A menina chamada Jade

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Tom chega perto de sua esposa, sem que ela note, e a abraça por trás, dizendo: “Querida, não sei do que se trata, mais me lembro que quando recebeu essa foto de sua mãe, junto daquela carta, você pareceu temer alguma coisa. E se isso realmente se trata de algo tão ruim do seu passado, não precisa falar nada meu amor. Nem eu e nem Marinette queremos faze-la lembrar de coisas ruins.” Sabine se afasta dele, com um olhar firme, e fala: “Vocês não entendem. Eu realmente não posso mais fazer isso, não posso esconder a minha verdade. Mesmo que isso me faça lembrar de coisas ruins, eu preciso falar.” Ao ouvir aquelas palavras, Marinette entende tudo, sua mãe foi enfeitiçada por Lokki, e isso significava que ele estava por perto. A menina logo começa a observar cada ponto para tentar achar a aura estranha ou algum sinal dele, mais só percebe a aura.

Sabine percebera que sua filha procurava algo e pergunta: “Marinette o que está procurando?” A menina logo responde, meio sem graça: “Nada não mãe.” Então a mãe da garota diz: “Bem, se não está procurando nada, se sente quieta ai no sofá, para que eu possa começar a contar tudo.” A azulada obedeceu, mesmo que a contra gosto. Infelizmente Marinette sabia que não tinha como impedir sua mãe de fazer, até que pudesse encontrar Lokki, e sabia muito bem que ela não poderia sair dali para se transformar e avisar seus parceiros. A garota se encontrava numa situação delicada, e via que a única solução plausível naquele momento era escutar o que sua mãe tinha a contar sobre a foto e sobre seu passado. Tom, se senta ao lado da filha no sofá, enquanto a Senhora Cheng pega uma cadeira para se sentar diante dos dois.

Então Sabine começa: “Essa foto foi tirada a muitos anos atrás, muito antes deu ti conhecer Tom. Na época eu era uma moça muito rebelde, vivia em pé de guerra com meus pais, meus avos, meus primos, em resumo, estava sempre arrumando confusão com alguém, quando não era com a família em casa, era na rua, com amigos, conhecidos e vizinhos. Ninguém me suportava, porem todos sempre tentavam me avisar que um dia aquela minha rebeldia poderia me causar muitos problemas, coisas em uma escala maior do que eu poderia aguentar, porem eu sempre, com meu nariz em pé e minha rebeldia, ignorava e dizia que era bobagem. Na escola eu tentava ser a melhor, a melhor em tudo mesmo. Estava sempre fazendo alguma coisa para chamar a atenção de todos. O único problema é que essa ideia de sempre chamar a atenção, acabou chamando a atenção de quem não devia.” Ela fez uma certa pausa, e olhou firme para a foto.

Então deu um suspiro longo e continuou: “Meu jeito rebelde chamou a atenção de um menino bem mais velho que eu na época, ele era considerado um ‘garoto problema’ por todos no vilarejo em que eu morava. Do nada ele começou a vir conversar comigo, e me fazer companhia, daí o tempo foi passando e acabamos nos tornando amigos, o que não agradava nem um pouco minha família. Na verdade eu ficava mais ainda com ele, só para causar brigas em casa. Depois de alguns meses, acabei me apaixonando por ele, e isso fez com que meu pai tomasse uma atitude. Ele passou a sempre me levar e me buscar na escola, o que me deixava ainda mais com ódio. E isso fez com que eu brigasse ainda mais com todos. E no final das contas, foi por culpa disso que fiz a maior besteira da minha vida.” Agora ela, com lagrimas nos olhos, olha fundo o olhar de sua filha.

A azulada, seca as lagrimas da mãe, e lhe dá um leve sorriso, mesmo sentindo lá no fundo que ela não se sentiria bem o que sua mãe estava prestes a falar. Sabine da continuidade a sua história: “Ele havia me convidado para fugir com ele, e por esta por conta, aceitei. Fugi de lá, praticamente com uma mão na frente e outra nas costas. Fiquei desaparecida por cerca de dois meses, porem nesse tempo, coisas horríveis me aconteceram, coisas que não gostaria que vocês soubessem, mais tenho que me livrar disso, então vou falar. Aquele menino me vendeu como uma mercadoria, vendeu meu corpo e minha dignidade, fui ferida, machucada, feita de escrava, e por sorte minha a polícia descobriu eles, e me salvou. Depois descobri que ele era membro de um grupo de contrabando de mulheres. Aquilo me doeu muito.” Agora ela chorava ainda mais, e Marinette engolindo em seco, abraçou a mãe, assim como seu pai.

Mesmo no conforto dos braços de seu marido e de sua filha Sabine continuou a contar: “Então depois que fui resgatada, voltei para a casa, e por mais estranho que possa parecer, me receberam de braços abertos, diante do meu sofrimento. Após isso nunca mais fui a mesma, e isso piorou um mês depois, porque descobri que estava gravida.” Ao ouvir isso, tanto Tom quanto Marinette se afastam e a olham com os olhos arregalados nos olhos dela. Ela então abaixa a cabeça e continua: “Aquilo foi um grande baque para mim, e para todos, porém não rejeitamos a criança e segui com a gravidez até o final. O bebê que está em meu colo nessa foto e Jade. Meus avos pegaram ela para cuidar, e eu quase não tinha contato com ela. Então alguns anos depois conheci você Tom, e contigo descobri realmente o que era o amor. Daí nos casamos, e tivemos a Marinette, então me esqueci por completo disso.”

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