Eu poderia sentir a sua pele na minha antes de dizer adeus?

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Off teria gritado de frustração se tivesse qualquer controle sobre esses sonhos. Ele acreditou inocentemente que poderia se livrar dos sonhos, uma grande tolice da sua parte.

Sua primeira atitude quando chegou em casa após retornar do prédio da GMMtv foi marcar um checkup médico, principalmente todos os exames possíveis para verificar o que de errado havia em seu cérebro.

Com certeza tinha alguma coisa de errado, para ter sonhos tão vividos e sensações tão reais que permaneciam com ele por dias.

Ele quase se sentiu decepcionado ao receber seus exames e eles não mostrarem nada. Off começara a temer dormir com medo de sonhar. O médico que o atendeu, após ouvi-lo com atenção, explicou que seu caso era ansiedade e estresse, receitou um calmante leve que o ajudaria a dormir e uma indicação para que buscasse um psiquiatra.

Durante cinco dias ele não sonhou. Durante cinco dias se manteve afastado tanto de Gun como de Tay, não atendeu às ligações de seu amigo e foi monossilábico ao responde suas mensagens.

Quanto a Gun?

O ignorou completamente.

Ele novamente encontrava-se dentro de um sonho, de onde não conseguia fugir, com a sensação alarmante de alguém que estar prestes a ser atropelado por um trem, mas não consegue se mover. O total oposto que o Off do sonho sentia.

Ele estava perfeitamente relaxado, usando apenas um short confortável, apoiado na pia da sua cozinha enquanto bebia um copo de suco de laranja. O relógio digital sobre a bancada marcava 6:03 da manhã.

Deixando o copo sobre a pia ele seguiu o corredor que levava ao seu quarto cantarolando uma melodia que não identificava qual era.

Ele esperava encontrar Gun nesse sonho.

Gun era a única constante em todos os sonhos.

Mas não esperava encontrá-lo assim.

Gun estava deitado de bruços, a bochecha pressionada contra o travesseiro, os lábios levemente entreabertos. Nu. A luz do dia que atravessava a cortina da janela não permitia que nada se escondesse aos olhos de Off.

Ele já vira Gun pelado na teoria. Durante uma troca de roupa em um show ou apresentação, ou mesmo durante uma gravação, onde ambos precisavam trocar-se rapidamente, com o tempo contado, e um grupo de staffs os auxiliando.

Na prática ele nunca viu Gun pelado. Não assim. Pés. Panturrilhas. Coxas. Bumbum. Costas. Ombros. Nuca...

Sem nada cobrindo sua nudez.

Ele sentia seu pau reagindo a Gun na cama. Off buscou freneticamente alguma namorada, paixão não correspondida, tesão da adolescência para contrapor com o desejo que percorria sua corrente sanguínea e se acumulava no meio de suas pernas. Mas nada chegava minimamente perto desse sentimento.

Era algo cru e intenso ao mesmo tempo que era suave e macio.

Off queria entrar dentro dele, forte e rápido, até que tudo que se ouvisse nesse quarto fosse gemidos e carne batendo contra carne, até que ele não soubesse onde um começava e o outro terminava.

Contraditoriamente ele também queria ser lento e delicado, absorvendo cada gemido, cada suspiro, cada ofego.

Decididamente, ele nunca sentira um desejo tão forte por ninguém assim.

Off atravessou o quarto deixando o short que usava pelo caminho. Ele subiu na cama com cuidado para não acordar Gun, o que era contraditório já que a intensão era acordá-lo.

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