qualquer lado da cama. Me levantei, calçando a pantufa que estava na frente da minha cama, bocejando. Entrei no banheiro, peguei minha escova de dentes azul, colocando um pouco de pasta na mesma e à molhando, levando-a até a boca e fazendo os devidos movimentos com ela. Me olhei no espelho, meu cabelo estava bagunçado e meus olhos com um pouco de remela. Minha cara pareceu ser esmagada por um caminhão.

Levei água até a boca, cuspindo a mesma com os resíduos de pasta. Fiz o mesmo processo mais uma vez e por fim lavei a minha cara, tirando os resíduos de remela. Sequei meu rosto com uma toalha.

Saí do meu quarto e me direcionei à cozinha, sentindo o cheiro de panquecas, me fazendo umedecer os lábios com a língua, minha barriga roncou e minha mãe me olhou sorrindo.

— Que bom que acordou filho! Fiz panquecas! Experimente.

Ela veio até à mim com aquele avental rosa de bolinhas brancas, puxou o meu braço me obrigando a me sentar na cadeira. Colocou um prato com panquecas empilhadas e derramou um pouco de mel, me fazendo à mandar parar com um gesto por estar exagerando. Ela pegou um garfo e faca e colocou ao lado.

— Ah, mãe... Não precisava, eu sei fazer o meu café sozinho...— Vejo ela colocando café em uma caneca para mim, me fazendo suspirar. — Obrigado.

— Por nada meu filho. — Ela coloca leite em pó e mexe. — Toma, come direitinho.

Assenti com a cabeça vendo ela colocar a caneca ao lado do meu prato. Não gosto quando minha mãe me trata como especial, ela não trata a minha irmã do mesmo jeito, o que causa várias brigas na minha casa.

Ouço passos fortes, descendo às escadas, me fazendo olhar de canto do olho, já sabendo quem era. Sorri. Eu e minha irmã nos damos muito bem, eu a apoio em tudo nessa casa, porquê a maioria das vezes ela é a injustiçada.

— Oi Jay! — Ela fala beijando a minha bochecha, me fazendo levantar o rosto.

— Oi Thalia, tenha um bom dia. — Sorri de forma sincera.

Ela se sentou na minha frente. Thalia é linda, tem cabelos pretos e olhos azuis como os meus e por ser tão bonita, tenho que ficar de olho se algum garoto tentar dar em cima da minha irmã, incluindo Leo Valdez.

Lembranças De Outono Onde histórias criam vida. Descubra agora