A grande imagem já foi montada há meses,
Meticulosamente planejada,
Pois eu sou um grande compositor.
E, lentamente foi sendo executada. Há pouco que permanece incompleto.
É interessante analisar todo o ocorrido. O nascimento e a morte do Impressionismo, o conflito da obra com o ideal de Courbet que tanto admiro. O Realismo que consequente lhe deu a fama de um "terrível socialista". Ainda assim, apesar da nobreza de tal atitude artística, há certa incoerência no que faço.
Carrego traços do Romantismo, criando algo que nunca vi, mas pensei que veria. Não algo idealizado, mas sim uma cena decorrente de um plano perfeitamente arquitetado, que, por um azar do destino, não veio a ocorrer. Por consequência, devo retirar o que disse: o plano não foi perfeitamente arquitetado. Se o tivesse colocado em prática com uma semana de adiantamento ele poderia ter ocorrido razoavelmente bem, mais ou menos como planejado, imagino, e esse seria um flerte impressionista com o realismo.
De qualquer forma, não há real importância. Mesmo Courbet foi por um período um romântico, e sua admiração por Ingres e Delacroix, até onde sei, nunca foi um segredo. Pegue por exemplo seus autorretratos, e perceba como ele cumpre papéis nos mesmos. Há grande teatralidade em obras como "O Desesperado" e "O Homem Ferido".
Inegável que há qualquer coisa tola em uma composição que, ao meu mais crítico olhar, pode ser definida como boba. Ainda assim, há qualquer coisa de surpreendente e belo. Majoritariamente por minha execução, obviamente. Mas também é uma amostra de minha capacidade de composição.
Já o impressionismo está na técnica, que foi melhorada desde o dia em que pintei a árvore no episódio da obra (essa já destruída), passando pela visão da varanda, o vaso de rosas e cravos, e chegando aqui. Há mais seriedade.
O término do primeiro verso se aproxima, e o último será curto, e já está planejado. Talvez ambos sejam exibidos pela próxima semana. Assim espero.
