Capítulo VI - Rolinho primavera e mais viúva misteriosa (EM REVISÃO)

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Após terem encontrado o cadáver de Srta. Loukaama, Joshua Beauchamp concluiu algo: o assassino não repetia nunca a forma de matar. Cada vítima era morta de uma maneira diferente.

- Como não percebemos antes? É claro! O assassino está fazendo um jogo de sinais. Cada vítima é única, cada morte é singular, a maneira com que a pessoa morre também é diferente uma da outra.

- Quer dizer que, o assassino está procurando diferenciar uma vítima da outra?

- Não sei se é proposital, barão Urrea, mas é o que pude notar. Paliwal foi morta com um golpe de faca, Hype com um golpe de estatueta, e agora, Joalin foi enforcada até a morte.

- Mas então, ainda restam muitas pessoas suspeitas nessa festa! - disse Noah. - Ainda não confio na Madame Hidalgo. Pense comigo: porque ela reviraria justo os pertences do mordomo? Porque ela talvez já sabia que estava lá! Talvez, ela tenha depositado o dinheiro e a faca no armário, exatamente para incriminar o mordomo, já que o Krystian era até então o suspeito mais forte. Então, nós acreditamos nela! Porque sempre me deixa falando sozinho, Joshua?

- Já te disse que você fala demais? - questionou o detetive.

- Eu só estou tentando ajudar, detetive! Tentando juntar as peças desse quebra-cabeça! Porque você só fica parado, fumando esse cachimbo de bolhas? E não tenta pensar em algo também...

- Se você tentasse calar a boca um segundo para eu pensar, quem sabe já teria descoberto o assassino! Muito ajuda quem não atrapalha!

- Está insinuando que eu estou te desconcentrando?

- Estou afirmando! Desde que se juntou a mim, não cansa de dar palpites e ficar me desconcentrando com suas teorias da conspiração! Isso aqui é a vida real, cavalheiro, não uma mera história de detetives onde, de um jeito ou de outro, tudo acaba bem! Não!

- Eu sei, mas muitas vezes a vida real se aparenta com as histórias contadas, sabia? Por exemplo, nesses livros, o detetive as vezes conta com a presença de um ajudante, um pouco atrapalhado e confuso! Eu queria ser esse ajudante! - disse, se aproximando do detetive.

- Olha... eu... - tentou responder Joshua, mas não conseguia por causa dos olhares que o barão lhe lançava. - Olha, pare de olhar assim para mim, está bem?

- Assim como?

- Assim, do jeito que me olha! Olha, me desculpe... - o barão não acreditou.

- Espere, está se desculpando comigo?

- Sim, sim... estou. Você não está me atrapalhando, pelo contrário, pela primeira vez eu não me sinto solitário fazendo esse tipo de trabalho, agora, eu sinto como se agora, eu estivesse completo.

- Está falando sério?

- Estou. Me desculpe ter falado desse jeito com você, eu nunca queria ter falado essas coisas. Estou assim por causa da minha amiga! - disse, se sentando. - Depois que eu vi a Joalin morta, foi como se um pedaço da minha vida tivesse se evaporado. Ela foi minha melhor amiga desde que éramos crianças, quando nossos pais visitavam uns aos outros, e nós 2 ficávamos na varanda, brincando com os brinquedos. Muitas vezes ela brincava comigo das minhas brincadeiras "de menino", e outras eu brincava com ela com brincadeiras "de menina". Era engraçado demais como nossos pais davam broncas em nós por causa disso.

- Entendo. Entendo perfeitamente.

- E a última coisa que eu conversei com ela foi quando dissemos a ela que ela podia ser uma das suspeitas. Como eu pude dizer aquilo para ela? Se arrependimento matasse, eu já estava estirado ao chão há muito tempo.

El Monte Rojo (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora