s e s s e n t a e o i t o

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[sessenta e oito] "está calor aqui, não está?"

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[ d e a n ]

Uma dor aguda me acorda sobressaltado e agarro-me à minha bochecha.

"Oh, funcionou! A minha próxima estratégia era te beijar, mas estava com medo de você se transformar num ogro." Cass relata e deixa-se cair ao meu lado.

"Não, não, não. Não se preocupe, não vou me transformar num ogro." Garanto e fecho os olhos, fingindo que estou desmaiado.

"Dean," Ele chama. "Vou te dar outro tapa."

Apresso-me a abrir os olhos. A razão pela qual desmaiei volta à minha cabeça e espreito para o meu pé.

"Você... Cuidou do ferimento?" Questiono, passando os dedos pela ligadura branca sobre onde antes estava o caco de vidro.

"Na inteligência e na estupidez, Dean." O meu homem afirma, fazendo-me gargalhar. "Mais na estupidez, porque você é estúpido na maior parte do tempo."

Observo-o, encontrando um sorriso em seus lábios.

"Vem cá." Passo a minha mão pelo seu braço, acabando por pegar na sua mão. "Vamos repetir os nossos votos, para termos algo para nos lembrar."

Sinto-me tão culpado por não lhe contar que me recordo do que ocorreu.

E tão estúpido. Porque nem sequer tenho uma razão sólida para não o fazer.

"O que é que se costuma dizer?" Cass indaga, olhando para o teto.

"Sente-se." Peço e ele obedece.

Faço o mesmo e retiro a minha aliança, pegando, em seguida, sua mão esquerda e retirando a dele. Não sou capaz de parar os arrepios que percorrem o meu corpo.

"Eu, Dean Campbell Winchester, prometo amar-te e chatear-te-" Começo, porém lembro-me de que foi exatamente isso que eu disse no nosso casamento e acabo por corrigir a mim mesmo. "Quer dizer... Amar-te e respeitar-te, na-" E aí percebo que estou pronunciando a palavra começada por 'A.'

Castiel não parece importar-se com isso, então apenas prossigo.

"Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe."

Deslizo a sua aliança pelo dedo anelar da sua mão esquerda e preparo-me para ouvi-lo.

Os seus olhos fixam-se nos meus e eu quase posso ouvir os nossos corações a bater, mesmo que se ouça algum barulho de fundo, de lá de fora — o que é estranho, pois devem ser... Umas três da manhã?

"Eu, Castiel Tippens Winchester-"

"Krushnic." Corrijo, sem conter um sorriso por ele já estar habituado ao meu sobrenome.

"Oh, certo. Eu, Castiel Tippens Krushnic, prometo amar-te e respeitar-te, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe." Cass desliza a minha aliança pelo meu dedo anelar da mão esquerda.

O meu olhar sobe até ao seu, mais uma vez, no entanto logo desce aos seus lábios.

Preparo-me para juntá-los aos meus, mas paro-me ao ter uma ideia.

A minha mão estica-se até o meu celular e marco o número do pastor que me casou.

"Dean, o que-" O meu homem começa, porém corto-o.

"Você vai ver."

Assim que Nate atende, coloco-o no viva-voz.

"Nate, você pode dizer "Pode beijar o noivo", por favor?" Peço, fazendo Castiel revirar os olhos, com o fantasma de um sorriso nos seus lábios.

Marry You ➸ destiel versionOnde histórias criam vida. Descubra agora