1.
M. Schiller caminhava furtivamente pelos corredores da sua imponente mansão, até que chegou às portas do quarto da filha, onde a mesma empunhava uma careta relutante e cruzava os braços. As empregadas tentavam lhe colocar o vestido de seda rosa com detalhes semelhantes às margaridas, que naquele mesmo dia sua mãe tinha comprado. Porém, Amy almejava outra vestimenta.
― O que está havendo?
― Por favor, mãe! – implorou a garota, de mais ou menos dezessete anos, juntando as mãos. ― Não quero colocar esse vestido! É muito feio!
― Oras, então o que pretende vestir, Amy? Sua camisola?
― Eu acho o azul-celeste muito mais bonito e radiante! – resolveu a jovem, achegando-se à mesma veste, estendida sobre um divã. M. Schiller balançou a cabeça, decepcionada.
― Seja como queira então. Mas apresse-se, pois meus convidados já devem estar chegando.
― A senhora sabe se terá alguém da minha idade? Não vou aguentar um monte de adultos conversando sobre assuntos chatos ao meu redor!
― Creio que sim. – a mulher parou ante à porta. ― M. May possui dois filhos, frutos do casamento com o falecido marido. Oras, seus nomes são Victor e Helen, algo parecido com estes.
A mulher desceu as escadas até o salão de entrada, onde haveria a festa, no térreo. Ali, o seu mordomo a esperava para contar as novidades:
― Srta. Schiller, Liv me disse que os comes e bebes estão prontos; só faltam os convidados chegarem!
― Muito bem, Eros! Não se esqueça de deixar as mesas e cadeiras fora do caminho dos convidados, eu quero que eles andem sem que em nada esbarrem. Coloque todas dispersadas pelo palácio, sim?
― Como a madame desejar! – e afastou-se ele para dar ordem aos empregados.
2.
Tendo como parada final a Mansão Schiller, de uma carruagem de primeira mão, o cocheiro levava o excepcional Detetive Bailly para a festa. Este era muito prestigiado por sua genialidade e principalmente por seu grande triunfo na Mansão Casanorte; toda a fama fez com que a madame de El Monte Rojo requisitasse sua presença na festa. Apesar disso, ambos não haviam ainda se conhecido.
― Conte-me mais sobre M. Schiller, cuja qual creio jamais ter ouvido a respeito. – pediu para sua amiga, M. De Vries, que o acompanhava na mesma carruagem. – Acho que nunca ouvi falar dela!
― Uma bela mulher! Uma anfitriã de primeira linha, profunda conhecedora das artes, culta e educada... encontra-se separada do Sr. Schiller no momento. Seu casamento já não ia dos melhores, lamentavelmente... não sei porque estou lhe contando isso. De qualquer jeito, como o conheço, creio que vai gostar da pessoa da madame.
― Talvez! Sequer uma foto ou retrato dela vi na vida! Como seria sua fisionomia?
― Bom, saiba que não a vi muito, mas nas raras oportunidades, ostentava lustrosas madeixas onduladas e negras. Como disse, uma bela mulher.
― Pois bem. – disse, pegando seu cachimbo e olhando para fora, onde a estrada estava úmida por causa da chuva de tarde que caia minutos antes.
― O que houve, meu amigo? Quando fica em silêncio desse jeito...
― Sabe quando há tem um mal pressentimento sobre algo, mas não sabe o que?
― Pensa que pode acontecer alguma coisa grave na festa?
― Não sei, Linnea, mas você sabe que sigo minha intuição. Se por acaso algo fora da normalidade de ocorrer numa ocasião vier a surgir, sentirei de antemão.
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El Monte Rojo (EM REVISÃO)
Mystery / ThrillerApós o seu recente divórcio, Madame Schiller resolve se livrar de uma vez das altas taxas que é obrigada a pagar para Madame Ortega por conta do Monte Rojo, que é onde mora e que fica no Vale del Toro, propriedade da mesma Ortega e de seu marido. Sc...