Eu não quero que você leia isso, mesmo que eu queira muito que leia, porque você vai saber que estou triste. E acredite, eu não estou triste, apesar de estar.
Hoje eu pensei no dia que nos encontramos pela primeira vez. Fomos a uma cafetaria, sua favorita, e depois nós andamos juntos. Paramos numa praça para conversar. Eu amei aquela dia. Hoje acho que você deve ter ido com alguém para uma cafeteria. Talvez não tenha sido uma cafeteria, e talvez o sentimento que você teve hoje não tenha sido o mesmo que foi naquele dia, comigo. Mas eu sei que o que se seguiu depois do dia na cafeteria, para você não foi a mesma coisa que foi para mim. Sua cafeteria favorita vai ter um quadro meu um dia, talvez você olhe pra ele.
Eu vejo a beleza das coisas, mesmo que depois de tudo elas pareçam sulfúricas algumas vezes, incluindo a sua. Os primeiros dias faziam que tudo fosse mais brilhante, aqueles dias que eu tinha conversas mais naturais com você.
Eu estou cansado de pensar em alguém que não pensa em mim.
Eu não devia escrever esta porcaria de texto, mas eu não consigo não expressar algo.
Você me machucou hoje, mas eu já estive machucado tantas vezes, e você não é a primeira, e parece que não é a última.
E eu sei que isso não te interessa, e você não vai sentir o que eu senti, e talvez não ligue mesmo que sentisse, e eu não consigo mudar as coisas.
Eu não quero parecer o incompreensível, o único que já se sentiu ferido. Eu entendo o seu medo porque eu também o tive. Eu tive tanto ele quando te conheci mais e mais. Na minha formatura eu disse para um amigo "Eu estou com medo. Medo do que eu posso sentir e pensar sobre ela." E eu também escrevi "Tenho medo às vezes. Medo de como ela consegue pintar num mundo branco. Medo de perder o céu para um azul". Eu escrevi para você chorando de medo naquele dia. E eu acertei em ter medo, ele se confirmou.
Mas eu estava cansado do medo, você me cansou dele. Achei que não precisava dele. Joguei ele fora. Agora estou cansado dele fazer sentido, se confirmar. Eu imagino que você também esteja, mas não hoje.
De qualquer forma, que sorte a sua. Você nunca vai morrer. Aquele texto clichê sobre escritores se apaixonarem faz sentido.
Eu sou inesquecível, mesmo que você talvez não me ache. Sou memorável, como minha arte vai te fazer. E acredite, isso não é qualquer coisa, ainda mais da minha parte.
Sei que você está ocupada, mas de qualquer forma eu quero ficar sozinho. Não importa o que eu escreva ou pinte, não faz a diferença que eu gostaria. Eu quero ficar sozinho.
Vou beber gin e me distrair. Eu sei que você entende como me sinto, mas isso não vai mudar nada, não é?
Talvez eu queira que você leia mais do que quero que você não leia.
Beijos, minha musa.