Capítulo IX - A primeira dona (EM REVISÃO)

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Quando todos achavam que tudo estava bem, acontece uma coisa dessas. A espera já tinha tirado o sono de muitos convidados, entre eles, detetive Beauchamp, que a essa altura do campeonato se sentia um fracassado total. M. Rolim tentava fazer Sofya dormir novamente, em vão. A imagem do corpo inerte de Hina ainda passava em sua cabeça. Via: o saco plástico em sua cabeça, todos atordoados e sem entender, e gritando.

M. Hidalgo estava morrendo de medo daquele lugar. Em seu aposento, já preparava-se para ir embora. A carruagem a esperava do lado de fora, o cocheiro já tinha se colocado a postos. Já se preparou para descer as escadas e partir. Mas não sem antes falar com Any.

- Bem... só posso dizer... adeus!

- Adeus também!

- Vou dar o vale para você, M. Rolim! Sim, vou dar o vale inteiro! Sem pegadinhas, sem letras miúdas, sem "porém", apenas vou lhe dar.

- Diz sério, Sabina? Bateu a cabeça?

- Digo! Conquistou esse direito! Prefiro um pequeno vale comum do que um grande vale amaldiçoado por espíritos. Depois do que houve com a filha do Conde de Manila fica claro que a alma perturbada de Jeong ainda busca causar o terror. Eis que você conseguiu o que tanto queria: o vale! Livre de impostos, taxas, de tudo!

- Não creio que seja por isso, madame! O espírito de Heyoon não poderia fazer isso!

- Então quem foi?

- Não sei, mas...

- Mas...mas o detetive vai descobrir? Por favor, Beauchamp não consegue encontrar uma pedra numa ampulheta, imagina impedir um maníaco. Ou melhor, maníaca! Foi de muito azar seu ter contratado ele para investigar! Se me der licença agora, Pepe deve estar me esperando em minha mansão. Me demorei demais aqui...

E assim, a primeira dona do vale se foi. Madame Rolim esperou ela descer as escadas e deu um grito de vitória:

- Ah, não creio! Simplesmente não creio! Eu venci a peçonhenta depois de tanta luta! E o melhor é que nem precisei do dinheiro!

Detetive Beauchamp chegou bem na hora, notando a loucura da madame.

- Está passando bem da cabeça?

- Ah, olá, detetive! Não o vi chegar! Sim, tudo está bem aqui. Simplesmente esmaguei a serpente na cabeça! Mas isso não importa! O que conseguiu descobrir?

- Para falar a verdade, não descobri nada ainda! Que vergonha: me consideram um bom detetive e eu os decepciono dessa maneira! Mas eu tinha certeza de que tinha resolvido tudo!

- Você não nos decepcionou, detetive! - disse M. Rolim, calorosa. - O senhor é o mais inteligente dentre todos nós aqui, o senhor foi atrás de todas as pistas e....

- E eu não consegui resolver nada. Isso não faz sentido algum! Srta. Jeong morreu e mesmo assim a jovem Hina foi assassinada. Se eu tivesse descoberto quem é o culpado, quem sabe poderíamos ter evitado metade das mortes. Perdi minha amiga por causa disso!

- O senhor fez o possível, Kyle! E eu não estou decepcionada com você, muito pelo contrário! Eu o estimo muito e acredito que é um dos melhores detetives que eu já conheci! Sério!

- Sei que diz isso apenas por pena, madame! Não passo de um farsante! Essa é a verdade absoluta. Nada poderá mudar isso. Agora, se me der licença... - disse se retirando.

- Pobre homem... se cobra demais!

***

- O que M. Rolim disse não deixa de ser verdade! Você é um excelente cavalheiro, e um brilhante detetive! - dizia Sr. Urrea. - Não conseguiria pensar em metade das coisas que você pensa, é incrível a maneira como raciocina rápido.

El Monte Rojo (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora